Legalismo ameaça doutrinas da Reforma, diz Pedro Pamplona

O pastor Pedro Pamplona publicou um vídeo com uma reflexão sobre o distanciamento dos princípios da Reforma Protestante que parte do segmento evangélico enfrenta atualmente, aderindo ao desvio do legalismo, que tanto foi combatida pelos reformadores.

Pamplona, que é pastor da Igreja Batista Filadélfia em Fortaleza (CE), foi enfático ao dizer que “precisamos de uma reforma na mentalidade legalista de boa parte da igreja evangélica brasileira” para evitar que o legado do protestantismo se perca.

“Hoje é 31 de outubro, dia que marcou o início da Reforma Protestante há 508 anos. E se tem algo que os reformadores muito combateram, foi o legalismo. Eles se insurgiram contra um sistema religioso baseado em méritos humanos e rituais, em vez da graça de Deus mediante a fé. Lutero explicou que o legalista busca tornar-se justo pelas obras da lei. E Calvino alertou que nada é mais contrário à fé do que misturar a justiça das obras com a graça de Cristo. Esse é o legalismo que chamo de vertical, focado em nossa relação direta com Deus”, contextualizou o pastor.

O mesmo problema, porém, se apresenta de formas diversas e tão danosas quanto: “Existe uma outra manifestação de legalismo que chamo de horizontal. É aquela focada na nossa relação uns com os outros. E acontece quando estabeleço critérios humanos para dizer quem está ou não está reconciliado com Deus e em comunhão comigo. Lutero disse que os falsos santos inventam obras e ordens religiosas como se pudessem servir a Deus por meio delas, mas Deus não quer ser servido por nossas invenções, e sim por aquilo que Ele ordenou”.

“Calvino afirmou que os homens acrescentam às leis de Deus regras de sua própria invenção e com isso fazem da religião uma rede de servidão. John Owen, herdeiro dos reformadores, disse quando homens fazem das tradições externas o padrão da espiritualidade, substituir o espírito pela carne e Cristo pela forma, nós precisamos lembrar que a graça não atua somente na conversão, mas continua nos mantendo em Cristo ao longo de toda a caminhada”, acrescentou Pamplona.

Fardo pesado

Segundo o pastor, “só quem pode legislar sobre a igreja é aquele que deu a própria vida para salvá-la”, e quando as doutrinas se distanciam das Escrituras, a consequência é letal: “Algumas regras humanas podem ser úteis em nos ajudar em algo, mas jamais podemos impô-las sobre toda a igreja como lei divina. Calvino bem lembrou que a pessoa que busca justiça pela lei nunca alcançará descanso, porque sempre se achará em falta”.

“Talvez você esteja precisando desse descanso hoje. Talvez, pastor, sua igreja precise desse descanso agora. Esse é o alívio daquele que disse que tem o fardo leve e o julgo suave. Em vez do peso do legalismo, precisamos da leveza de Cristo e de uma fé que obedece por reverência, amor e gratidão, não por imposição humana ou barganha de salvação. Como disse Spurgeon, não há pior inimigo do evangelho do que o legalismo. Ele é um ladrão que rouba de Cristo a glória de ser Salvador”, finalizou Pedro Pamplona.

Muçulmanos estão cada vez mais abertos ao evangelho na Europa

O missionário Áquila Dantas, vinculado à Junta de Missões Mundiais, relatou a ocorrência de conversões ao cristianismo entre muçulmanos durante trabalhos evangelísticos realizados na Inglaterra.

Em informe divulgado pela organização, Dantas descreveu que o estabelecimento de parceria com uma congregação local tem proporcionado oportunidades para divulgação da mensagem cristã para esse segmento religioso.

Durante visita à nova igreja, a equipe missionária registrou a conversão de um jovem originário do Irã. “Ele ouviu sobre Jesus e entregou sua vida a Ele”, afirmou o missionário, citando um exemplo entre os muçulmanos locais.

De acordo com o relato, o convertido iniciou o processo de discipulado e, subsequentemente, um amigo afegão do jovem também decidiu seguir o cristianismo. Dantas solicitou orações pelo “batismo e crescimento espiritual” dos novos convertidos.

