Imposto de importação: pesquisa revela impacto tributário negativo

Um estudo encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e realizado pelo Nexus indica que 40% dos consumidores brasileiros já abandonaram transações de comércio internacional devido à incidência do Imposto de Importação.

A pesquisa, popularmente chamada como “taxa das blusinhas”, registrou crescimento significativo neste comportamento: o índice de desistências saltou de 13% em maio para 38% em outubro de 2024.

Entre os entrevistados que interromperam transações devido ao imposto, 42% cancelaram definitivamente a aquisição. Alternativas de consumo incluíram busca por produtos similares de origem nacional (32%), aquisição em estabelecimentos físicos (14%) ou procura em outros sites internacionais (11%).

O superintendente de Economia da CNI, Marcio Guerra, avaliou em nota oficial que “os números demonstram impacto positivo para a indústria brasileira”, acrescentando que a tributação atual “permanece em nível consideravelmente inferior ao necessário para equilíbrio fiscal, considerando a carga tributária inferior em outros países”.

A investigação apurou ainda outros fatores determinantes para desistência de compras online: custos de frete (45%), tributação via ICMS (36%) e prazos de entrega extensos (32%).

A base amostral compreendeu 2.008 pessoas com idade igual ou superior a 16 anos, entre 10 e 15 de outubro de 2024, abrangendo todas as unidades federativas. A margem de erro estimada é de 2 pontos percentuais, com 95% de confiabilidade.

Reviravolta: reforma de lei de blasfêmia avança no Paquistão

O governo do Paquistão sinalizou uma possível reforma nas controversas leis de blasfêmia, após uma série de medidas contra o extremismo religioso e declarações do ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Azam Nazeer Tarar, que prometeu “novas salvaguardas processuais” para evitar abusos da legislação.

O anúncio foi feito em 16 de outubro, durante um simpósio nacional sobre Harmonia Inter-religiosa e Direitos Fundamentais, realizado em Islamabad.

Proposta de mudança

Segundo Tarar, o governo pretende prevenir falsas acusações, assegurar investigações justas e garantir sensibilidade judicial em casos de blasfêmia, considerados crime capital quando direcionados ao profeta Maomé. Ele afirmou que “a proteção das minorias e o respeito aos seus direitos estão no cerne da Constituição paquistanesa” e que o Estado tem responsabilidade direta em promover tolerância e equilíbrio religioso.

O ministro também fez um apelo ao judiciário, à mídia e à sociedade civil para cooperarem na promoção do diálogo e da compaixão entre comunidades. As reformas, segundo ele, buscam reduzir décadas de violência e injustiça, muitas vezes resultantes de acusações infundadas usadas como instrumento de vingança pessoal.

Reação

O deputado Ejaz Alam Augustine, representante cristão do Punjab, elogiou o plano de reforma, afirmando que o extremismo no país tem sido alimentado pelo uso indevido das leis de blasfêmia. “O sacrilégio é inaceitável, mas o abuso dessas leis para perseguições pessoais tem levado à violência e ao medo entre minorias”, disse. Para ele, a revisão é essencial para proteger comunidades vulneráveis e garantir justiça igualitária.

Em 23 de outubro, o governo federal aprovou uma nova proibição ao Tehreek-i-Labbaik Pakistan (TLP), sob a Lei Antiterrorismo, após protestos violentos que deixaram mortos e bloquearam rodovias entre Karachi e Islamabad. O grupo, fundado em 2015 e transformado em partido político no ano seguinte, já havia sido banido em 2021, mas teve a restrição suspensa meses depois.

Autoridades afirmaram que a medida atual se deve ao descumprimento das promessas de não recorrer à violência. O ministro de Estado do Interior, Talal Chaudhry, afirmou que o TLP “agiu como um grupo extremista e violou seus compromissos anteriores”.

Repressão

Fontes de segurança relataram que o nível de radicalização religiosa no país alcançou ponto crítico, tornando a ação governamental “inevitável”. Segundo dados internos, 95% dos candidatos a cargos de segurança de base declararam apoiar o assassinato do governador de Punjab, Salmaan Taseer, morto em 2011 por criticar as leis de blasfêmia.

