Livro ilustrado para crianças ensina que aborto é ‘superpoder’

Um livro infantil ilustrado, voltado para crianças entre cinco e oito anos, passou a ser alvo de críticas e reações nas redes sociais após apresentar o aborto como um “superpoder” humano. A obra foi divulgada recentemente e gerou debate sobre a abordagem do tema para o público infantil.

Intitulado Abortion Is Everything (Aborto é Tudo, em tradução livre), o livro foi escrito por Rachel Kessler e Amelia Bonow e publicado pelo grupo Shout Your Abortion (SYA). De acordo com as autoras, o objetivo é explicar às crianças pequenas o que é o aborto, como ele pode ser percebido emocionalmente e por que algumas pessoas optam por assassinar seus bebês, com uma linguagem de eufemismo.

Abordagem do livro

O Shout Your Abortion surgiu originalmente como uma campanha nas redes sociais com a proposta de normalizar o aborto e reduzir o estigma associado ao tema. Na divulgação do livro, o grupo afirmou que a publicação busca “enquadrar o aborto como a concretização de um superpoder exclusivamente humano”.

Em nota de lançamento, a organização declarou que “pais, cuidadores e educadores que trabalham com crianças há muito tempo buscam uma ferramenta para conversar com os jovens sobre o aborto”. O material utiliza uma linguagem inclusiva, evitando termos como “mulher” ou “mãe” e adotando expressões como “seres humanos com um órgão chamado útero”.

As ilustrações apresentam comparações simbólicas. Em uma delas, o aborto é associado ao ato de soltar um balão, recurso visual utilizado para simplificar o conceito para o público infantil.

Repercussão

A publicação provocou reação imediata nas redes sociais, com comentários que expressaram surpresa, discordância e críticas ao conteúdo e ao público-alvo do livro. Alguns usuários questionaram a adequação do tema para crianças pequenas. “Por que alguém iria querer falar sobre isso com crianças?”, escreveu um internauta.

Outros comentários apontaram preocupação com o que consideram uma suavização do aborto. Um crítico afirmou que o livro “tenta suavizar o aborto” e defendeu que o tema deveria ser tratado de forma diferente no contexto familiar.

O portal pró-vida LifeNews também criticou a publicação, classificando a iniciativa como inadequada para o público infantil. Já segundo o Christian Institute, houve manifestações contrárias inclusive de pessoas que se declaram favoráveis ao direito ao aborto. Uma dessas reações dizia: “Acredito que a mulher tem o direito de escolher. Mas isso é insano. Um livro infantil? Dizer que o aborto é tudo?”.

Até o momento, as autoras e a organização responsável mantêm a defesa da proposta do livro, enquanto o debate se expande para além das redes sociais.