O missionário apresentou dados contextuais, indicando que aproximadamente 15% da população londrina professa o islamismo. Citando estudos sociológicos, ele mencionou que uma parcela entre 2% e 3,5% de grupos organizados pode influenciar transformações sociais significativas.

“É isso que vemos com frequência na mídia sobre a realidade da islamização da Europa pós-cristã”, observou ele.

Dantas destacou diferenças no contexto evangelístico europeu: “Diferentemente da realidade nos seus países de origem, aqui podemos falar, sem restrições, sobre quem é Issa al Masih [Jesus Cristo]”. O missionário relatou ainda encontros com famílias do Paquistão e Sudão para discussões sobre espiritualidade.

Em suas considerações finais, Dantas caracterizou a região como “campos brancos, prontos para a colheita”, conclamando por “mais trabalhadores” e apoio às iniciativas missionárias na Inglaterra e em todo o continente europeu voltadas para os muçulmanos que vivem na região.

Ex-traficante testemunha: 'Deus tinha um propósito para mim'

Em meio aos desdobramentos da operação policial no Rio de Janeiro que resultou em 121 óbitos, o depoimento do ex-traficante Maycon Freitas, 26 anos, ganhou ampla circulação em redes sociais.

Morador de Iguaba Grande, ele atuava no tráfico de drogas e relatou em vídeo publicado em seu perfil no Instagram ter encontrado um novo propósito de vida, através de Jesus Cristo, após abandonar o mundo do crime organizado.

“Eu sou uma pessoa que viveu a realidade do crime e de uma favela, sei o que famílias, mães, esposas e pais estão passando agora”, declarou o ex-traficante no registro. “Eu poderia estar morto agora se eu tivesse continuado vivendo essa vida fácil, de mentira, de ilusão e que tem 2 caminhos: cadeia ou morte”.

Em entrevista anterior ao jornal O Globo, o jovem detalhou o momento decisivo para sua mudança: sua prisão em janeiro de 2018 por tráfico de drogas. “Na hora que apontaram a arma para a minha cabeça, pensei que ia morrer. Foi aí que senti que Deus ainda tinha um propósito para mim”, relatou.

Freitas permaneceu nove meses em regime carcerário, período que descreveu como precário – sem contato familiar e utilizando as mesmas vestes. “A cadeia era um inferno, mas foi lá que caiu a ficha. Eu não tinha nascido para aquilo”, afirmou.

Após cumprir parte da pena em liberdade mediante serviços comunitários, manteve-se dependente químico até novo confronto policial, quando ouviu “uma voz dentro de mim: ‘Essa é sua última chance de mudar de vida’”.

Em suas redes sociais, o ex-traficante descreveu ter abandonado substâncias ilícitas e álcool “de um dia pro outro” após essa experiência. “Eu não sei se você vai acreditar nisso, mas eu parei de fumar, parei de beber, parei de cheirar, larguei de um dia pro outro. Eu ouvi uma voz e no dia seguinte eu já não estava mais fazendo nada”, testemunhou.

Atualmente dedicado ao atletismo amador como corredor de meia-maratona, Freitas enfatizou: “Sou a prova de que recomeçar e ressocializar é possível”. Sobre a recente operação no Rio, manifestou: “Se eu estou aqui hoje, gravando vídeo na internet, mostrando de onde eu saí, é na intenção de acordar quem ainda não conseguiu acordar”.

O relato do ex-traficante culmina com uma mensagem dirigida a familiares de envolvidos com o crime: “É conseguir levar esperança para a mãe de alguém que está com o filho no tráfico, com o filho nas drogas, e mostrar para ela que é possível o filho dela sair de lá”.

508 anos da Reforma: Sonaira organiza solenidade na Câmara

O auditório Prestes Maia, na Câmara Municipal de São Paulo, recebeu nesta semana a Solenidade em comemoração aos 508 anos da Reforma Protestante, organizada por iniciativa da vereadora Sonaira Fernandes (PL). O espaço ficou lotado, reunindo mais de 100 pastores de diversas denominações e representantes de diferentes ministérios cristãos.

