“Vi orando”: homem relata experiência de quase morte

Um homem sobreviveu a um acidente grave nos Estados Unidos após permanecer 18 dias em coma, um episódio que relata como uma experiência de quase morte, e que foi considerado pela equipe médica como uma recuperação incomum.

Gabe Poirot sofreu um acidente enquanto utilizava um skate elétrico a uma velocidade aproximada de 40 quilómetros por hora. O veículo travou bruscamente, lhe projetando para o ar. Poirot atingiu o pavimento  da rua com a cabeça, uma vez que não utilizava capacete de proteção.

O acidente ocorreu na presença de um amigo, John Michael, que contactou de imediato os serviços de emergência.

Ao chegar ao hospital, Poirot foi diagnosticado com uma lesão cerebral traumática significativa. O médico responsável, Dr. Forrest Moore, descreveu as lesões como incluindo hemorragias subdurais, hemorragias intraparenquimatosas e contusões cerebrais.

O prognóstico inicial era reservado, sendo comum que pacientes em situações similares sofram défices neurológicos permanentes, mesmo em caso de sobrevivência.

Durante o período em que esteve em coma, induzido medicamente para facilitar a estabilização clínica, Poirot relatou posteriormente uma experiência de quase morte vivida como um encontro com Jesus Cristo em algo que descreveu como um ambiente de “pura luz e amor”.

Ele afirmou ainda ter testemunhado, de forma extracorpórea, as orações de familiares e amigos que se organizaram em vigília pelo seu restabelecimento.

“Vi as orações de pessoas como Ginger. Eu a vi orando sobre meu corpo. Eu vi meus pais, minha família e meus amigos. Vi essas orações irem direto para o coração de Cristo. Por essas orações que eu fui enviado de volta”, disse ele.

Dezoito dias após a indução do coma, e pouco após uma sessão de oração conduzida por uma amiga da família, Ginger, junto ao seu leito, Poirot recuperou a consciência. A sua evolução clínica subsequente foi considerada rápida e surpreendente pela equipe médica.

O Dr. Forrest Moore classificou a recuperação completa, sem sequelas neurológicas detetáveis, como algo que “não é menos que um milagre” e atribuiu-a à “graça de Deus”.

“É nada menos que um milagre. E é pela graça de Deus que ele esteja aqui hoje e que esteja totalmente recuperado”, declarou o profissional, segundo a CBN News.

Gabe Poirot recebeu alta hospitalar poucos dias após despertar do coma. O caso de experiência de quase morte, pela sua narrativa incomum e pelo desfecho clínico considerado atípico para a gravidade dos ferimentos, foi amplamente compartilhado em contextos religiosos como um testemunho de fé.

Cristãos criam projeto com LEGO para evangelizar crianças

Visando o evangelismo, uma organização cristã está utilizando peças de LEGO para produzir conteúdos audiovisuais que ilustram narrativas bíblicas, se dirigindo sobretudo ao público infantojuvenil através da internet.

A iniciativa, designada Go Chatter Studios, produz animações em stop-motion que recriam passagens religiosas com recurso aos conhecidos brinquedos de construção.

O projeto com o LEGO teve origem em 2020, durante o período de restrições impostas pela pandemia de Covid-19. Joshua Whitehouse, um britânico de 21 anos e entusiasta de LEGO desde a infância, criou inicialmente uma curta-metragem para auxiliar a aula da Escola Dominical ministrada por sua mãe.

De acordo com Whitehouse, a decisão de dedicar o projeto inteiramente a conteúdos de cariz religioso ocorreu após ter superado um grave episódio de malária. Esse evento pessoal terá motivado a fundação formal do Go Chatter Studios.

Atualmente, os canais de YouTube da organização disponibilizam, de forma gratuita, várias histórias bíblicas animadas. Entre os títulos produzidos contam-se “A Ressurreição de Lázaro”, “Davi e Golias” e “O Bom Samaritano”, disponíveis em inglês e em castelhano.

A equipe do Go Chatter Studios anunciou a intenção de expandir o catálogo com mais 70 animações, que terão como objetivo narrar a história de Jesus Cristo, percorrendo tanto o Antigo como o Novo Testamento.

