América Latina, África e Ásia impulsionam crescimento evangélico

Pesquisadores que estudam a demografia religiosa global confirmaram que o centro do movimento evangélico já não está mais no Ocidente. A constatação foi apresentada durante um evento online da Aliança Evangélica Mundial realizado na semana passada.

A Dra. Gina A. Zurlo, professora da Harvard Divinity School e editora do World Christian Database, e Jason Mandryk, editor do Operation World, afirmaram que a maior parte dos evangélicos hoje se encontra na América Latina, África e Ásia.

Segundo os dados apresentados, 47% dos evangélicos estão atualmente na África, 26% na Ásia e apenas 11% na América do Norte. Os Estados Unidos, que por muito tempo lideraram em número de fiéis, já não ocupam essa posição. O país com a maior população evangélica hoje é a China. Esse movimento acompanha o crescimento do Evangelho no Sul Global, ao mesmo tempo em que Europa e América do Norte enfrentam avanços da secularização e queda no número de membros das igrejas.

Jason Mandryk destacou a mudança no perfil do movimento. “Os estereótipos que dominam as manchetes – brancos, ocidentais, de língua inglesa, politicamente conservadores – não são o que o movimento evangélico parece globalmente. Os evangélicos são zulus, chineses, brasileiros, filipinos. E essa diversidade é algo para comemorar”, afirmou.

Para Gina Zurlo, a transformação é visível em comparação a gerações passadas. “O cristianismo e o evangelicalismo parecem fundamentalmente diferentes do que eram há uma geração. E a cada geração isso muda – especialmente com a mudança do cristianismo para o Sul Global”, comentou.

Os estudiosos ressaltaram que o movimento tem moldado o cristianismo atual e refletido a diversidade da Igreja global. “O Corpo de Cristo é incrivelmente diverso. O movimento evangélico é igualmente diverso em geografia, teologia e prática. Isso é algo para abraçar”, declarou Mandryk, de acordo com informações do Christian Daily.

Ao mesmo tempo, ele observou que esse crescimento trouxe tanto unidade em missão e oração quanto divisões em questões de doutrina, política e cultura.

Sobre o número de evangélicos no mundo, Gina e Jason afirmaram que não há consenso. Dependendo da definição adotada, o total pode variar entre 393 milhões e 937 milhões de pessoas. “Todos esses números são apenas tentativas de pesquisadores de descrever o que Deus está realmente fazendo no terreno”, concluiu Mandryk.