Estudantes são impedidos de realizar culto no campus da UFRGS

Pela segunda vez em meses, um grupo de estudantes cristãos foi impedido de realizar um culto no campus da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre. O fato ocorreu na segunda-feira, 22 de setembro.

O grupo REDE, formado por universitários cristãos, planejou um momento de culto no Campus Centro, marcado para as 19h. Os estudantes optaram por não solicitar autorização formal à reitoria, argumentando que o evento seria pequeno, com uso apenas de violão e sem amplificação de som.

Ao chegarem ao local, por volta das 17h15, os organizadores encontraram seguranças terceirizados e efetivos da Polícia Universitária Federal. Bruno Franzoso, líder do grupo e estudante de História, relatou que foi informado sobre a proibição devido à falta de autorização.

“Perguntei para os policiais federais qual era o motivo. Um deles disse: ‘É porque a universidade não é local de culto e de política’. Eu confrontei ele dizendo que a universidade tem várias ações políticas e cultos acontecendo”, afirmou Franzoso.

Os estudantes decidiram então realizar o culto em uma praça pública em frente à universidade. De acordo com o relato, os seguranças da universidade acompanharam a mudança e posicionaram viaturas próximas ao local como forma de segurança.

Jean Alves, estudante de Nutrição presente no evento, questionou a igualdade de tratamento. “O primeiro argumento que sempre é usado contra nós é o de que a universidade é laica. Laicidade não significa a ausência da manifestação religiosa, mas a liberdade para toda e qualquer manifestação”, declarou.

Em nota oficial, a UFRGS afirmou que todas as atividades coletivas em seus espaços necessitam de autorização prévia, conforme normas institucionais. A universidade destacou que o diálogo com os estudantes foi “amistoso” e que garante liberdade de culto “desde que os trâmites regulares sejam respeitados, assegurando tratamento igualitário a todas as iniciativas”.

O grupo REDE informou que, com apoio do Instituto Brasileiro de Direito Religioso (IBDR), buscará uma reunião com a reitoria para discutir o direito de realização de atividades religiosas, como culto no campus.