Nicarágua: cristão morre sob custódia com sinais de tortura

O advogado Carlos Cárdenas Zepeda, assessor jurídico da Conferência Episcopal da Nicarágua, morreu sob custódia policial em Manágua após ser detido em 19 de agosto. Sua família foi chamada pelas autoridades em 30 de agosto para identificar o corpo, após permanecer sem informações sobre seu paradeiro.

De acordo com o jornal El País, o corpo apresentava sinais visíveis de tortura. O caso ocorre menos de uma semana após a morte de Mauricio Alonso Petri, de 64 anos, também sob custódia. Petri havia desaparecido por 38 dias e seu corpo foi encontrado em um necrotério, entregue à família para sepultamento imediato sob vigilância policial.

Escalada de desaparecimentos

As duas mortes se inserem em um cenário de desaparecimentos forçados de curto e longo prazo, intensificados a partir de 19 de julho, data em que o presidente Daniel Ortega e a vice-presidente Rosario Murillo celebraram o 46º aniversário da revolução sandinista.

O Mecanismo de Reconhecimento de Presos Políticos relatou pelo menos 33 prisões nesse período, incluindo casos de famílias inteiras. Em 12 de agosto, uma menina de 12 anos foi detida com os pais em Jinotepe, dias após o governo confiscar o Colégio San José, administrado pela Igreja Católica.

Tortura e intimidação

Organizações e familiares denunciam tortura de presos na Diretoria de Assistência Judicial, conhecida como El Chipote Nuevo. Segundo uma fonte citada por grupos de monitoramento, os detidos são submetidos a “interrogatórios intimidadores e agressões físicas”.

Entre os casos mais recentes está o do médico Yerri Estrada, de 30 anos, preso em 13 de agosto em Granada. Sua mãe, Rosa Ruíz, afirmou que recebeu relatos de que ele estaria em El Chipote Nuevo com unhas arrancadas, dedos enfaixados por choques elétricos e rosto desfigurado.

Mortes sob custódia desde 2019

Com a morte de Cárdenas Zepeda, o número de óbitos sob custódia policial no país chega a seis desde 2019. Entre as vítimas anteriores estão Hugo Torres, ex-comandante sandinista que chegou a salvar a vida de Ortega, e Humberto Ortega Saavedra, irmão do presidente e general aposentado, crítico ao regime.

Um relatório de ONGs exiladas, divulgado após a morte de Petri, listou métodos de tortura atribuídos às autoridades nicaraguenses, como simulação de afogamento, espancamentos, enforcamento, posições forçadas e violência sexual. Outras práticas citadas incluem privação de sono, restrição de alimentos e ameaças a familiares.

Conflito com a Igreja Católica

A Igreja Católica mantém uma relação de confronto com o governo desde os protestos de 2018, quando algumas paróquias ofereceram abrigo a estudantes manifestantes. Desde então, o regime intensificou medidas contra instituições religiosas, incluindo vigilância, proibição de procissões e restrições a atividades do clero, de acordo com o The Christian Post.

Em março de 2025, a Nicarágua retirou-se do Conselho de Direitos Humanos da ONU, dois dias após um relatório acusar o governo de reprimir direitos humanos e liberdade religiosa. Na ocasião, a especialista da ONU Ariela Peralta declarou que o país parecia estar “em guerra com seu próprio povo”. O governo nicaraguense rejeitou a acusação, chamando-a de “calúnia”.

Um relatório da organização britânica Christian Solidarity Worldwide (CSW), intitulado Controle Total: A Erradicação de Vozes Independentes na Nicarágua, documentou 222 casos de perseguição religiosa em 2024, incluindo a prisão arbitrária de 46 líderes religiosos. Parte deles foi libertada, mas outros continuam sob custódia.

Mudança radical: ateu que zombava dos cristãos se rende a Jesus

Griffin Barclay, natural do Alabama, Estados Unidos, relatou em culto na Auburn Community Church sua transição de uma vida ateísta para a fé cristã, em meio a uma batalha contra a depressão crônica. Criado em família ateísta, o até  então ateu afirmou que anteriormente “zombava dos cristãos” e “vivia em pecado constantemente”.