O TLP, que ganhou destaque ao defender o autor do crime, foi associado a crescentes acusações de blasfêmia e a ataques contra cristãos e ahmadis. Em agosto de 2023, seus apoiadores destruíram igrejas e casas cristãs em Jaranwala, após dois homens serem falsamente acusados de profanar o Alcorão. Em junho de 2024, um cristão idoso, Nazeer Masih Gill, foi linchado em Sargodha sob acusação semelhante.

Minorias religiosas

A repressão ao extremismo e o plano de revisão legal representam um teste decisivo para o futuro da liberdade religiosa no país. A expectativa é de que as novas salvaguardas judiciais possam reduzir abusos e proteger minorias cristãs, hindus e ahmadis, frequentemente afetadas por acusações sem provas, de acordo com informações do portal Christian Today.

Embora a iniciativa ainda dependa de aprovação legislativa, o governo reconhece que as leis de blasfêmia, criadas no período colonial britânico, têm sido manipuladas por décadas. O debate atual reflete uma tentativa inédita de reconciliar fé, justiça e segurança nacional em uma das sociedades mais sensíveis do mundo islâmico.

Filha de fundador do Hamas sonha com Jesus e se rende

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Criada em um lar profundamente ligado ao movimento Hamas, Juman Al Qawasmi cresceu aprendendo a odiar judeus e cristãos. Filha de Abu Jafar, um dos fundadores do grupo, ela contou que sua infância foi marcada por uma educação voltada à intolerância e pelo convívio direto com a violência na Faixa de Gaza.

“Nasci e fui criada no Catar, e meu pai e minha mãe me ensinaram a odiar Israel, os judeus, os cristãos e até os muçulmanos xiitas, qualquer um que não pertencesse ao Hamas”, relatou. Educada em escolas islâmicas, Juman foi ensinada que o Alcorão ordenava a morte dos judeus.

Em 2002, mudou-se para Gaza, onde se casou com um membro do Hamas. Quando o grupo assumiu o poder da região em 2007, começou a testemunhar a violência contra israelenses e também contra o próprio povo palestino. “Eles prometeram igualdade, mas apenas pioraram Gaza. Passaram a matar palestinos e espalhar o medo entre os que não pertenciam ao Hamas”, contou.

Questionamentos e medo

Juman lembrou um episódio que marcou o início de seu questionamento sobre o Islã. “Durante uma guerra, Israel ligou para o meu ex-marido e pediu que avisasse nossos vizinhos sobre um bombardeio, para que saíssem de casa. Ele mentiu dizendo que não havia ninguém. Naquela noite, a casa foi atingida, e eu pensei que morreria também”, recordou.

A partir desse momento, ela começou a duvidar da fé islâmica que seguia. “Senti que havia algo errado. O deus do Alcorão não podia ser o verdadeiro Deus. Eu vivia com medo, achando que Ele nunca ficaria satisfeito comigo”, disse.

O encontro com Jesus

Em 2012, passou a orar pedindo que o verdadeiro Deus se revelasse. “Eu dizia: ‘Se o Senhor existe, quero conhecê-lo, quero ser salva’”. Dois anos depois, em 2014, disse ter vivido uma experiência sobrenatural.

“Sonhei que estava com minha mãe olhando para a lua, e dela surgiu o rosto de Jesus, que me disse em árabe: ‘Sou Yeshua. Você é minha filha, não tenha medo’.” Ao acordar, Juman afirmou ter visto uma luz em seu quarto e compreendido que aquilo era real. “Nunca tinha ouvido o nome Yeshua, mas quando ouvi, senti paz. Foi a primeira vez que senti que alguém me amava”, contou.

Conversão e nova vida

Após o sonho, Juman começou a pesquisar sobre Jesus na internet e encontrou um site cristão egípcio. Lá, aprendeu sobre o Evangelho e ficou impressionada com a mensagem de amor aos inimigos. Em contato com a administradora da página, recebeu orientação para ler a Bíblia e passou a estudar sobre Cristo.