Segundo os responsáveis pela iniciativa de evangelismo através do LEGO, o material é concebido para ser utilizado em diversos contextos, incluindo serviços religiosos, aulas de Escola Dominical e ações de evangelização digital.

Todo o conteúdo produzido é disponibilizado sem custos, com o objetivo declarado de apoiar igrejas, ministérios e outras organizações no trabalho de evangelização e discipulado de crianças e jovens.

Propósito

O evangelismo é considerado uma prática fundamental e um mandamento central para os cristãos evangélicos, baseado na Grande Comissão deixada por Jesus Cristo, conforme registado no Evangelho de Mateus, capítulo 28, versículos 18-20.

A atividade evangelística, normalmente realizada de múltiplas formas, é vista como um ato de obediência à ordem de compartilhar a mensagem cristã, com o objetivo principal de proclamar as “boas-novas” da salvação, disponível através da fé em Jesus Cristo.

‘Não siga esse caminho’: Piper reprova misticismo entre cristãos

O pastor e escritor norte-americano John Piper alertou cristãos sobre os riscos de buscar o misticismo como meio de conexão com Deus. Em um episódio recente de seu podcast, Piper respondeu a uma carta de uma ouvinte identificada como Dianne, que perguntou: “Não sei se essa pergunta já surgiu antes, mas o que você pensa sobre o misticismo cristão e os místicos cristãos e sua interação com Deus?”. Ela acrescentou se o misticismo seria algo a ser buscado para uma caminhada mais próxima com Deus.

Definição e advertência

Piper definiu o misticismo como um “tipo de conexão extática ou extracorpórea com poderes sobrenaturais na esperança de obter algum conhecimento oculto ou experiência da realidade suprema que daria poder para uma mudança de vida bem-sucedida”. Em seguida, desaconselhou tal prática. “Não, não devemos perseguir isso. Não busque transformação ou poder por meio de conexões extáticas ou extracorpóreas com poderes sobrenaturais. Não siga esse caminho”, afirmou.

Para fundamentar sua posição, Piper citou 2 Coríntios 12, onde o apóstolo Paulo relata a experiência de um homem arrebatado ao paraíso, mas afirma que não se gloriaria disso, e sim de suas fraquezas. Segundo Piper, Paulo considerava “tolice se gabar de experiências místicas como se fossem o verdadeiro sinal de um apóstolo ou a chave para a piedade ou semelhança com Cristo”.

Centralidade em Cristo

Piper destacou que “o verdadeiro poder da vida cristã — o poder peculiarmente dado por Cristo — não reside em experiências místicas, mas em confiar em Cristo para mostrar seu poder em e por meio de nossas fraquezas”. Ele acrescentou que não se deve rejeitar experiências extraordinárias caso ocorram, mas também não buscá-las como regra. “Ao contrário, devemos buscar conhecer Cristo tão profundamente que Ele próprio se torne a satisfação de nossas almas, a alegria de nossos corações e o contentamento de nossas mentes enquanto trilhamos o caminho cristão do amor sacrificial”, concluiu, de acordo com o The Christian Post.

Debate teológico

O misticismo cristão é tema de controvérsia entre diferentes tradições. Algumas igrejas incentivam práticas místicas, enquanto outras expressam cautela. Em 2018, Jared C. Wilson, professor assistente de ministério pastoral no Seminário do Centro-Oeste, escreveu para a Coalizão pelo Evangelho que “existe um tipo bom de misticismo e um tipo ruim de misticismo”. Segundo ele, “o tipo certo de experiência cristã mística exerce a liberdade da exploração teológica sem as heresias do empreendedorismo teológico”.

Já o site de apologética Got Questions ressalta que todas as experiências cristãs devem estar alinhadas com as Escrituras. “Deus certamente está além da nossa plena compreensão, e há muito mistério sobre Ele. Mas Ele se revelou a nós. Em vez de buscar experiências místicas, devemos nos envolver nas coisas que Deus nos revelou”, afirma o texto.

O portal conclui que, embora haja mistério na fé cristã, a forma de viver está claramente apresentada: estudar a Bíblia, buscar honrar a Deus e permitir a ação do Espírito Santo na vida do crente.

