A decisão de Alexandre de Moraes em mandar prender Jair Bolsonaro (PL) foi comentada por diversos pastores nas redes sociais e considerada uma evidência de que o Brasil se tornou um regime totalitário.
Bolsonaro está proibido de falar com o filho exilado, Eduardo Bolsonaro. (PL-SP), de usar as redes sociais e obrigado a usar uma tornozeleira eletrônica. A medida tomada pelo ministro do STF usou como justificativa as decisões recentes do governo dos Estados Unidos contra o Brasil. Na prática, Alexandre de Moraes responsabiliza o ex-presidente pela sanção imposta por Donald Trump.
No Instagram, o pastor Judiclay Santos, diretor da editora Pro Nobis e pastor da Igreja Batista do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, foi contundente em sua manifestação: “A escalada da tirania fica evidente no abuso de autoridade, violação de direitos humanos, intimidação, prisões arbitrárias, processos jurídicos eivados de erro, ilegalidades, censura e perseguição política. Tudo isso é uma triste realidade. O consórcio do mal, endossado pela mídia prostituta, está empurrando o país para o abismo. Que o Deus vivo, o justo Juiz de toda terra, derrube a tirania e livre o Brasil”.
Renato Vargens, líder da Igreja Cristã da Aliança em Niterói (RJ), também se posicionou: “Não é a Venezuela, é o Brasil que virou uma distopia onde o pai está proibido pela justiça de falar com o próprio filho”.
“Num país dominado pela censura de opiniões divergentes por parte de criminosos no poder, as ações de hoje são surpreendentes?”, escreveu Jay Bauman, pastor da First Baptist Church of Orlando, que atua na filial da igreja no Brasil.
O reverendo Allen Porto, pastor da Igreja Presbiteriana de Barretos, foi sucinto ao expressar sua reprovação ao cenário do país: “Democracia pujante”.
O pastor Yago Martins, do canal Dois Dedos de Teologia e da Igreja Batista Maanaim, em Fortaleza (CE), adotou tom diferente, reiterando suas já conhecidas críticas a Bolsonaro a partir de uma equivalência peculiar: “Bolsonaro é um bandido e está sendo perseguido por um presidente bandido que usa um juiz bandido. Um dia todos eles vão prestar contas a Deus”.
Políticos
Parlamentares e governadores vieram a público também através das redes sociais para manifestar apoio a Bolsonaro: “Nosso presidente Jair Bolsonaro nos avisou. Nos alertou. E vivemos pra ver se cumprir. Estamos a passos largos de nos tornar uma Venezuela”, comentou o pastor Marco Feliciano (PL-SP), deputado federal.
A vereadora Sonaira Fernandes (PL-SP) também usou sua conta no X para publicar uma mensagem de encorajamento: “Lembrem-se sempre: não há mal que dure para sempre”.
O líder do partido de Bolsonaro na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), convocou manifestações: “Brasil nas ruas Já!”.
Um de seus principais aliados, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) destacou o compromisso do ex-presidente com o país e descreveu a situação como humilhante: “Não conheço ninguém que ame mais este país, que tenha se sacrificado mais por uma causa, quanto Jair Bolsonaro. Não imagino a dor de não poder falar com um filho. Mas se as humilhações trazem tristeza, o tempo trará a justiça”.
“Mais um ato absurdo de perseguição política a Jair Bolsonaro. Censuraram suas redes, proibiram de falar com o filho e obrigaram a usar tornozeleira eletrônica. Tudo isso num processo cheio de abusos e ilegalidades. Não existe democracia quando a Justiça é politizada”, protestou Romeu Zema (NOVO-MG).