Segundo seu testemunho, durante o Ensino Médio, Barclay recebeu diagnóstico de depressão crônica, entrando em um “ciclo de automutilação e pensamentos suicidas”.

A situação tornou-se crítica quando seus pais o encontraram com uma lâmina de barbear, resultando em sua internação em instituição psiquiátrica para tratamento. “Tomava vários antidepressivos, mas nada ajudava com o sentimento de derrota”, recordou.

Na noite de sua alta hospitalar, Barclay planejou suicidar-se ao saltar da sacada de sua residência. Ele descreveu o momento crítico: “Enquanto eu subia, eu pensava: ‘Deus, me mate’”.

Foi então que, segundo seu relato, um evento inesperado ocorreu: “O quintal foi invadido pelo som dos sapos, que era o meu animal favorito quando criança”. Este episódio fez com que abandonasse seu intento, descrevendo a experiência como divina: “Eu desabei em lágrimas e saí da sacada, sabendo que Deus havia salvado minha vida”.

Apesar desta experiência ainda enquanto era ateu, Barclay continuou a enfrentar desafios de saúde mental. Seu ponto de virada definitivo ocorreu durante seu período universitário, quando colegas cristãos o convidaram para a Auburn Community Church.

Inicialmente cético, ele afirmou ter ido com a intenção de “finalmente descartar o cristianismo”. Porém, durante o louvor da música “Hope in the Horizon”, relatou ter-se emocionado ao recordar o episódio da sacada.

“Me dei conta de que as pessoas que eu estava zombando, encontraram o que me faltava. Quando nenhum remédio pôde me salvar, Ele salvou”, testemunhou. Barclay decidiu aceitar Jesus como Salvador e foi batizado na mesma igreja, onde posteriormente compartilhou publicamente sua experiência.

Em sua pregação, o agora cristão declarou: “Perdição e destruição não podem limitar Jesus. Se Ele consegue me alcançar, Ele pode alcançar qualquer um”. Seu testemunho foi finalizado com a citação do Salmo 107, que descreve o resgate divino em momentos de angústia.

O relato de Barclay foi compartilhado com informações sobre serviços de apoio à saúde mental. O CVV (Centro de Valorização da Vida) oferece atendimento 24 horas pelo telefone 188, além de suporte por e-mail, chat e presencialmente em mais de 120 postos no Brasil.

Sexóloga alerta sobre pornografia: ‘Causa 100 danos físicos’

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A sexóloga Aryanne Marques participou do podcast PodCrê e falou sobre a relação entre sexo e fé. Cristã, ela afirmou que o tema ainda é considerado tabu em muitas igrejas, mas ressaltou que, segundo a Bíblia, a intimidade no casamento foi criada por Deus para ser prazerosa.

A especialista relatou ainda que muitas mulheres enfrentam dificuldades no matrimônio em razão de traumas sexuais vividos anteriormente. Aryanne explicou que se tornou sexóloga após ter sofrido abusos. Segundo ela, ao compreender que o sexo dentro do matrimônio é parte do plano divino para o casal, sua vida foi transformada e, desde então, tem buscado ajudar outras pessoas.

Durante a entrevista, a sexóloga também tratou sobre os riscos da pornografia, destacando seus efeitos nocivos:

“A pornografia é um vício químico e gera alterações neurológicas. Tem questões espirituais envolvidas, mas eu vou direto no gatilho. Não é só um videozinho. Um instituto americano desenvolveu uma pesquisa e ficou examinando o sistema neurológico, físico e comportamental de um grupo de homens e mulheres que consumiam pornografia por cerca de três anos. Essa pesquisa é assustadora. Mais de 100 danos físicos, neurológicos e comportamentais na vida dos indivíduos que consomem pornografia”, afirmou.

No programa, Aryanne também compartilhou parte de seu testemunho pessoal. Além do abuso que sofreu, contou que perdeu a mãe, que tirou a própria vida, experiências que marcaram sua trajetória até o ministério atual.