“Ela me contou que milhares de muçulmanos estavam vendo Jesus em sonhos e se convertendo”, afirmou. Tocada por essa revelação, Juman aceitou Jesus como seu Salvador e decidiu deixar o marido, que permanecia ligado ao Hamas. Hoje, ela vive livre para professar sua fé.

“Jesus é vida e liberdade. Ele ama os muçulmanos e quer nos libertar do medo. Devemos colocar nossos olhos n’Ele e crer que é o único caminho”, declarou.

A ex-muçulmana também fez um apelo por discernimento sobre o conflito em sua terra natal. “O Hamas sempre causa destruição. Sou palestina, mas sei que a terra de Israel foi prometida aos judeus”, afirmou, na entrevista concedida à CBN News.

Sua história, marcada pela violência, dúvida e fé, tornou-se um testemunho de transformação espiritual e reconciliação com Deus após uma vida de medo e intolerância.

Inglaterra: 4° ano seguido de crescimento de presença em cultos

As estatísticas mais recentes da Igreja da Inglaterra apontam para o quarto ano consecutivo de aumento na frequência aos cultos, ainda que os números permaneçam inferiores aos níveis anteriores à pandemia.

O relatório, publicado em 2024, mostra sinais de recuperação gradual e variação significativa entre as mais de 16 mil igrejas espalhadas pelo país.

Segundo os dados das Estatísticas Anuais da Missão, a Igreja registrou 1,009 milhão de fiéis regulares em 2024, um aumento de 0,6% em relação a 2023, consolidando o segundo ano seguido em que o total ultrapassa um milhão de participantes.

A frequência média de pessoas de todas as idades nos cultos de domingo cresceu 1,5%, chegando a 581 mil fiéis, enquanto a frequência semanal geral aumentou 1,6%, alcançando pouco mais de 702 mil. O crescimento foi impulsionado, sobretudo, pela participação de adultos, cuja frequência dominical e semanal subiu 1,8% em ambas as medições.

Batismos e confirmações

O relatório também destaca o aumento nos batismos e confirmações, especialmente entre adultos e adolescentes. Em 2024, foram registrados 8.700 batismos de adultos, contra 7.800 em 2023. Entre jovens de 11 a 17 anos, o número passou de 2.100 para 2.400, e as confirmações cresceram 5,3%, subindo de 10.700 para 11.300.

Segundo o documento, embora a recuperação pós-pandemia esteja desacelerando, a tendência geral indica retorno à normalidade e, em algumas regiões, crescimento acima das expectativas.

O relatório observa que, apesar do avanço geral, há forte disparidade entre as dioceses. “Embora a frequência nacional em 2024 ainda seja menor do que em 2018, há grande variação entre as igrejas. Algumas diminuíram mais rapidamente do que a média, outras mais lentamente, e algumas cresceram”, aponta o texto.

Cerca de 12% das igrejas registraram aumento na frequência dominical e semanal em relação a 2019, enquanto 48% tiveram queda nos mesmos indicadores. A Igreja atribui essas diferenças a fatores locais e circunstâncias pontuais, como eventos comunitários e mudanças demográficas.

Revitalização e novos convertidos

Entre os exemplos positivos, o relatório cita a igreja de São Miguel e Todos os Anjos, em Runcorn, que registrou 17 novos batismos — o maior número de sua história — e o maior volume de confirmações dos últimos 20 anos.

O bispo de Colchester, Roger Morris, expressou otimismo diante dos resultados:

“Nossas comunidades religiosas continuam trabalhando de forma criativa e entusiasmada para se recuperarem após a pandemia. Temos visto mais pessoas se envolvendo com suas igrejas locais, participando de cursos, buscando batismo e confirmação, e servindo nas comunidades”, declarou.

Morris destacou ainda que o crescimento entre crianças e jovens é uma prioridade fundamental para a instituição. “Toda semana ouço histórias de pessoas que encontraram paz, significado e propósito em sua fé e na vida comunitária da igreja”, acrescentou.