Trump quer indenização bilionária de jornal ‘porta-voz da esquerda’

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entrou com um processo de difamação no valor de 15 bilhões de dólares (equivalente a R$ 79,7 bilhões) contra o jornal The New York Times e quatro jornalistas da publicação. A ação foi protocolada no Tribunal Distrital da Flórida, segundo documentos judiciais divulgados nesta semana.

De acordo com o processo, o alvo são artigos e um livro publicados por dois dos profissionais do periódico, antes da eleição presidencial de 2024. A petição alega que os materiais fazem parte de “um padrão de décadas de difamação intencional e maliciosa do New York Times contra o presidente Trump”.

Em declaração escrita anexada ao processo, Trump afirmou: “Tenho orgulho de responsabilizar este outrora respeitado jornal, a exemplo do que estamos fazendo com a rede de notícias falsas, como em nosso litígio bem-sucedido contra George Slopadopoulos/ABC/Disney e 60 Minutes/CBS/Paramount, que sabiam que estavam me ‘difamando’ falsamente por meio de um sistema altamente sofisticado de alteração de documentos e imagens”.

Na Truth Social, rede social fundada por ele, o presidente acusou o New York Times de mentir em suas reportagens e disse que o veículo se tornou o “verdadeiro ‘porta-voz’ do Partido Democrata”, ao qual se referiu como integrante da “esquerda radical”.

Dani Valente, ex-Zorra, testemunha como se tornou evangélica

A atriz Dani Valente relatou que se converteu à fé evangélica há pouco mais de um ano, após mudar-se para Orlando, nos Estados Unidos, acompanhada do marido, Christiano Cochrane, e da filha, Valentina. Ela passou a frequentar a Vida Church, onde afirma ter vivido um encontro decisivo com Jesus Cristo.

Segundo declarou ao jornal O Globo, a decisão ocorreu em meio às dores causadas pela fibromialgia, condição diagnosticada em 2016. De acordo com Dani, vizinhas a convidaram para participar das reuniões da igreja, onde recebeu orações e apoio no cuidado com a filha. “Quando cheguei, a dor era tanta que eu usava bengala. Algumas amigas me chamaram para o grupo e começaram a orar por mim […] Comecei a orar e tive um encontro muito bonito com Jesus”, contou.

A atriz afirmou que a nova fé não modificou sua relação com colegas do meio artístico. “Sempre vem o preconceito, tipo: ‘Ah, agora você é evangélica’. Mas eu não tento converter ninguém, não é nada ligado à política. O meu objetivo é muito elevado: ser discípula de Jesus e colocar em prática o que Ele ensinou: amar, não julgar, não ter preconceitos. Continuo amiga de todo mundo. É sobre amar o outro do jeito que Ele é”, disse.

Em abril de 2024, após o batismo nas águas, Dani compartilhou em suas redes sociais reflexões sobre o processo de conversão. Ela declarou que havia resistido à fé cristã durante anos, mas que se entregou após experiências pessoais que descreveu como transformadoras. “Sim, eu me rendi. Por mais que o intelecto lutasse contra, meus preconceitos e questões, nada conseguiu ser mais forte do que a vivência que eu tenho tido nesse relacionamento com Deus. Eu declaro sim que Jesus Cristo é o meu Salvador e agradeço a Ele por ter colocado no meu caminho pessoas tão especiais que estão me ajudando numa das fases mais difíceis da minha vida”, escreveu.

Ex-Zorra Total, Dani Valente é batizada nas águas após lutar contra a fé: ‘Sim, me rendi’

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Batistas ampliam plantação de igrejas na Espanha

O diretor da Convenção Batista da Espanha, David Bianchi, informou que o projeto de plantação de igrejas no país mantém a meta de alcançar 15 capitais até 2030. Atualmente, a Igreja Batista já está estabelecida em Alcobendas, Salamanca e Zamora.

Segundo Bianchi, a Junta de Missões Mundiais (JMM) acompanha a iniciativa desde o início, oferecendo apoio por meio de intercessão, cooperação e recursos. Ele também ressaltou a parceria com a Convenção Batista Brasileira (CBB), destacando que a contribuição do Brasil se estende não apenas à obra na Espanha, mas também a projetos missionários em outras regiões da Europa e em diferentes partes do mundo.