A cerimônia contou com a participação musical da orquestra Projeto Asaph, sob a regência do maestro Michel Lima, que conduziu o momento de louvor com arranjos sinfônicos de hinos tradicionais protestantes. O evento também reuniu lideranças religiosas e acadêmicas em um ambiente de culto, reflexão e gratidão pela herança da Reforma.

Durante o encontro, Sonaira Fernandes participou ao lado do professor doutor Ivan Durães, do pastor Moisés Diniz, da pastora Cleide Santana e do professor reverendo Samuel Ribeiro. A vereadora descreveu as exposições apresentadas como “firmes em defesa da fé cristã”, destacando a importância de testemunhar o Evangelho em tempos de “crescente cristofobia”.

Legado da Reforma

Em sua fala, Sonaira ressaltou que a Reforma Protestante não apenas transformou a história da Igreja, mas também gerou uma ação prática de serviço ao próximo. Ela lembrou que as lideranças cristãs frequentemente alcançam lugares onde o poder público não chega, prestando auxílio às comunidades mais vulneráveis e manifestando o amor de Cristo por meio de obras concretas.

A vereadora concluiu reafirmando seu compromisso em defender os valores cristãos na esfera pública, reconhecendo o papel das igrejas na promoção da fé, da solidariedade e da esperança em toda a sociedade.

Prevenção do suicídio: evangélicos fazem intercessão em ponte

Em 20 de outubro, membros da Igreja Assembleia de Deus reuniram-se na ponte João Agripino, em São Bento, Paraíba, para realizar uma sessão de oração voltada à prevenção do suicídio.

O ato, caracterizado como “profético” pela congregação, foi organizado em resposta ao registro de aumento nos casos de violência e de mortes por suicídio na cidade, especialmente nesta ponte.

Durante a mobilização, os participantes portaram Bíblias e mantiveram as mãos erguidas enquanto intercediam por pessoas que enfrentam problemas de saúde mental. Em publicação no Instagram, a igreja descreveu o momento como “marcado pela presença de Deus, pela unidade do povo e pela fé que move montanhas”.

O texto acrescentou: “Erguemos nossas vozes ao Céu, repreendendo toda ação maligna, todo espírito de morte e de suicídio que tem assolado vidas”.

A nota ainda enfatizou a crença no poder da intercessão para a prevenção do suicídio: “Declaramos que São Bento pertence ao Senhor Jesus Cristo e que onde abundou a dor, superabundará a graça de Deus. Cremos que a oração da Igreja tem poder”. Além da ponte principal, os cristãos realizaram orações em outros pontos do município.

Esta não é a primeira iniciativa do tipo promovida por evangélicos. Em setembro, durante a campanha Setembro Amarelo, fiéis da Assembleia de Deus em Tubarão, Santa Catarina, realizaram ação semelhante em oito pontes da cidade, portando cartazes com os dizeres “Não ao suicídio, sim à vida”.

Busque ajuda

Para pessoas que possam estar enfrentando dificuldades, recomenda-se buscar atendimento especializado junto ao Centro de Valorização da Vida (CVV), que oferece apoio 24 horas pelo telefone 188, ou nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) de cada município.

Evangelista sobre Halloween: 'Exalta a morte que Cristo venceu'

Durante o período de Halloween, um grupo de cristãos realizou ações de evangelização nas ruas de Lucerna, na Suíça. Liderados pelo evangelista Allan Machado, fundador da IDE Escola Missionária, os voluntários do ministério Presence Revival percorreram residências, entoando louvores e oferecendo orações como alternativa às tradicionais brincadeiras da data.

Em registro em vídeo, o grupo é visto abordando jovens fantasiados com a frase: “Doces ou travessuras? Não, eu tenho uma canção para todos vocês”. A estratégia consistiu em ministrar o evangelho através de cânticos, atraindo a atenção dos presentes no local.

Allan Machado contextualizou a origem do Halloween, explicando que deriva do antigo festival celta “Samhain“. “Ele marcava o fim do verão e o início da estação escura. As pessoas acreditavam que espíritos caminhavam entre os vivos e que as forças das trevas precisavam ser detidas. Elas usavam máscaras, fantasias e acendiam grandes fogueiras na esperança de acalmar ou enganar esses espíritos”, declarou.