Vereadores acionam MP contra UFRGS por proibição de culto

Dois vereadores de Porto Alegre ingressaram com representações junto ao Ministério Público Federal (MPF) contra a Reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A medida foi tomada após um grupo de estudantes cristãos ser impedido de realizar um culto evangélico no interior do campus universitário no dia 12 de agosto.

O evento, organizado pelo movimento “Aviva Universitário”, que promove atividades evangelísticas em universidades, foi barrado pela Polícia Universitária Federal. Após serem impedidos de utilizar um anfiteatro no Campus do Vale e, posteriormente, um canteiro na entrada da universidade, o grupo se deslocou para uma rótula do outro lado da rua, onde realizou o culto com aproximadamente 500 participantes.

A vereadora Mariana Lescano (PP) protocolou denúncia no MPF alegando restrição à pluralidade e prática de discriminação institucional. Em declaração divulgada em suas redes sociais, Lescano afirmou: “A UFRGS proibiu o evento, mas autoriza jovens sexualizando, usando todo tipo de droga em festinha dentro da universidade”. Ela acrescentou: “Feriram a Constituição Federal”.

O vereador Tiago Albrecht (PN), presidente da Comissão Parlamentar de Defesa do Estado Laico e da Liberdade Religiosa da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, também ingressou com ação solicitando investigação. “Quero que o Ministério Público investigue por que a reitoria indeferiu esse tipo de atividade religiosa, mas permite outras atividades dentro do campus”, declarou Albrecht.

O caso gerou repercussão entre parlamentares e entidades. O vereador Ramiro Rosário questionou em rede social: “E se fosse um ato pró-Palestina, eles teriam o mesmo tratamento? É claro que não”. Ele afirmou ainda que “a UFRGS que deveria ser um espaço de diversidade e liberdade, se tornou refém de uma seletividade ideológica”.

Três entidades – a Frente Parlamentar em Defesa da Liberdade Religiosa da Assembleia Legislativa do RS, o Instituto Brasileiro de Direito e Religião (IBDR) e a Frente Parlamentar em Defesa da Liberdade Religiosa e do Estado Laico da Câmara de Vereadores de Porto Alegre – emitiram nota conjunta classificando o ocorrido como “violação grave às liberdades de consciência, crença e religiosa”.

De acordo com relato de Lucas Teodoro, líder do Aviva Universitário, à reportagem do Guiame, a missão enviou dois documentos formais solicitando o uso do anfiteatro, mas não obteve autorização ou justificativa da reitoria. No dia anterior ao evento, Teodoro e Bruno Franzoso, líder do grupo estudantil cristão REDE da UFRGS, foram abordados por seguranças enquanto oravam no local.

No dia do culto, a equipe foi novamente impedida de montar a estrutura sonora no canteiro da universidade. Teodoro relatou que um segurança o puxou pelo braço e disse: “Esse culto não vai acontecer aqui, vocês têm que sair, não estou nem aí”.

A Reitoria da UFRGS não se manifestou publicamente sobre o caso até o momento desta publicação. As representações no MPF solicitam investigação sobre possível intolerância religiosa e pedem esclarecimentos sobre os critérios utilizados pela universidade para autorização de eventos em suas dependências.

América Latina, África e Ásia impulsionam crescimento evangélico

Pesquisadores que estudam a demografia religiosa global confirmaram que o centro do movimento evangélico já não está mais no Ocidente. A constatação foi apresentada durante um evento online da Aliança Evangélica Mundial realizado na semana passada.

A Dra. Gina A. Zurlo, professora da Harvard Divinity School e editora do World Christian Database, e Jason Mandryk, editor do Operation World, afirmaram que a maior parte dos evangélicos hoje se encontra na América Latina, África e Ásia.

Segundo os dados apresentados, 47% dos evangélicos estão atualmente na África, 26% na Ásia e apenas 11% na América do Norte. Os Estados Unidos, que por muito tempo lideraram em número de fiéis, já não ocupam essa posição. O país com a maior população evangélica hoje é a China. Esse movimento acompanha o crescimento do Evangelho no Sul Global, ao mesmo tempo em que Europa e América do Norte enfrentam avanços da secularização e queda no número de membros das igrejas.

