Promotores pedem pena de morte para homem que matou pastor

O Ministério Público do Condado de Maricopa (Arizona) informou que pretende solicitar a pena de morte para Adam Christopher Sheafe, de 51 anos, acusado de matar o pastor William Schonemann, de 76 anos, em sua residência no início deste ano. Segundo a promotoria, Sheafe confessou ter cometido o crime no estilo de crucificação.

De acordo com reportagens locais, os promotores protocolaram notificação formal de que buscarão a pena capital contra o réu, que, apesar de ter admitido em entrevistas ter crucificado o pastor da New River Bible Chapel, se declarou inocente em uma audiência realizada em julho.

O advogado de defesa criminal Russ Richelsoph afirmou que a declaração de inocência segue um procedimento comum no processo penal. “Um juiz em uma audiência de acusação por crime grave nunca vai permitir que um réu se declare culpado”, disse Richelsoph, acrescentando que “pessoas desequilibradas confessam crimes que não cometeram”.

Segundo relatos à imprensa, em entrevistas reproduzidas pela acusação Sheafe descreveu ter entrado na casa de Schonemann em abril e colocado uma coroa de espinhos na cabeça da vítima antes de matá-la. Em depoimentos citados pelos promotores, ele teria também declarado planos para matar um total de 14 pastores ou padres em várias cidades dos Estados Unidos, alegando que essas lideranças estariam “desviando fiéis do caminho certo”.

Sheafe foi preso em Sedona em 30 de abril, depois que o gabinete do xerife do Condado de Maricopa o identificou como suspeito no caso. As autoridades informaram que, na ocasião, ele também estava sob investigação por outros supostos crimes, com participação do FBI em apurações relacionadas.

Em entrevistas divulgadas, o acusado disse não sentir remorso e afirmou que, se tivesse poder, “executaria todos os padres e incendiaria todas as igrejas”. Trechos dessas declarações constam no material que o promotor pode usar em eventual julgamento, conforme observou o advogado de defesa.

Sheafe relatou ainda ter selecionado vítimas quando elas estavam sozinhas, para evitar atingir outras pessoas. Em um dos relatos, afirmou ter desistido de matar um padre depois de ver duas mulheres saindo da garagem; em outro, disse que dois pastores escaparam porque ele perdeu o carro durante uma perseguição policial em alta velocidade.

Em declarações citadas pela imprensa, ele listou várias cidades onde planejava cometer ataques, incluindo Las Vegas, Portland, Seattle, Billings, Detroit, Nova York, Charlotte, Mobile, Beaumont e El Paso — e afirmou que quatro desses alvos seriam no Arizona.

Documentos mencionados pela imprensa indicam que, antes do ataque a Schonemann, Sheafe residia em Oceanside (Califórnia) e trabalhava em um restaurante em Carlsbad. Em fevereiro, ele teria apresentado um processo contra a plataforma de negociação NinjaTrader, no qual afirmou sofrer de vício em jogos de aposta e buscava indenização por perdas financeiras. No pedido, Sheafe alegou ter perdido mais de US$ 40.000 em contratos futuros e afirmou ter requerido proteção por meio de falência do tipo Chapter 7 em 2024.

O caso segue em tramitação no sistema de justiça do Arizona. A estratégia de buscar a pena de morte agora abre caminho para uma fase processual em que o tribunal deverá decidir se autoriza a inclusão da punição máxima no processo, conforme informado pelo portal The Christian Post.