Teólogo: feminismo é a origem do ministério pastoral de mulheres

O teólogo e influenciador Caio Modesto afirmou, em vídeo publicado nas redes, que o ministério pastoral exercido por mulheres teria se consolidado a partir do avanço do movimento feminista no século XX e de sua influência sobre debates dentro da igreja. A declaração teve repercussão online e gerou reações diferentes entre evangélicos no Brasil.

Modesto se apresenta como teólogo, pregador e criador do canal Pregando as Escrituras, que soma mais de 1,5 milhão de inscritos no YouTube e reúne conteúdos de estudos bíblicos e apologética. No material, ele disse que ideias associadas ao feminismo passaram a influenciar discussões religiosas.

Segundo o influenciador, a noção de que “o feminino é uma construção social” teria contribuído para que setores cristãos revisitassem limites históricos sobre o ofício pastoral. Na leitura que ele apresenta, essa abordagem levaria parte do meio religioso a tratar a restrição do pastorado aos homens como expressão de uma “opressão cultural”.

Modesto afirmou que a mudança, na avaliação dele, não teria se originado da tradição cristã, mas de pressões externas. Ele também disse que textos bíblicos antes tratados como orientações universais passaram a ser interpretados por alguns grupos como reflexos do contexto histórico em que foram escritos.

Para exemplificar, ele citou que, nas décadas de 1950 e 1960, ocorreram as primeiras ordenações femininas em igrejas ocidentais e mencionou o caso de Raquel Hederlich, em 1965, nos Estados Unidos.

No vídeo, Modesto afirmou ainda que teólogos identificados como conservadores teriam alertado para esse processo. Ele mencionou o pastor e autor John Piper e atribuiu a ele a avaliação de que chamar mulheres de pastoras seria “enganoso”, por envolver autoridade espiritual e ensino público, funções que, nessa corrente, seriam atribuídas aos presbíteros homens. Modesto declarou que concorda com esse entendimento.

Ao concluir, o influenciador defendeu que a igreja não deveria ajustar seus ofícios a partir de mudanças culturais e afirmou que “não é a cultura que deve moldar a Bíblia”. As declarações voltaram a colocar o tema em debate em um contexto em que parte das igrejas brasileiras se distancia do feminismo, incluindo denominações que ordenam mulheres.