Jason Mandryk destacou a mudança no perfil do movimento. “Os estereótipos que dominam as manchetes – brancos, ocidentais, de língua inglesa, politicamente conservadores – não são o que o movimento evangélico parece globalmente. Os evangélicos são zulus, chineses, brasileiros, filipinos. E essa diversidade é algo para comemorar”, afirmou.

Para Gina Zurlo, a transformação é visível em comparação a gerações passadas. “O cristianismo e o evangelicalismo parecem fundamentalmente diferentes do que eram há uma geração. E a cada geração isso muda – especialmente com a mudança do cristianismo para o Sul Global”, comentou.

Os estudiosos ressaltaram que o movimento tem moldado o cristianismo atual e refletido a diversidade da Igreja global. “O Corpo de Cristo é incrivelmente diverso. O movimento evangélico é igualmente diverso em geografia, teologia e prática. Isso é algo para abraçar”, declarou Mandryk, de acordo com informações do Christian Daily.

Ao mesmo tempo, ele observou que esse crescimento trouxe tanto unidade em missão e oração quanto divisões em questões de doutrina, política e cultura.

Sobre o número de evangélicos no mundo, Gina e Jason afirmaram que não há consenso. Dependendo da definição adotada, o total pode variar entre 393 milhões e 937 milhões de pessoas. “Todos esses números são apenas tentativas de pesquisadores de descrever o que Deus está realmente fazendo no terreno”, concluiu Mandryk.

Luiza Possi e marido consagram filhos a Deus em culto

A cantora Luiza Possi e seu esposo, o empresário e diretor artístico Cris Gomes, consagraram seus filhos, Lucca, de 5 anos, e Matteo, de 3, a Deus durante um culto realizado no fim de semana. Em vídeo publicado nas redes sociais, o casal aparece ao lado das crianças recebendo uma oração.

Em publicação feita no domingo, 07 de setembro, Luiza destacou a importância do momento espiritual vivido em família. “Um fim de semana especial, dedicado à minha família e a Deus. Hoje eles foram consagrados, com muita honra, e ontem nós ficamos bem agarradinhos à noite”, escreveu a artista.

Após a celebração, a família se reuniu em uma pizzaria pertencente aos parentes de Luiza para comemorar a ocasião. A cantora também utilizou as redes sociais para declarar o sentimento de gratidão e reforçar o carinho pelo marido. “Sou só gratidão e amor. Obrigada, Cris Gomes, por tudo. Te amo”, publicou.

A consagração ocorre meses depois de outro marco espiritual para o casal. Em dezembro do ano passado, Luiza e Cris foram batizados nas águas com o apoio do conferencista e escritor André Vitor, que conduziu a cerimônia. A cantora compartilhou nas redes que o ano de 2024 havia sido transformador em sua vida pessoal e espiritual.

“Este ano foi transformador pra mim, eu finalmente aceitei meu propósito e aceitei Jesus no meu coração, não poderia terminar o ano sem me batizar em Cristo. Foi emocionante demais. Obrigada, minha vida, Cris Gomes, por estarmos sempre juntos em tudo. Isso não tem a ver com religião e sim com espiritualidade. Obrigada, meu irmão André Vitor, por ter nos batizado tão lindamente embaixo de chuva que veio para abençoar!”, declarou à época.

O batismo marcou a decisão do casal em seguir uma caminhada de fé, e a consagração dos filhos foi destacada por Luiza como continuidade dessa jornada espiritual em família.

Joel Engel explica o significado dos “Dez Dias Temíveis” judaicos

Em ministração realizada nesta semana, o pastor Joel Engel abordou o significado profético do período compreendido entre Rosh Hashanah (o Ano Novo judaico) e Yom Kippur (o Dia da Expiação), intervalo conhecido como os “Yamim Noraim” ou “Dez Dias Temíveis”. De acordo com Engel, este é um tempo de abertura celestial e de definição de destinos perante o trono divino.

Engel explicou que este não se trata do julgamento final descrito em Mateus 25, mas de um julgamento anual. “Deus decide se alguém vai prosperar, fracassar, viver ou morrer no próximo ano”, afirmou.