“Igreja está viva e crescendo”

A bispa de Aston, Esther Prior, também celebrou os sinais de renovação espiritual. “Deus continua a agir de maneiras extraordinárias. Nas últimas semanas, confirmei a conversão de mais de 30 pessoas, incluindo 10 em Hodge Hill. É comovente ver vidas transformadas pela esperança do Evangelho”, afirmou, conforme informações do Christian Today.

Para a liderança da Igreja, os dados de 2024 refletem uma recuperação lenta, porém constante, marcada pelo fortalecimento da fé, pelo renovado interesse em rituais cristãos e pela retomada da vida comunitária, após anos de desafios impostos pela pandemia.

‘Continua orando’, disse PM à mulher antes de morrer no Rio

O 3º sargento do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), Heber Carvalho da Fonseca, morreu após ser atingido durante uma megaoperação das Polícias Civil e Militar nos Complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, na manhã de terça-feira, 28 de outubro.

Pouco antes do confronto, o PM trocou as últimas mensagens com a esposa, Jéssica Araújo, que publicou a conversa em suas redes sociais.

“Você tá bem? Deus está te cobrindo. Estou orando”, escreveu Jéssica. Heber respondeu em seguida: “Estou bem. Continua orando.” A breve troca de mensagens se tornou o último contato entre o casal.

Minutos depois, Jéssica continuou tentando falar com o marido. “Te amo. Cuidado, pelo amor de Deus. Muitos baleados. Amor, me dá sinal de vida sempre que puder”, escreveu em novas mensagens. Entre 13h33 e 13h36, ela realizou diversas ligações, todas sem resposta.

A viúva relatou a dor da perda nas redes sociais, mencionando a filha do casal. “Outubro, mês do aniversário da minha filha. E para o resto da vida ela vai lembrar do paizinho dela”, desabafou.

Em outra publicação, Jéssica recordou as palavras do marido sobre o risco constante da profissão. “Ele dizia que tinha uma senha em suas mãos toda vez que perdia um colega. Que o dia que acontecesse com ele, seria fazendo o que mais amava. E a gente nunca acredita, esse dia chegou”, escreveu.

A viúva afirmou não conseguir expressar a dor da perda e destacou o amor e o compromisso do marido com o trabalho, de acordo com informações da revista Oeste.

Homenagem oficial

Além de Heber Carvalho da Fonseca, outros três policiais morreram na mesma operação: o sargento Cleiton Serafim Gonçalves, também do Bope, e os agentes Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, da 53ª Delegacia de Polícia, e Rodrigo Velloso Cabral, da 39ª DP.

Os dois sargentos do Bope foram levados ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, mas não resistiram aos ferimentos.

O governador Cláudio Castro (PL) lamentou as mortes nas redes sociais. “Hoje o Rio de Janeiro amanheceu de luto. Quatro bravos policiais foram mortos por narcoterroristas durante a Operação Contenção, em um dia histórico de enfrentamento ao crime organizado”, escreveu no X.

Castro anunciou que os quatro agentes serão promovidos postumamente: “Minha solidariedade e minhas orações estão com as famílias, amigos e colegas de farda desses heróis. Eles serviram ao Estado com coragem, defendendo o que acreditavam: um Rio mais seguro e livre”, declarou.

‘Continua orando’: veja mensagem de PM à mulher antes de morrer operação no Rio
Print da troca de mensagens entre PM e esposa; Foto: reprodução/redes sociais

Artista do rock cristão, Guirroh testemunha como Deus o resgatou

O músico Guirroh, reconhecido no segmento do rock cristão, detalhou em participação no Maquir Podcast episódios anteriores de envolvimento com substâncias psicoativas e conflitos emocionais, que denominou como período no “mundo das trevas”. O artista descreve mudança significativa após experiência que classifica como encontro espiritual com Jesus Cristo.

Experiência com Objeto Religioso

Em determinado momento de seu afastamento religioso, Guirroh relatou episódio envolvendo um exemplar bíblico recebido de seu pai – com quem mantinha relacionamento familiar complexo, posteriormente revelado como figura paterna adotiva.