Além da meta de atingir 15 capitais, há sete projetos adicionais de plantação de igrejas, também conduzidos por Bianchi. Ele atua ainda na assessoria do “DNA Missionário”, iniciativa da JMM voltada para disseminar princípios missionários entre igrejas e líderes batistas brasileiros, com o objetivo de mobilizá-los para a evangelização global e capacitá-los na mobilização das comunidades locais.

Outro ponto da estratégia é a integração de líderes e plantadores da diáspora latino-americana, fortalecendo equipes diversificadas e ajustadas à realidade cultural espanhola. No último fim de semana, colaboradores de Missões Mundiais ministraram sobre o DNA Missionário — chamado em espanhol de ADN Missionero — em um encontro que, segundo os organizadores, impactou os participantes e reforçou o movimento de expansão evangélica no país.

Pastor batista é morto a tiros por amigo de longa data

A polícia do Condado de Prince George, em Maryland, informou que o pastor batista Benjamin Francis, de 59 anos, foi morto a tiros em 14 de setembro, em Bowie. O suspeito, Herbert Mason Jr., de 58 anos, foi detido no dia seguinte e formalmente acusado de homicídio em segundo grau. Segundo as autoridades, o crime ocorreu na Rockport Lane, após uma discussão entre os dois homens.

De acordo com o DC News Now, a polícia foi acionada após relatos de disparos e encontrou Francis com ferimentos fatais. A natureza da disputa não foi detalhada pelas autoridades. Mason era conhecido da família do pastor há três décadas.

Benjamin Francis era pastor ordenado da Igreja Batista Mount Calvary, em Lanham. Ele também era veterano do Exército e avô. Uma campanha no GoFundMe foi criada por sua esposa, Monica Wills, para auxiliar nos custos imediatos da família, arrecadando pouco mais de US$ 5.600 até o momento. “Ele não era apenas um marido e pai amoroso, mas também o único provedor da nossa família”, escreveu Wills. “Sua perda repentina nos deixou com o coração partido e com dificuldades para lidar com a situação emocional e financeira.”

Em declarações à imprensa, o filho do pastor, também chamado Benjamin Francis, disse que o pai era “um grande homem” que “acreditava em Jesus Cristo”. Ele relatou que os dois haviam passado tempo juntos recentemente ao buscar sua filha, lembrança que guardará para sempre. “É de partir o coração”, afirmou, acrescentando que não odeia o suspeito, mas acredita que ele deve ser responsabilizado. O filho destacou ainda que está recorrendo à oração em busca de forças para perdoar.

Em entrevista à NBC Washington, o jovem Francis ressaltou que o fato de o suspeito ser próximo da família tornou o trauma ainda mais difícil. Ele descreveu o pai como “um homem de bom coração” e com “um estilo de pregação muito direto”.

A família afirmou estar impressionada com a demonstração de apoio recebida após a morte do pastor. “Não tenho palavras suficientes”, disse o filho. “Obrigado a todos que vieram, nos trouxeram comida, nos trouxeram orações, nos trouxeram flores. É definitivamente difícil, mas estamos confiando no Senhor neste momento”.

De acordo com o portal The Christian Post, o pastor Benjamin Francis deixa esposa, seis filhos e dois netos.

Débora do Batom poderá cumprir pena em prisão domiciliar

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou em 15 de setembro que a cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, conhecida como “Débora do batom”, cumpra pena em prisão domiciliar. A decisão ocorre após o trânsito em julgado do processo em 26 de agosto, quando foram esgotados todos os recursos da defesa. Débora ficou conhecida por ter escrito a frase “Perdeu, mané” na Estátua dos Três Poderes durante os atos de 08 de janeiro de 2023 em Brasília, episódio que a transformou em símbolo da luta pela anistia entre manifestantes.

A cabeleireira havia sido condenada pela Primeira Turma do STF, em abril, a 14 anos de prisão pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União, além de deterioração de patrimônio tombado.

Em março, Moraes já havia substituído a prisão preventiva por prisão domiciliar, sob condições como o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de uso de redes sociais, de receber visitas sem autorização, de conceder entrevistas e de manter contato com outros investigados.

A defesa informou que aguarda análise de pedido de progressão de regime, fundamentado no cálculo de execução penal e no período de prisão já cumprido. Débora estava presa desde março de 2023, quando foi detida na oitava fase da Operação Lesa Pátria, conduzida pela Polícia Federal.