O evangelista apresentou ainda dados sobre a celebração na contemporaneidade: “Alguns fatos sobre o Halloween hoje: o número de sequestros e crianças desaparecidas aumenta muito nesta época do ano. Atos de violência, rituais de ocultismo e acidentes com menores nas ruas. Muitos saem sozinhos, à noite, com fantasias sombrias, expostos a perigos”.

Ele também mencionou o aumento nas vendas de artigos relacionados à bruxaria e feitiçaria, práticas que, segundo sua perspectiva, devem ser rejeitadas pelos cristãos.

Em sua pregação, Allan Machado citou passagens bíblicas, incluindo Isaías 5:20 – “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem, mal”. Ele argumentou que “o Halloween está tão distante do Evangelho quanto qualquer prática de feitiçaria. Exalta o medo, a morte e as trevas e tudo o que Cristo venceu na cruz. Nada no Halloween reflete os valores do Reino”.

O evangelista finalizou com um apelo: “Se você é cristão, use essa data para pregar o Evangelho. Enquanto muitos se vestem de morte, vista-se de luz. Enquanto o mundo celebra o terror, celebre a esperança”. A mensagem encerrou com a citação de João 14:6: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida”.

O Presence Revival, ministério sediado na Holanda, tem como objetivo promover adoração e oração em espaços públicos, buscando tornar a presença divina visível em locais de influência. Allan Machado e sua esposa realizam pregações em diversos países, com foco naquilo que denominam “urgência do Evangelho”.

Otoni de Paula critica operação no RJ e cita supostos inocentes

Contrariando a visão da maioria dos conservadores, o pastor e deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) classificou a operação policial de terça-feira, 28 de outubro, nos complexos do Alemão e da Penha, como um “ato de execução” e atribuiu responsabilidade direta ao governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL).

A ação, que resultou em mais de uma centena de óbitos que, dezenas de prisões e mais de 90 fuzis apreendidos, além de drogas, é considerada a mais letal já registrada no país. Segundo a Polícia carioca, contudo, apenas quatro mortes foram de agentes de segurança e, portanto, pessoas inocentes, sendo todas às demais de criminosos integrantes do Comando Vermelho.

Otoni de Paula, no entanto, afirmou que “nitidamente os policiais estavam com liberdade para executar porque nenhuma ação nesse nível e nessa gravidade ocorre sem que o policial se sinta protegido por alguma ordem do governador. Algo como ‘faça o que tem que fazer’”.

Sem mencionar o grande número de armamento de guerra apreendido, bem como os vídeos dos criminosos divulgados pela Polícia, o pastor que recentemente vem adotando uma postura pró-Lula também criticou a tática usada pelas forças de segurança.

Sobre a estratégia policial de deslocar o confronto para uma área de mata na Serra da Misericórdia, denominada “muro de proteção”, Otoni de Paula declarou: “O que chamaram de ‘muro de proteção’ é o muro da morte. Levaram os criminosos —e não sei se haviam inocentes naquele local também— para um ato de execução”.

O governador Cláudio Castro, por outro lado, defendeu a medida, afirmando que visava “minimizar impactos” à população.

Membros de igreja?

Em sessão da Câmara dos Deputados na quarta-feira, 29 de outubro, Otoni de Paula também relatou de forma emotiva que pelo menos quatro jovens vinculados à sua igreja foram mortos durante a operação no Rio de Janeiro.

Ele atribuiu as mortes a racismo. “Quem está falando é pastor. E não é pastor progressista não. Só de filho de gente da igreja, eu sei que morreram quatro. Meninos que nunca portaram fuzis, mas que estão sendo contados no pacote como se fossem bandidos”, afirmou.

Otoni de Paula também expressou preocupação com a segurança de um de seus filhos, que atua em comunidades. “É fácil para quem não conhece a realidade da favela subir na tribuna e dizer: ‘que bom, matou’. É porque o filho de vocês não estão lá dentro, como o meu filho está o tempo todo. E o meu pânico é que ele é preto”, disse.