Anos após ter tocado fogo em uma versão anterior das Escrituras, uma nova edição foi dada a ele de presente pelo seu pai. Convertido ao cristianismo, foi nesse momento em que ele adicionou a versão da Bíblia a uma coleção de livros sobre filosofia e astrologia.

Segundo Guirroh, “a Bíblia acendeu no escuro” durante a noite, sem intervenção física aparente. O artista descreveu sua percepção atribuída ao Espírito Santo, indicando ser “o único livro com luz viva” naquela ocasião.

“Aquela Bíblia lá que eu ganhei no hospital, que eu saí e tal, ela acendeu no topo dos livros de noite, de madrugada”, disse ele. Seu pai, acordado para testemunhar o fenômeno, teria afirmado: “Tem coisas que Deus faz uma vez na vida. Aproveita e vai dormir”.

Temáticas de Saúde Mental e Vulnerabilidade

Em suas reflexões, Guirroh abordou questões relacionadas à saúde mental, citando passagens de automutilação como manifestação de dor emocional não verbalizada. “Todo excesso esconde uma falta. Às vezes, a pessoa grita a dor no corte ou na droga”, analisou, sugerindo que tais comportamentos frequentemente mascaram carências afetivas ou traumas não resolvidos.

O músico enfatizou a importância do acolhimento emocional, particularmente entre jovens, observando que ambientes religiosos nem sempre fornecem espaços adequados para tal.

Experiência Extrassensorial

Guirroh descreveu ainda um episódio que caracterizou como encontro com entidades espirituais adversas, vivenciado em estado de plena consciência. Ele narrou a sensação de levitação, invasão por “sombra como fumaça cinza escura” e comunicação auditiva que previa seu falecimento por parada cardíaca.

Por fim, o músico afirmou ter interrompido a experiência através da invocação do “sangue de Jesus”, recuperando instantaneamente suas capacidades respiratórias. A vivência teria motivado seu retorno à vida cristã, o que lhe permitiu a redefinição de seu trabalho artístico como missão evangelística dirigida a públicos marginalizados.

Egito: cristãos têm casas e plantações incendiadas

Conflitos de natureza anticristã foram registrados na vila de Nazlat Jalf, localizada na província de Minya, no Alto Egito, após a circulação de rumores sobre um suposto relacionamento entre um jovem cristão e uma moça muçulmana.

A divulgação dessas informações nas redes sociais provocou uma onda de hostilidade e levou a ataques contra famílias cristãs da região.

Segundo moradores, uma multidão se reuniu e começou a atirar pedras e objetos incendiários contra residências e propriedades de cristãos, causando danos materiais significativos. Embora não tenham sido relatadas mortes ou ferimentos, diversas casas e plantações foram parcialmente destruídas. Cristãos locais também receberam ameaças virtuais após os confrontos.

A polícia egípcia interveio e prendeu parte dos agressores, conseguindo restabelecer a ordem após horas de tensão. De acordo com informações enviadas à organização Solidariedade Cristã Mundial (CSW), as autoridades locais promoveram uma sessão de reconciliação entre as comunidades envolvidas — prática comum em episódios de violência sectária no Alto Egito.

Práticas extrajudiciais

A CSW criticou o modelo de reconciliação adotado, classificando-o como um “mecanismo extralegal” que frequentemente impõe acordos informais e desiguais às vítimas. Segundo a entidade, os responsáveis por ataques desse tipo raramente enfrentam punições proporcionais, o que favorece a repetição de episódios semelhantes.

Organizações de defesa da liberdade religiosa também expressaram preocupação com a atuação recente do governo egípcio, especialmente em relação à fiscalização de grupos religiosos não registrados, apesar de a Constituição nacional garantir formalmente o direito à liberdade de crença.

Igualdade e justiça

Ao comentar o caso, Scot Bower, diretor executivo da Solidariedade Cristã Mundial, afirmou que os ataques sectários “não são apenas agressões contra pessoas inocentes, mas também uma violação dos direitos fundamentais e da dignidade humana que devem ser assegurados a todos os cidadãos”.