O pastor fundamentou sua explanação em Levítico 16, onde é estabelecido que, no sétimo mês e no décimo dia, deveria ser feita expiação pelos pecados de Israel. “A Bíblia diz: ‘E isto vos será por estatuto perpétuo’. Não é algo que ficou no passado, mas um princípio eterno de Deus”, declarou.

Segundo Joel Engel, durante este período, três livros são abertos nos céus: o Livro da Vida, para os justos; o Livro dos Ímpios, para os que rejeitam a Deus; e o Livro Intermediário, para aqueles que ainda não definiram seu caminho espiritual. “É nesses dias que Deus define se a pessoa vai viver ou morrer, se vai subir ou descer, se vai ser honrada ou humilhada”, explicou.

O pastor também enfatizou a diferença entre o calendário gregoriano e o calendário bíblico, este último estabelecido, em sua visão, pelo próprio Deus. “Ele criou o sol, a lua e as estrelas para marcar épocas e estações. Esses tempos são chamados de moedim, ou seja, tempos determinados”, afirmou. Engel citou que os sábios que visitaram Jesus recém-nascido conheciam esses sinais celestiais, assim como Abraão.

Para 2025, Rosh Hashanah inicia em 22 de setembro. Joel Engel descreveu esta data como “o primeiro dia do ano no calendário de Deus, o dia em que Ele criou o homem”. É considerado, em sua explicação, um dia de coroação divina, no qual cada pessoa tem a oportunidade de decidir quem governará sua vida.

O pastor fez uma distinção entre ter Jesus como Salvador e tê-Lo como Senhor. “Se você tem Jesus apenas como Salvador, Ele te livra da condenação eterna, mas a sua vida pode continuar sem frutos. Agora, se você tem Jesus como Senhor, então você obedece, anda no caminho d’Ele, escreve história, transforma gerações”, declarou.

Engel também abordou o mês de Elul, que antecede Rosh Hashanah, descrevendo-o como um período de preparação e retrospectiva espiritual. Tradicionalmente, o povo de Israel veste branco neste período como símbolo de pureza e desejo de estar limpo perante Deus.

Yom Kippur foi apresentado como o “dia D” do calendário espiritual, o momento em que Deus sela o que foi escrito no Livro da Vida. Por esta razão, Engel convocou os cristãos a se dedicarem à oração, jejum e arrependimento durante estes dez dias. “Quando a Igreja se levanta, a história de uma nação muda”, finalizou.

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Nigéria: cristãos mantidos como reféns são privados de comida

Uma facção radical ligada ao povo fulani, descrita por defensores como “determinada a transformar a Nigéria em um califado”, é acusada de sequestrar cristãos e mantê-los acorrentados em campos de reféns, segundo relatos apresentados em uma coletiva de imprensa realizada no Capitólio dos Estados Unidos em 04 de setembro.

Douglas Burton, ex-funcionário do Departamento de Estado dos EUA e editor sênior do projeto Truth Nigeria, ligado à organização Equipping The Persecuted, afirmou que existem campos de reféns em uma floresta próxima da vila de Rijana, no estado de Kaduna.

“Há aproximadamente 500 ou 600 pessoas na floresta agora, e eles mantêm esses campos de reféns lá desde dezembro do ano passado”, declarou Burton. “Milhares de pessoas passaram por esse sistema, e muitas foram mortas.”

De acordo com entrevistas conduzidas pela Truth Nigeria, os sobreviventes relataram que recebiam pouca comida, eram espancados e que reféns eram mortos quando suas famílias não conseguiam pagar resgates.

Testemunho de sobreviventes

Uma das sobreviventes, identificada como Esther, disse que foi sequestrada em junho de 2025, junto com sua filha de 10 meses, na vila de Gaude. Segundo seu relato, foi levada para Rijana, onde testemunhou execuções de reféns cujas famílias não conseguiram pagar. Esther afirmou ainda que, durante o cativeiro, os sequestradores a proibiram de fazer orações cristãs. Ela foi libertada em 27 de agosto.

Acusações contra o governo

Durante a coletiva, Burton acusou o governo nigeriano de não agir diante de relatórios sobre os campos e até de subornar jornalistas locais para silenciar informações.

