Deputado Lucas Bove exibe ligação com investigado do INSS

As investigações sobre o desvio estimado em R$ 6 bilhões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) continuam a revelar novos desdobramentos. O caso, considerado um dos maiores escândalos de corrupção na história previdenciária do país, aponta para a infiltração de advogados em varas da Previdência com o objetivo de adulterar decisões judiciais e liberar valores indevidos que deveriam beneficiar aposentados e pensionistas.

Lucas Bove nas apurações

O deputado estadual Lucas Bove (PL) surgiu como figura de interesse após a divulgação de uma foto em que aparece ao lado do advogado Nelson Wilians, fundador do Nelson Wilians & Advogados Associados (NWADV). Wilians é alvo da Polícia Federal por suposta participação no esquema. Na imagem, publicada nas redes sociais, Bove se refere a ele como “amigo” e o parabeniza por uma palestra, o que levantou questionamentos sobre a natureza da relação.

Paralelamente, Bove enfrenta uma disputa judicial contra a ex-mulher, Cintia Chagas, que o acusa de violência doméstica. O processo tramita em sigilo de Justiça, a pedido do parlamentar.

Conexões políticas

O nome de Nelson Wilians ganhou protagonismo nas apurações. Segundo investigadores, seu escritório estaria entre os beneficiados pelo esquema de adulteração de decisões judiciais, de acordo com o Diário de S. Paulo.

Além da proximidade com Lucas Bove, o advogado também mantém vínculos com o senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Congresso.

De acordo com informações publicadas na imprensa, as suspeitas se concentram na possibilidade de que essas relações extrapolem a cordialidade pública, avançando para eventuais favorecimentos ou troca de influência.

Outro ponto em análise é uma doação feita por um dos investigados a um parlamentar que hoje preside a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) destinada a apurar o escândalo. Para especialistas em direito eleitoral e combate à corrupção, o gesto cria uma percepção de comprometimento da imparcialidade da comissão e coloca em dúvida sua autonomia.