O julgamento de Débora também marcou a primeira divergência pública entre Moraes e outro ministro da Primeira Turma, Luiz Fux, que defendeu pena de um ano e seis meses. Esse posicionamento foi interpretado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como um indício de que Fux adotaria posição distinta nos julgamentos do núcleo central. No dia 11 de setembro, Fux apresentou um voto de mais de 12 horas para absolver Bolsonaro, que havia sido condenado pelos mesmos crimes de Débora, com pena de 27 anos e três meses de prisão.

Hernandes Dias Lopes dá dicas para identificar risco de suicídio

Os cristãos são chamados a entregar suas vidas para Deus, e a decisão de quando devem morrer pertence somente a Deus. “Não matarás”, mandamento em Ex 20.13, proíbe o homicídio, o suicídio e os pecados vinculados à violência. Esse mandamento atesta que a vida humana é sagrada.

Nas Escrituras, há seis relatos de suicídios: Abimeleque (Jz 9: 54), Saul (1 Sm 31: 4), o escudeiro de Saul (1 Sm 31.4-6), Aitofel (2 Sm 17.23), Zinri (1 Rs 16.18) e Judas (Mt  27.5).

Mas o que determina se um cristão ganha ou não acesso ao céu? O reverendo Hernandes Dias Lopes, autor do livro Não desista de você: Viva Uma Vida que Faça Sentido, concedeu entrevista para falar sobre mitos e verdades acerca desse tema.

Pastor da Primeira Igreja Presbiteriana em Vitória e auxiliar na Igreja Presbiteriana de Pinheiros, Hernandes defendeu uma perspectiva bíblica sobre o assunto, oferecendo uma abordagem de prevenção, já que a maioria das pessoas que atentam contra a própria vida dão sinais antes.

Confira a entrevista concedida à revista Comunhão na íntegra:

Suicídio ainda é tabu?


Sim, pois ele ainda não é tratado como deveria ser, ou seja, com transparência, e é exatamente por isso que se constitui em um risco tão grande para a sociedade. É claro que já estamos avançando, pois em alguns países o tema vem sendo tratado de forma preventiva, mas no Brasil ainda temos uma estatística maquiada, constrangimentos para tratar do assunto na mídia. O próprio Governo precisa encarar isso como um problema social e enfrentá-lo sem máscaras. Estou certo que de ainda temos um longo caminho pela frente; quanto mais se falar sobre o assunto, melhor.

Quem tenta o suicídio sempre tem algum distúrbio mental?

Duas escolas tratam dessa matéria: a sociológica e a psiquiátrica. A escola sociológica acredita que não. E eu também penso assim! Nós não podemos afirmar, por exemplo, que Getúlio Vargas tinha distúrbio mental. É possível que a pessoa tenha plena saúde mental, mas em determinado momento da vida sofra determinadas pressões ou seja acometida por doenças de outra ordem para que venha a cometer suicídio.

As causas para esse atentado contra a vida são várias, tais como: a depressão e o isolamento, a bipolaridade, a perda de um relacionamento significativo, sentimentos passionais, violência doméstica, drogas, motivações de cunho religioso, entre outras. Por essa razão, não podemos concluir que todas as pessoas que cometem suicídio têm distúrbios mentais.

Quem pretende se matar dá sinais?

É provado estatisticamente que mais de 80% das pessoas que cometem suicídios deram claros sinais de que iriam fazê-lo. Isso quebra o mito de que “quem fala em suicídio não se mata”. A verdade é o contrário! Os sinais precisam ser encarados como gritos de socorro. Nós precisamos estar atentos às pessoas que deixam pistas em suas falas – por exemplo, “Não aguento mais”, “Minha vida está sem sentido”, “Eu queria morrer” – ou ainda em seus comportamentos, como tomar uma dose exagerada de remédios, provocar cortes nos pulsos ou outros ferimentos. Tem algumas pessoas que ficam flertando com a janela ou demonstram desinteresse pela vida. Tudo isso são sinais que podem ser facilmente monitorados.

A depressão continua sendo a principal motivação para o suicídio?