“As condições são realmente horríveis”, afirmou Burton. “Uma das coisas mais horríveis é que o governo nigeriano não reconheceu os nossos relatórios, não respondeu aos nossos telefonemas, não foi capaz de ajudar a resgatar nenhuma dessas pessoas.”

O governo da Nigéria, por sua vez, afirmou em fevereiro ter resgatado cerca de 50 reféns em Rijana, mas, segundo Burton, essas pessoas não foram disponibilizadas para entrevistas, o que, segundo ele, dificulta confirmar a veracidade da operação.

Judd Saul, diretor executivo da Equipping The Persecuted, declarou: “Os sequestradores são fulani. Eles fazem parte da milícia étnica fulani. Esta é uma tribo muçulmana jihadista que está determinada a transformar a Nigéria em um califado”.

Saul acrescentou que, segundo testemunhas, “há mais de mil cristãos mantidos em cativeiro para resgate. Eles estão sendo torturados, passando fome, sendo espancados, e cristãos estão sendo executados diariamente se os resgates não forem pagos”.

Contexto do conflito

O povo fulani é um dos maiores grupos étnicos nômades da África Ocidental, presente em diversos países do Sahel. Predominantemente muçulmano, é formado por centenas de clãs e linhagens, a maioria sem envolvimento com atividades extremistas. No entanto, analistas afirmam que facções fulani têm aderido a ideologias jihadistas nos últimos anos, contribuindo para a escalada da violência no Cinturão Médio da Nigéria, onde predominam comunidades agrícolas cristãs.

O governo nigeriano, por sua vez, insiste que a violência não tem caráter religioso, mas resulta de conflitos entre agricultores e pastores agravados por fatores econômicos e sociais, de acordo com o The Christian Post.

Reações internacionais

A Comissão dos Estados Unidos sobre Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF) alertou que a violência envolvendo grupos fulani está aprofundando tensões religiosas no país. Oradores na coletiva pediram que o Departamento de Estado dos EUA reinsira a Nigéria na lista de Países de Preocupação Especial, da qual foi retirada em 2021.

Entre as soluções propostas, destacaram-se a responsabilização de financiadores de grupos extremistas e maior pressão internacional para que o governo nigeriano proteja comunidades cristãs e muçulmanas atingidas pelos ataques.

Pastor é preso ao ser flagrado em ato sexual no carro com amante

Aaron Williams Jr., pastor da Igreja Maddox Memorial de Deus em Cristo, em Mansfield, Ohio, e candidato derrotado ao cargo de comissário do Condado de Richland em novembro de 2023, deve ser indiciado no Tribunal Municipal de Mansfield nesta terça-feira, 10 de setembro.

Ele foi preso em 30 de agosto, após ser flagrado em ato sexual com uma mulher que não é sua esposa no banco traseiro de um veículo no Clearfork Reservoir Park, segundo registros do Departamento de Polícia de Mansfield.

A polícia informou ao The Christian Post na segunda-feira, 09 de setembro, que Williams foi acusado de indecência pública. No entanto, ao ser contatado pelo veículo, o pastor negou ter sido preso. “Não fui preso. Foi politicamente motivado”, declarou antes de encerrar a conversa.

De acordo com o relatório policial, por volta das 13h32 do dia 30 de agosto, um policial avistou um Land Rover cinza, modelo 2022, estacionado na Área de Piquenique nº 1 do parque. Williams, de 56 anos, e uma mulher foram vistos no banco traseiro do carro praticando ato sexual. Ambos foram acusados de atentado ao pudor.

Trajetória

Williams assumiu a liderança da Igreja Maddox Memorial em setembro de 2016, após a morte de seu pai, que também era pastor. Em seu site oficial, a congregação descreve-o como “um marido dedicado, pai orgulhoso de três filhas e veterano da Guerra do Golfo profundamente comprometido com sua comunidade”. O texto acrescenta: “Acima de tudo, o pastor Williams vive para agradar a Deus, servir Seu povo e inspirar transformação em todos que encontra”.

