Em visita oficial a Israel nesta quinta-feira (12 de junho de 2025), o presidente argentino Javier Milei anunciou a transferência da embaixada de Tel Aviv para Jerusalém, com previsão de conclusão até 2026.
A medida formaliza o reconhecimento de Jerusalém como capital israelense, assim como fez o presidente americano Donald Trump e pensou em fazer o ex-presidente brasileiro Jair Messias Bolsonaro, posicionando a Argentina entre poucos países como Estados Unidos, Guatemala e Kosovo com representação diplomática na cidade.
Contexto político
O anúncio foi feito em discurso no Knesset (Parlamento israelense), onde Milei afirmou: “A Argentina alinha-se à verdade histórica: Jerusalém é a capital eterna e indivisível de Israel”.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu agradeceu o apoio: “Contra as forças das trevas, teremos sucesso. Israel vencerá esta guerra e resgatará todos os reféns”, referindo-se ao conflito iniciado em 7 de outubro de 2023.
Premiação e reações
No mesmo dia, Milei recebeu o Prêmio Gênesis 2025 no Museu da Tolerância, tornando-se o primeiro chefe de Estado em exercício não israelense a conquistar a honraria.
O prêmio de US$ 1 milhão, denominado “Nobel Judaico” pela revista Time, será destinado aos Acordos de Isaac – iniciativa para fortalecer laços entre Israel e democracias latino-americanas.
Stan Polovets, presidente da Fundação Genesis, destacou: “O apoio de Milei transcende o simbolismo. Os Acordos de Isaac podem gerar resultados tangíveis: desde relações bilaterais reforçadas até maior apoio a Israel na ONU”.
Os recursos serão administrados por uma organização sem fins lucrativos em parceria com entidades como:
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StandWithUs (educação diplomática)
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Fundação para o Combate ao Antissemitismo
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Yalla Israel (promoção de intercâmbios)
A cerimônia incluiu apresentação de “You’ve Got a Friend” por Carole King, enfatizando o tema de superação do isolamento diplomático israelense.
Contexto internacional:
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Jerusalém tem status contestado pela ONU (Resolução 478), com maioria dos países mantendo embaixadas em Tel Aviv;
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Os Acordos de Isaac inspiram-se nos Acordos de Abraão (2020), que normalizaram relações entre Israel e Emirados Árabes, Bahrein e Marrocos;
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O Ministério das Relações Exteriores da Palestina classificou a decisão argentina como “violação do direito internacional”.