Ele elogiou a rápida intervenção policial, mas ressaltou que a resposta deve ir além da contenção imediata: “Para que a violência ocorrida em Nazlat Jalf seja realmente combatida, é necessário enfrentar o discurso de ódio, a incitação ao sectarismo e a cultura de punição coletiva que recai sobre comunidades inteiras”.

Bower acrescentou que a justiça egípcia precisa garantir tratamento igualitário a todos os cidadãos, sem distinção de fé ou origem. “Os responsáveis pelos ataques devem ser levados à Justiça, e a impunidade não pode continuar sendo a resposta do Estado diante da perseguição religiosa”, concluiu, de acordo com o Christian Today.

Após atropelamento, mulher quase morta louva a Deus

A interseção entre assistência social e evangelização resultou no registro do testemunho de Francisca, mulher que sobreviveu a atropelamento duplo há doze anos. Durante ação da missão “Retornar Amor”, sua história foi documentada e divulgada através de plataformas digitais.

O relato detalha nove meses em estado de coma, com expectativa médica de 1% de sobrevivência, período após o qual recuperou a consciência de forma que caracteriza como milagrosa. As sequelas do atropelamento incluíram amputação dos pés e necessidade de aprendizado de nova mobilidade.

“Eu disse: ‘Senhor, me leva para a luz, a escuridão é ruim’. Eu estava só de fralda e Ele me levantou. Não sabia nem ir ao banheiro”, testemunhou Francisca.

Em suas declarações, Francisca descreve o processo de adaptação como experiencia espiritual, citando diálogos que manteve em oração para superar limitações físicas. A narrativa enfatiza superação e resignação religiosa frente às adversidades.

A organização evangelística registrou a entrega de auxílio financeiro no valor de R$ 200 acompanhado de passagem bíblica. A receptora manifestou emoção ao receber os recursos, interpretando o gesto como provisão divina para fins específicos.

“Papai me mandou um presente que é você trazer essa mensagem. Eu aceito porque preciso, vou fazer uma ação muito boa [com o dinheiro]”, afirmou ela, com lágrimas nos olhos.

O caso ilustra a atuação de iniciativas religiosas que combinam apoio material com acompanhamento espiritual junto a populações em situação de vulnerabilidade.

'Muitos cristãos são ignorantes sobre a mensagem-chave de Jesus'

Durante a 14ª Assembleia Geral da Aliança Evangélica Mundial (WEA), realizada em Seul, Coreia do Sul, o evangelista e teólogo indonésio Rev. Dr. Stephen Tong fez um pronunciamento contundente sobre a necessidade de santidade no ministério pastoral e fidelidade à mensagem do Evangelho.

Aos 85 anos, Tong — fundador da Igreja Evangélica Reformada da Indonésia — exortou líderes cristãos de todo o mundo a refletirem sobre a coerência entre sua vida pessoal e seu chamado espiritual.

“Que vergonha”

Em um discurso firme, o evangelista lamentou o comportamento de líderes religiosos que, segundo ele, vivem em contradição com os princípios que pregam: “Tenho visto muitos pastores que cometem pecados, mas vão até o altar toda semana e pregam. Que vergonha para esses tipos de servos de Deus”, declarou.

Ele criticou especialmente o que chamou de hipocrisia ministerial, afirmando que alguns líderes vivem em pecado durante a semana e sobem ao púlpito aos domingos como se nada tivesse acontecido. “Esse é o tipo de cristão trapaceiro, o tipo de líder hipócrita da igreja”, disse.

Chamado à santidade

Tong destacou que ninguém — nem mesmo os pastores — pode entrar no Reino de Deus sem arrependimento verdadeiro. “Você é santo? Sua vida é uma vida santa? Sua mente, sua boca, suas mãos e seus pés são santos? Se você puder manter tudo santo, então poderá ser um servo de Deus”, afirmou.

O evangelista recordou que a santidade é o fundamento do serviço cristão e que a autoridade espiritual não pode existir sem integridade moral. “Não é possível proclamar o Evangelho com credibilidade enquanto se vive em contradição com ele”, enfatizou.