Durante sua campanha política em 2023, o Partido Democrata do Condado de Richland destacou, em publicação no Instagram de outubro, o trabalho social realizado por ele. “Aaron é um pilar da comunidade de Mansfield que tem trabalhado incansavelmente em seu ministério para fazer com que todos que conhece prosperem”, dizia a nota.

Repercussão e declarações

No domingo, 08 de setembro, as transmissões online da igreja não mostraram Williams no púlpito. Questionado sobre se ainda exercia a função pastoral, ele respondeu apenas que não tinha mais nada a declarar.

Em entrevista anterior ao The Roys Report, Williams havia admitido falhas, afirmando: “Eu não sou um vilão. … Eu sei que as pessoas se precipitam em coisas assim porque sempre querem procurar algo em que a igreja esteja errada. Eu nunca disse que era melhor do que ninguém, nem mais alto e mais poderoso do que ninguém. Nunca disse que era mais santo do que ninguém”.

Posteriormente, ele disse que se arrependia dessas declarações, alegando que foram tiradas do contexto. Williams questionou ainda a cobertura do caso por veículos de mídia cristãos e concluiu: “Ninguém pode me responsabilizar mais do que o Pai, eu mesmo ou minha família”.

País sem fé é frágil, diz Trump ao defender a liberdade religiosa

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reafirmou no dia 09 de setembro o compromisso de seu governo com a liberdade religiosa e destacou o papel histórico da fé cristã no país. O discurso ocorreu durante a segunda reunião da Comissão de Liberdade Religiosa da Casa Branca, realizada no Museu da Bíblia, em Washington, diante de cerca de 500 pessoas.

Trump declarou que seu governo tem adotado medidas contra o que descreveu como esforços para reduzir a influência do cristianismo na vida americana, especialmente nas escolas públicas. “Quando a fé enfraquece, nosso país parece enfraquecer. Quando a fé se fortalece, como agora… coisas boas acontecem para o nosso país”, disse. Ele acrescentou: “Somos uma nação sob Deus e sempre seremos”.

A comissão foi criada por decreto executivo em maio e é presidida pelo vice-governador republicano do Texas, Dan Patrick. Entre seus integrantes estão Franklin Graham, Paula White, Ben Carson, Eric Metaxas e os cardeais Timothy Dolan e Robert Barron. “Para ter uma grande nação, é preciso ter religião”, declarou Trump ao lado dos membros.

O presidente também criticou declarações recentes do senador democrata Tim Kaine, da Virgínia, que afirmou considerar “preocupante” a ideia de que os direitos humanos derivam de Deus e não do governo. Trump afirmou: “A necessidade desta comissão nunca foi tão clara”. As falas de Kaine já haviam sido criticadas pelo senador republicano Ted Cruz e pelo bispo Robert Barron.

No discurso, Trump anunciou que o Departamento de Educação deve emitir novas diretrizes para garantir a liberdade de oração em escolas públicas. Ele citou o caso de Hannah Allen, estudante do Texas que teria sido punida por organizar uma oração, e apresentou Shea Encinas, de 12 anos, que relatou ter sido obrigado a ler um livro de ideologia de gênero quando estava na quinta série.

O presidente também afirmou ter “acabado com o uso da lei como arma contra fiéis religiosos e perdoado os ativistas pró-vida presos”, declaração que recebeu aplausos no auditório. Ao lado da procuradora-geral Pam Bondi, Trump acusou o governo de Joe Biden de ter sido “especialmente cruel” em relação a comunidades religiosas.

A cerimônia incluiu ainda uma oração conduzida por Scott Turner, secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano, que rededicou a nação a Deus em preparação para o 250º aniversário da independência americana, a ser celebrado em 04 de julho de 2026.

Trump encerrou conclamando líderes religiosos e comunidades de fé a participarem da iniciativa America Prays, promovida pela Casa Branca. “No ano que vem, celebraremos 250 anos desde a assinatura da Declaração. Como parte da grande comemoração… convidamos as grandes comunidades religiosas dos Estados Unidos a orar por nossa nação, por nosso povo e pela paz no mundo”, afirmou, de acordo com o The Christian Post.