O parlamentar acrescentou que sempre orientou seus filhos a se vestirem de forma impecável, não por vaidade, mas como “questão de sobrevivência”.

Como desdobramento, o deputado anunciou que irá requerer, por meio da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, que a Polícia Federal conduza uma investigação autônoma sobre o caso.

“O Estado [do Rio] perdeu as condições de fazer esse processo investigativo do que ele mesmo fez, dessa carnificina. Você tem que ter o mínimo de autonomia investigativa”, justificou. Na quinta-feira, 30 de outubro, ele e outros parlamentares visitaram o Complexo da Penha para verificar a situação local.

Por fim, sobre o debate em torno da operação, ele concluiu, segundo a Folha: “Esse não é um tema de esquerda, não é um tema de direita. É um tema humanitário. Infelizmente era interesse do governador de que isso acontecesse, ou seja, de que esse nível de discussão rasteiro e pequeno tomasse conta do debate. A gente não pode permitir que isso aconteça”.

Michelle Bolsonaro: Lula tornou-se cúmplice de narcotraficantes

Em 30 de outubro de 2025, a presidente da legenda PL Mulher, Michelle Bolsonaro, emitiu um posicionamento oficial endossando a operação de segurança pública realizada três dias antes em comunidades do Rio de Janeiro, a qual resultou na apreensão de mais de 90 fuzis, dezenas de prisões e mais de 120 mortes.

Das 121 fatalidades, quatro foram de membros das forças de segurança, sendo as demais, segundo a Polícia, figuras ligadas à facção criminosa Comando Vermelho. A ação, considerada a de maior letalidade já registrada no estado, envolveu 2.500 agentes e teve como alvo a desestruturação da organização criminosa.

O documento divulgado por Michelle Bolsonaro, intitulado “As mães e a (in)segurança pública”, concentrou suas críticas no presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mencionando-o nominalmente oito vezes.

Em um dos trechos, a nota estabelece uma conexão entre o líder brasileiro e os presidentes Nicolás Maduro, da Venezuela, e Gustavo Petro, da Colômbia, referindo-se ao grupo como “Trio da Destruição”.

A publicação afirma que “Os traficantes brasileiros há muito deixaram de ser meros vendedores de drogas. Eles se transformaram em narcoterroristas – uma realidade que não pode mais ser ignorada”.

O texto acrescenta que “Na América do Sul, uma tríade de governantes – Maduro, Petro e Lula, o chamado Trio da Destruição – parece atuar incansavelmente para favorecer os traficantes, inclusive recusando-se a classificá-los como narcoterroristas”.

Como exemplo de suposto alinhamento com o crime organizado, o manifesto cita declaração proferida por Lula durante visita à Indonésia em 24 de outubro, quando o presidente afirmou que traficantes seriam “vítimas dos usuários”. Posteriormente, a assessoria da Presidência esclareceu que a fala havia sido “mal colocada”.

Sobre os indivíduos mortos na operação, o texto do PL Mulher afirma que “não eram vítimas, mas algozes” e que “colheram o que plantaram: violência, destruição e morte”. O manifesto também direcionou críticas à cobertura midiática, afirmando que a imprensa, “paga pelo governo com dinheiro do povo, tente vender a narrativa de que os narcotraficantes foram as vítimas”.

A nota conclui estabelecendo uma relação de responsabilidade, afirmando que “ao tratar narcotraficantes como vítimas, Lula torna-se cúmplice da dor e da destruição que o tráfico espalha”.

“Oremos para que Deus console também essas mães cujos filhos se tornaram criminosos perigosos, destruindo vidas e famílias”, diz o texto. “Oremos pelo governo do Rio, pelos policiais e suas famílias, por todos que defendem os cidadãos de bem e, especialmente, pelos moradores das comunidades dominadas pelos narcoterroristas – que Deus os

proteja e os livre desse mal constante.”

Evangélicos têm crescimento explosivo na África, diz pesquisador

O pesquisador Jason Mandryk, da organização Operation World, afirmou durante a Assembleia Geral da Aliança Evangélica Mundial (WEA), realizada em Seul, que os evangélicos apresentam um crescimento “explosivo” no continente africano. Em contraste, o avanço em nações ocidentais foi caracterizado como “modesto”.

