Na Índia, radicais hindus agridem cristãos após invadirem culto

Um culto cristão foi violentamente interrompido por extremistas hindus no distrito de Dhamtari, no estado de Chhattisgarh, na Índia, no último domingo (06 de julho). O episódio ocorreu durante uma reunião na Peniel Prayer Fellowship, localizada na vila de Borsi, onde cerca de 15 cristãos estavam reunidos para adoração.

De acordo com o pastor Wakish Sahu, que lidera a congregação juntamente com seu pai, os agressores invadiram o templo portando pedaços de madeira e gritando a expressão Jai Shri Ram — uma saudação ao deus hindu Rama, frequentemente utilizada por grupos radicais em ações de intimidação.

Os homens exigiam o fim das reuniões cristãs na região: “Eles destruíram as cadeiras, quebraram os instrumentos musicais, confiscaram os materiais de evangelismo e atearam fogo em diversas Bíblias”, relatou o pastor ao portal Morning Star News.

O pastor Mannohan Sahu, de 57 anos, pai de Wakish, foi um dos mais gravemente feridos. Ele foi espancado com pedaços de madeira, levou socos e chutes na cabeça e no corpo e chegou a perder a consciência: “Os agressores, talvez temendo que ele estivesse morto, forçaram-no a beber água”, afirmou Wakish.

Outros fiéis também foram atacados. A mãe do pastor tentou intervir durante a agressão e acabou ferida nas mãos e na cabeça. No total, sete pessoas — entre elas duas mulheres — sofreram lesões graves e precisaram ser encaminhadas ao hospital para receber atendimento médico.

A ocorrência foi registrada na delegacia de Maganlodh, no entanto, até o momento, não há informações sobre prisões ou investigações em andamento. Wakish relatou que a violência deixou muitos membros da congregação receosos de participar das próximas reuniões. “Desde o ataque, muitos deixaram de comparecer aos cultos, com medo. É compreensível, mas nossa família continua se reunindo. Decidimos que não vamos ceder ao medo”, declarou.

O estado de Chhattisgarh tem registrado uma escalada de ataques contra cristãos nos últimos anos, especialmente em áreas rurais. A organização Portas Abertas, que monitora a liberdade religiosa em diversas partes do mundo, posiciona a Índia na 11ª colocação da Lista Mundial da Perseguição 2025, indicando alto nível de hostilidade contra cristãos no país.

A Constituição indiana garante liberdade religiosa, mas casos como o ocorrido em Borsi continuam sendo relatados com frequência, sobretudo em regiões onde o nacionalismo hindu exerce forte influência social e política.