Ainda hoje a depressão é tratada como a principal causa do suicídio, mas o que considero mais relevante explicar é que esse assunto, especialmente no meio evangélico, é muito mal interpretado, pois há dois extremos. O primeiro, vindo por um escritor e pregador conhecido como T. L Osborn, diz que depressão é “demônio”. Então, imagine, uma pessoa depressiva também tendo que carregar o peso de que está possessa ou sendo instigada por Satanás. O outro extremo vem de uma linha mais conservadora, de um escritor chamado Jay Adams, que acredita que depressão não é doença, mas que a pessoa está em pecado. Quem subscreve essas ideias acha que a cura é só pela Palavra, por não aceitar que a depressão seja uma doença, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS) entende. Mas ela é uma doença e precisa ser tratada como tal, com medicamentos, terapia e fé. É bem verdade que uma das causas da depressão pode estar relacionada a problemas demoníacos e a pecados escondidos, como Davi retrata nos Salmos 32 e 51. Mas um crente cheio do Espírito Santo também pode ficar deprimido, assim como pode ter um problema renal, câncer, gastrite e outras doenças.

Após a suspeita ou confirmação de uma pessoa com pensamentos suicidas, como a família e os amigos devem proceder?

Primeiramente é preciso investigar as causas. É uma depressão?  Crise financeira? Uma dependência química? Ou seria o rompimento de um namoro, noivado ou casamento repentinamente? São várias as motivações, mas no momento em que a causa é identificada é preciso que se tomem ações imediatas para o acompanhamento da pessoa, como indicação ao psiquiatra, terapia, uso de medicamentos. A medicina é uma bênção de Deus. Mas só isso não basta! A pessoa também precisa cuidar da sua alma, buscando ter fé e esperança. A depressão, fundamentalmente, tem cura, porque Deus restaura a alma (Sl 42:27). Vale lembrar que a depressão é cíclica, ou seja, tem começo, meio e fim.

A crise financeira e o desemprego estão associados ao aumento de casos de suicídios em 2016. Como a Igreja pode dar suporte às pessoas que estão sofrendo os impactos dessa turbulência?

Via de regra, as pessoas mais carentes não se suicidam por causa de ausência do dinheiro, pois elas já estão acostumadas a lidar com a crise e com as dificuldades do dia a dia. Quem mais sofre são os ricos, pessoas que têm alto poder aquisitivo e que, de repente, perdem tudo. Muitos que viveram no luxo acham que não sabem viver sem ele e acabam cometendo o suicídio. A questão do desemprego acelera o processo, pois a pessoa passa a lidar com o sentimento de angústia e de vergonha por não conseguir sustentar a família. A Igreja tem papel importante nesse processo, com a pregação da Palavra, reforçando que a provisão vem de Deus e que Ele é o mesmo em tempo de crise. Além disso, também pode ajudar no atendimento às necessidades mais urgentes. No meio cristão, todos temos que nos ajudar.

A Bíblia nos ensina que nada pode separar um cristão do amor de Deus e que podemos ter a garantia da vida eterna a partir do momento em que verdadeiramente crermos em Cristo. O suicídio pode separar um cristão do amor de Deus?

Se eu falasse que sim, estaria contradizendo o texto. Nada é nada! O grande ponto dessa pergunta, que é a dúvida de muitos, é: se eu me suicido, posso ser salvo? O suicídio não é uma coisa simples. Ele é um atentado contra a autoridade de Deus. Só o Senhor é o autor da vida e só Ele tem o poder de tirar a vida. Quando alguém comete suicídio, está usurpando o direito que só pertence ao Pai. A Bíblia diz que ninguém vive para si mesmo e morre para si mesmo. Nós pertencemos a uma família, a uma igreja. Por isso, quando ceifo a minha própria vida, estou cometendo um ato totalmente egoísta. No entanto, afirmar que todo suicida vai para o inferno não tem base na Bíblia, porque a tese de que todo suicida é um Judas Iscariotes não é verdadeira. Judas não foi para o céu porque não era convertido. Olhe a vida de cada um desses homens citados na Bíblia que agiram como ele. Eles viviam no pecado, e o suicídio não foi a causa de sua condenação, mas a consequência. Dessa forma, afirmo que é possível um crente sofrer algum distúrbio mental ou uma depressão severa e chegar ao ponto de tirar a sua própria vida. Mas algumas denominações acreditam piamente que a salvação não se perde. Uma vez salvo, salvo para sempre. Nós não temos competência de nos assentar na cadeira do Juiz e lavrar a sentença de condenação dessa pessoa. Só Deus a conhece, e o julgamento cabe a Ele.