“Não entenderam Jesus”

Em seguida, Tong voltou-se aos cristãos em geral, lamentando que muitos frequentem igrejas há anos sem compreender o tema central do ensino de Cristo. “Muitos cristãos, depois de anos frequentando o culto dominical, não sabem qual é o tema principal da Palavra de Deus”, observou.

Segundo ele, a mensagem principal da pregação de Jesus foi o Reino de Deus, mas muitos ainda interpretam o Evangelho de forma restrita ou nacionalista. “Os próprios discípulos pensaram que Jesus vinha restaurar o Reino de Israel, mas Ele falava de algo maior — o Reino eterno de Deus”, explicou.

A Igreja na Coreia

Dirigindo-se à Igreja coreana, anfitriã da assembleia, Tong advertiu que muitos cristãos no país têm se concentrado mais em questões políticas e nacionais do que na vontade de Deus. “Eles só pensam no destino da Coreia do Sul, e não na vontade do Senhor. Acredito que Jesus ficou muito decepcionado porque Seu público nunca o entendeu”, afirmou.

A assembleia da WEA, que reúne delegados de mais de 800 igrejas e organizações evangélicas de 124 países, acontece a cada seis anos e busca promover unidade, cooperação missionária e fortalecimento do discipulado cristão.

O evento será encerrado com a Declaração de Seul, documento teológico redigido por estudiosos de diferentes nações, que segundo a organização, reafirma a ortodoxia cristã com uma perspectiva asiática.

Além de Tong, outros palestrantes destacaram os desafios contemporâneos enfrentados pela Igreja global. O pesquisador Jason Mandryk, da Operation World, abordou o impacto dos escândalos recentes sobre o testemunho cristão e o rápido crescimento do Evangelho em regiões do hemisfério sul, especialmente na África, onde muitos líderes ainda carecem de formação teológica adequada.

Na noite anterior, o pastor Rick Warren também havia exortado os participantes a seguirem o modelo de ministério de Jesus. “Se aprendermos não apenas a mensagem, mas também o método de Jesus, ganharemos o mundo nos próximos oito anos”, afirmou.

Com discursos marcados por apelos à santidade, unidade e fidelidade bíblica, a assembleia reafirmou o propósito de preparar a Igreja global para o desafio de levar “o Evangelho para todos até 2033”, o 2.000º aniversário da ressurreição de Cristo.

Radicais hindus atacam missionários cristãos com barras de ferro

Um grupo de oito policiais foi afastado de suas funções no distrito de Kathua, norte da Índia, após não intervir em ataque realizado por nacionalistas hindus contra missionários cristãos. O incidente ocorreu na quinta-feira (23) na vila de Juthana, região de Jammu e Caxemira.

Registros em vídeo que circularam nas redes sociais mostram aproximadamente dez extremistas portando paus e barras de ferro cercando um micro-ônibus com cerca de 15 missionários cristãos provenientes do estado de Kerala.

As imagens capturam policiais presentes no local observando a agressão sem adotar medidas de intervenção, com exceção de um único agente que tentou conter os ataques sem sucesso.

De acordo com relatos, os missionários haviam saído de uma refeição em residência local quando o veículo foi interceptado. Os agressores, liderados por Ravindra Singh Thela – militante hindu vinculado ao partido governista Bharatiya Janata Party (BJP) –, acusaram os cristãos de promover conversões religiosas.

Autoridades policiais posteriormente descartaram a existência de evidências que sustentem tais alegações.

O superintendente policial Mohita Sharma determinou a suspensão imediata dos oito agentes, incluindo o comandante do posto policial com jurisdição sobre a área do ocorrido.

Um registro formal foi aberto contra dez suspeitos, sendo que dois deles possuem antecedentes criminais. Ravindra Singh Thela, reconhecido regionalmente por campanhas anticonversão, foi detido após as investigações.

A Índia mantém atualmente a 11ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2025 da organização Portas Abertas, indicando contexto de vulnerabilidade para minorias religiosas no país. As investigações sobre o episódio contra os missionários cristãos permanecem em andamento, segundo informações da International Christian Concern.