Deputada do PT é detida por Israel em “Flotilha” ligada ao Hamas

Em operação realizada nesta quarta-feira, 1º de outubro, a Marinha de Israel interceptou a Global Sumud Flotilla – conjunto de embarcações que tentava romper o bloqueio naval à Faixa de Gaza, acusada de ligação com o grupo terrorista Hamas. Entre os participantes detidos encontra-se a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) e outros dez brasileiros.

Documentação apreendida

No final de setembro de 2025, as Forças de Defesa de Israel (IDF) divulgaram documentos que, segundo afirmam, demonstram o envolvimento do Hamas na organização e financiamento da flotilha. O material, apreendido em operações anteriores em Gaza, indica:

  • Estrutura organizacional ligada ao Hamas através da Palestinian Conference for Palestinians Abroad (PCPA)

  • Participação de Zaher Birawi, residente no Reino Unido, em iniciativas similares

  • Endosso formal de Ismail Haniyeh, chefe político do Hamas, à atuação da PCPA em documento de 2021

O Ministério das Relações Exteriores de Israel declarou que estes registros “confirmam que ativos-chave da flotilha são efetivamente de propriedade e controle do Hamas”. A autenticidade dos documentos não foi verificada independentemente, mas colocam em xeque a participação de ativistas e, agora, a deputada do PT.

Interceptação e detidos

A flotilha era composta por aproximadamente 40 embarcações com mais de 500 participantes de diversas nacionalidades, incluindo a ativista sueca Greta Thunberg. Os organizadores afirmavam transportar alimentos, água potável, medicamentos e brinquedos para Gaza.

O governo israelense informou que as embarcações foram avisadas sobre a aproximação a uma “zona de combate ativa” e que estavam “violando um bloqueio legal”. A abordagem foi realizada com segurança e os passageiros transferidos para porto israelense.

Além da deputada Luizianne Lins, foram identificados como detidos a vereadora Mariana Conti (Psol) de Campinas, Gabrielle da Silva Tolotti (presidente do Psol-RS), e os ativistas Thiago Ávila e Mohamad Sami El Kadri, entre outros brasileiros.

Reações institucionais

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi comunicado sobre o ocorrido e solicitou apoio do Itamaraty para “que a parlamentar e os demais cidadãos brasileiros capturados recebam a devida proteção consular”.

A Bancada do PT na Câmara emitiu nota classificando a interceptação como “ato criminoso” e “grave violação do direito internacional”. O líder Lindbergh Farias (RJ) afirmou: “Repudiamos com a máxima veemência o Estado de Israel por este ato de sequestro internacional”.

Contexto diplomático

A Itália, com apoio de Israel, havia proposto alternativa para entrega de ajuda humanitária através de Chipre e do Patriarcado Latino de Jerusalém, proposta que foi rejeitada pelos organizadores da flotilha.

Os organizadores da flotilha afirmaram que as embarcações foram “interceptadas ilegalmente em águas internacionais” e que “transmissões ao vivo e comunicações foram cortadas”. A situação da tripulação permanece sob verificação. Com informações: Pleno News e Revista Oeste.