Como o senhor vê iniciativas como o “Setembro Amarelo”, o Centro de Valorização da Vida?

No meu livro “Suicídio: Causas, Mitos e Prevenção”, trato dessa questão e acho louvável iniciativas como essas. É preciso que a igreja use o púlpito e a Escola Bíblica para conscientizar e aconselhar. E que outras instituições promovam debates, para desmistificar e ajudar quem precisa. Se a grande mídia não aborda o tema com responsabilidade e camufla os fatos, como poderemos agir previamente e tratar desse grave problema? Esconder os números não é saudável nem eficaz. E ignorar os sinais de quem grita por socorro é um erro fatal.

Considerações finais

Se você está sofrendo com algum drama pessoal neste momento ou está desencantado com a vida, saiba que há esperança no amor de Deus e na família. Existem recursos legítimos para você sair desta fase ruim e que devem ser usados como bênção da providência de Deus. Valorize relacionamentos saudáveis, busque ajuda, rompa o silêncio, retire essa casca grossa que encobre suas feridas e aceite ser tratado com a graça de Deus.

Assembleia de Deus lança maior iniciativa missionária em décadas

A Assembleia de Deus Missões Mundiais (AGWM) anunciou, durante o Conselho Geral das Assembleias de Deus de 2025, realizado entre 4 e 8 de agosto em Orlando, Flórida, o que líderes classificam como a maior iniciativa missionária em mais de 70 anos. O plano busca ampliar o alcance entre povos não engajados e não alcançados em todo o mundo, definido pela liderança como uma resposta à “fome urgente e mundial por Deus”.

O Diretor Executivo da AGWM, John Easter, afirmou em comunicado de 5 de setembro que a visão representa a mobilização mais significativa desde a fundação da entidade. “Esta iniciativa representa o que acreditamos que inaugurará a maior colheita espiritual que nossa geração já viu”, declarou.

De acordo com dados divulgados pela organização, 42% da população mundial, estimada em 8,2 bilhões de pessoas, permanece não alcançada pelo evangelho, incluindo 500 milhões na Europa. Desses, 202 milhões pertencem a 2.085 grupos de povos não engajados, sem presença de igrejas, missionários ou crentes conhecidos. “Eles não rejeitaram o evangelho; simplesmente não têm acesso a ele”, destacou a AGWM.

Easter relatou que a estatística de 42% tem se mantido por duas décadas e que sentiu o peso desse desafio ao assumir a liderança em 2023. A convicção se fortaleceu em outubro de 2024, durante um encontro em Nairóbi, Quênia, com centenas de superintendentes e diretores de missões. “Eu disse a todos: ‘Quarenta e dois por cento. Ouvimos isso há 20 anos. Quando vamos pegar os 42% e dar um passo à frente, nos comprometer e chegar a 41%? E se pegássemos os 42% e tornássemos 40%, 39%, 38%?’”, relatou.

O Superintendente Geral das Assembleias de Deus, Doug Clay, também vice-presidente da Associação Mundial das Assembleias de Deus, participou de uma oração de Páscoa em Nairóbi e disse ter recebido um chamado para a urgência na evangelização: “Não é apenas uma questão do AGWM. Não é apenas uma questão das Assembleias de Deus Mundiais. É uma questão das Assembleias de Deus EUA — uma Igreja engajada na Bíblia, capacitada pelo Espírito e com participação em missões, que vai criar filhos e filhas para irem a esses lugares onde não há uma apresentação adequada de Jesus”, afirmou Clay.

Easter acrescentou que, ao compartilhar a visão com as equipes de liderança, houve consenso de que reduzir o número de povos não alcançados exigiria mudanças de foco e de recursos. O comunicado oficial informou ainda que a AGWM pretende ampliar sua força missionária de 2.569 para 4.000 até 2033, direcionando esforços “para as populações com maior necessidade espiritual, fechando a lacuna de acesso ao evangelho e estabelecendo a igreja entre os mais desolados espiritualmente”.