Em sua exposição, Mandryk detalhou a mudança no panorama global do movimento. Em 1960, os evangélicos correspondiam a 8% dos cristãos no mundo. Atualmente, esse percentual supera 25%, representando uma comunidade estimada entre 600 e 650 milhões de pessoas. “Somos muitos… e estamos crescendo”, declarou o pesquisador, atribuindo o crescimento a fatores como natalidade, evangelismo e conversão de cristãos de outras denominações.

Cerca de 70% dos cristãos do mundo, incluindo um número significativo de evangélicos, residem atualmente na África, Ásia e América Latina. Mandryk descreveu as igrejas evangélicas africanas como “vibrantes” e de “rápido crescimento”, ressaltando que quase 70% de todo o crescimento cristão global ocorre exclusivamente no continente africano. Este fenômeno, que ele vinculou a um processo de “urbanização acelerada”, tornou-se evidente a partir de 1980, marco descrito como um “ponto de virada”.

“O futuro do cristianismo já está aqui e já está aqui há 45 anos. A noção de cristianismo e evangelicalismo como a religião do homem branco está desaparecendo rapidamente no retrovisor”, afirmou Mandryk. Esta nova realidade, segundo ele, impõe uma reflexão: se o movimento é guiado pelas atuais realidades demográficas ou pelos “vestígios do passado”.

O crescimento acelerado dos evangélicos na África traz consigo desafios urgentes. Mandryk enfatizou que “o discipulado precisa estar entre nossas principais prioridades”, juntamente com o treinamento pastoral e o desenvolvimento de liderança.

Definição e Reputação do Termo “Evangélico”

Mandryk também abordou a falta de consenso sobre a definição do termo “evangélico”, que é alvo de debate há décadas. Ele observou a existência de uma “gama vertiginosa de definições” e que o termo é, por vezes, usado “de forma injusta, imprecisa e até prejudicial”.

“Significa coisas diferentes para pessoas diferentes. E até mesmo ser evangelizador significa coisas diferentes para diferentes evangelizadores”, disse, acrescentando que a comunidade precisará operar na ausência de uma definição única e universal.

O pesquisador reconheceu que a reputação do movimento entre os evangélicos foi afetada por uma sucessão de escândalos. “Muitas vezes, temos apresentado um testemunho fraco para o mundo dominante”, declarou. Ele observou que, em alguns contextos, o termo “evangélico” passou de uma conotação positiva para ser associado a palavras como “hipócritas, intolerantes e odiosos”.

Desafio Central: Formação Teológica na África

O painel contou também com a participação do Dr. David Tarus, da Associação de Evangélicos na África, que expôs um dos maiores obstáculos para o crescimento sustentável: a formação pastoral.

Dados de uma pesquisa realizada por sua organização indicam que 90% dos pastores africanos não possuem qualquer formação teológica formal. Além disso, 79,5% não detêm um diploma de bacharelado. Para 87,9% desses líderes, a falta de recursos financeiros é a principal barreira, enquanto 27,4% citam a falta de tempo.

“Era de se admirar” que o cristianismo africano enfrente desafios como sincretismo, teologia da prosperidade e divisões, questionou Tarus. Ele defendeu que é “fundamental” repensar o acesso à formação teológica, argumentando que a igreja “não deve esperar que as pessoas venham às nossas instituições”, mas sim “levar a educação teológica à igreja local e às comunidades”.

Foram citadas iniciativas que combinam formação informal com cursos formais, estes últimos muitas vezes inviáveis para a maioria dos pastores devido à sua duração de quatro anos. Tarus ilustrou a eficácia do modelo informal com o exemplo de seu próprio pai, que fundou diversas igrejas após receber treinamento “debaixo das árvores” por cristãos de instituições teológicas.

“Precisamos começar a imaginar maneiras de desenvolver esse tipo de líder, porque são esses os líderes de que a Igreja depende”, concluiu o Dr. Tarus, segundo o The Christian Today.