Canadá multa igreja por realizar evento com evangelista americano

BREAKING: Nearly a dozen Montreal police officers have entered the church that offered to host Christian rocker Sean Feucht after his original venue was cancelled tonight.

This comes after the socialist mayor declared that his “show will not be tolerated,” while threatening the… pic.twitter.com/Yf4Qu0icBE

— Alexandra Lavoie (@ThevoiceAlexa) July 25, 2025

A Igreja Ministerios Restauración, localizada no bairro Plateau-Mont-Royal, em Montreal, foi multada em US$ 2.500 por sediar um culto conduzido pelo missionário norte-americano Sean Feucht.

A congregação, de língua espanhola, foi penalizada pelas autoridades municipais sob a alegação de ter realizado o evento sem a devida autorização. A visita de Feucht à cidade integrou a turnê evangelística Revive in 25, que tem enfrentado resistência em diversas localidades do Canadá.

Segundo o National Post, o governo municipal justificou a penalidade à igreja com base no descumprimento de regulamentações locais. Um porta-voz do gabinete da prefeita Valérie Plante declarou: “Este espetáculo contraria os valores de inclusão, solidariedade e respeito defendidos em Montreal”. O representante ainda afirmou: “A liberdade de expressão é um dos nossos valores fundamentais, mas discursos de ódio e discriminação não são aceitáveis em Montreal”. A multa, segundo a prefeitura, decorre da realização do culto sem licença apropriada.

Feucht, conhecido por seu apoio ao ex-presidente Donald Trump e por se posicionar publicamente contra o aborto, a ideologia transgênero e a homossexualidade, tem atraído oposição por parte de autoridades e manifestantes em diversas cidades canadenses. Durante o evento em Montreal, vídeos postados na plataforma X mostraram policiais armados dentro da igreja, além do lançamento de uma bomba de fumaça contra o palco. Um homem de 38 anos foi detido por obstrução.

A turnê também enfrentou restrições em outras cidades. De acordo com a CTV News, pelo menos seis localidades cancelaram apresentações do missionário, entre elas Halifax (Nova Escócia), Charlottetown (Ilha do Príncipe Eduardo), Moncton (Nova Brunswick), Quebec e Gatineau (Quebec) e Vaughan (Ontário). Em Toronto, registros em vídeo mostraram a presença de agentes armados nos arredores de outro culto liderado por Feucht.

Em Winnipeg, o prefeito Scott Gillingham declarou à CBC em 29 de julho que a cidade ainda avaliava a autorização para o evento. “Embora suas opiniões sejam controversas, a Carta de Direitos e Liberdades do Canadá protege a liberdade de expressão”, afirmou. Ainda segundo o prefeito: “Meu entendimento, a partir de algumas coisas que vi… ou ouvi no passado, nos Estados Unidos, não é algo que, você sabe, valorizaríamos”.

Em declaração publicada no X, Feucht alegou estar enfrentando hostilidade por expressar sua fé publicamente. “Aqui está a dura verdade: se eu tivesse aparecido com cabelo roxo e vestido, alegando ser mulher, o governo não teria dito nada. Mas professar publicamente crenças cristãs profundamente arraigadas é ser rotulado de extremista — e ter um evento de culto gratuito classificado como um risco à segurança pública”, escreveu em 25 de julho.

O missionário também fez referência ao movimento Let Us Worship, iniciado por ele em 2020 como resposta às restrições impostas por governos locais durante a pandemia. “A pandemia pode ter acabado, mas o preconceito anticristão permanece”, declarou. No mesmo comunicado, reafirmou a continuidade de sua turnê: “Não nos encolheremos diante da perseguição religiosa — seja nos Estados Unidos, no Canadá ou em qualquer outro lugar. Encontraremos lugares para orar. Encontraremos lugares para louvar”.

No sábado, 27 de julho, Feucht escreveu em outra publicação que a oposição enfrentada no Canadá foi mais intensa do que em países reconhecidos por hostilidade à fé cristã. “Liderei louvores e preguei na África, no Oriente Médio e em todo o mundo em 2025. A perseguição mais intensa não ocorreu no Iraque ou na Turquia — mas no CANADÁ! Não tinha isso no meu cartão de bingo”, disse.

A condução do caso gerou reações dentro do próprio Canadá. Legisladores da Colúmbia Britânica expressaram insatisfação com a forma como Feucht foi tratado pelas autoridades, conforme reportado pelo Western Standard. O episódio também reacendeu o debate sobre liberdade religiosa no país.

Feucht, ex-líder de louvor da Bethel Music, também foi alvo de denúncias no início de 2025. Ex-colegas o acusaram de abuso espiritual e impropriedade financeira. Ele rejeitou as acusações como sendo “uma farsa completa”, de acordo com informações do portal The Christian Post.

O Canadá tem sido alvo de observações internacionais quanto ao tratamento de cristãos nos últimos anos. Durante a pandemia de COVID-19, vários líderes religiosos foram presos por conduzirem cultos. Um dos casos de maior repercussão ocorreu em 2021, quando o pastor Tim Stephens, de Calgary, foi detido após um helicóptero da polícia localizar sua congregação reunida ao ar livre. Na ocasião, o senador norte-americano Josh Hawley, do Missouri, pediu à Comissão dos Estados Unidos sobre Liberdade Religiosa Internacional que avaliasse a inclusão do Canadá em sua lista de vigilância.

Let me get this right Montréal:

1) You canceled our permit for a peaceful outdoor worship gather for no reason.

2) You threatened a CHURCH on private property to not have church.

3) You send a battalion of police to intimidate us.

4) Antifa throws 2 smoke bombs at my head… pic.twitter.com/zt4516Bb2I

— Sean Feucht (@seanfeucht) July 26, 2025