O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na terça-feira, 25 de novembro, que está disposto a lidar com a situação envolvendo o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, “do jeito difícil”, caso considere necessário. A declaração foi registrada pela emissora Fox News durante viagem a bordo do Air Force One, enquanto Trump se deslocava de Washington para a Flórida, onde passaria o feriado do Dia de Ação de Graças.
Em resposta a um repórter que perguntou por que manteria disposição para dialogar com Maduro, mesmo após o governo americano ter associado o líder venezuelano ao chamado Cartel de los Soles, Trump afirmou: “Se pudermos salvar vidas, se pudermos fazer as coisas do jeito mais fácil, tudo bem. E se tivermos de fazer do jeito mais difícil, tudo bem também”. O grupo havia sido incluído na lista de Organizações Terroristas Estrangeiras (FTOs) na segunda-feira, 24 de novembro.
Maduro nega qualquer vínculo com o Cartel de los Soles. Em comunicado divulgado na mesma data, ele classificou a acusação do governo dos Estados Unidos como uma “invenção ridícula”, afirmando que se tratava de uma tentativa de “justificar uma intervenção ilegítima e ilegal contra a Venezuela”.
Horas antes da declaração de Trump, o portal Axios informou que o presidente americano havia comunicado a assessores sua intenção de conversar diretamente com Maduro. Segundo o veículo, a ligação está “em fase de planejamento”, sem previsão de data. Um funcionário do governo, cuja identidade foi preservada, disse ao Axios que “todas as opções estão sobre a mesa” e acrescentou: “Maduro é um narcoterrorista. Sempre comece com essa palavra se quiser representar o pensamento do presidente”.
A relação entre os dois países registra tensões desde agosto, quando o governo americano ordenou o envio de tropas ao Caribe sob o argumento de combater o tráfico de drogas na região. De acordo com dados oficiais, mais de 20 operações contra embarcações suspeitas foram realizadas desde o início de setembro, resultando na morte de pelo menos 83 pessoas.