JOCUM: militantes islâmicos têm se convertido a Cristo na Nigéria

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Uma atuação missionária na região norte da Nigéria tem registrado casos de conversão a Jesus Cristo entre antigos militantes islâmicos, de acordo com relatos divulgados pela organização JOCUM (Jovens Com Uma Missão).

Os fatos ocorrem em um contexto de conflitos sectários no país, que ocupa a sétima posição na Lista Mundial da Perseguição 2025 da Portas Abertas.

Paul Dangtoudma, líder de uma base da JOCUM estabelecida em zona anteriormente controlada por grupos militantes, afirmou que mais de 60% dos colaboradores atuais da missão são ex-membros de grupos radicais que adotaram o cristianismo.

“Quando Deus nos chamou para ir àquele lugar, era uma zona proibida cheia de violência. Muita gente perdeu a vida lá. Muitas vilas foram destruídas”, relatou o missionário.

O trabalho desenvolveu-se em um ambiente marcado por confrontos. Uma moradora local, em depoimento, descreveu a situação: “O Boko Haram literalmente tomou conta de todo o lugar. Eles entram nas aldeias e as exterminam. Eles matam seus homens. Eles levam as meninas. Você encontra meninas pequenas que se tornam mães entre 10 e 11 anos”.

Rachel Dangtoudma, esposa de Paul, inicialmente receou mudar-se com as filhas para a região. “Deus mudou meu coração e me deu o Seu coração para a nação da Nigéria”, declarou sobre a decisão final.

Entre os convertidos citados está um ex-militante  conhecido como Nightmare, que teria se arrependido de assassinatos cometidos e pedido perdão a viúvas de suas vítimas. Segundo a missão, muitos dos ex-radicais foram alunos da JOCUM e agora atuam como evangelistas, pastores e líderes de louvor. Um caso específico mencionado é o de um ex-militante que, após ser discipulado, tornou-se advogado na Inglaterra.

A ação missionária também inclui acolhimento a viúvas de religiosos. A base da JOCUM oferece atendimento a aproximadamente 6.000 viúvas de pastores mortos em ataques. “Muitas igrejas e pastores foram mortos e as esposas ficaram sem seus maridos, que foram decapitados”, afirmou Rachel Dangtoudma. Paul complementou que “algumas mulheres foram estupradas pelos terroristas na frente de seus filhos”.

Sobre as motivações da violência na região, Paul Dangtoudma analisou: “Eles querem fazer jihad. Eles querem forçar as pessoas a se converterem ao Islã. Não são apenas os cristãos que sofrem; muitos muçulmanos também estão sofrendo. O que está acontecendo é simplesmente demoníaco”.

Os missionários expressam expectativa de transformação no país. “Acredito que Deus está levantando um exército de nigerianos para ir ao mundo todo para Ele ser conhecido”, destacou Rachel. Paul completou:

“A Nigéria impactará o mundo. Muitos missionários serão enviados ao redor do mundo. Veremos um modelo de sociedade que Deus deseja estabelecer à medida que a Nigéria muda e se torna discípula de Jesus”.

Escola orienta pais evitarem que filhos vejam ‘Guerreiras do K-Pop’

Uma escola primária ligada à Igreja Anglicana, no sul da Inglaterra, orientou famílias a desencorajarem os filhos de cantar músicas do filme Guerreiras do K-Pop, alegando que a temática demoníaca da produção entra em conflito com seus valores cristãos. A medida provocou críticas de pais que consideraram a decisão excessiva e injusta com as crianças que apreciam o longa.

A Lilliput Church of England Infant School, em Poole, no condado de Dorset, enviou um comunicado às famílias pedindo que os alunos não apresentassem nem cantassem, durante o horário escolar, músicas do filme da Netflix Guerreiras do K-Pop, conforme noticiou o The Telegraph.

Na mensagem, o diretor interino, Lloyd Allington, afirmou que as referências a demônios presentes na obra eram “profundamente desconfortáveis” para alguns membros da comunidade cristã da escola. Ele argumentou que, embora os pais tenham liberdade para decidir o conteúdo consumido pelos filhos em casa, o colégio tem a responsabilidade de preservar um ambiente alinhado à sua identidade religiosa. Segundo o diretor, para parte dos cristãos, menções a demônios, ainda que em contexto ficcional ou humorístico, são espiritualmente perturbadoras e podem ser interpretadas como incompatíveis com o ensino de que as crianças devem rejeitar o mal.

Guerreiras do K-Pop, lançado em junho, mistura temas adolescentes com elementos sobrenaturais. O enredo acompanha um grupo feminino fictício de K-pop que, secretamente, combate demônios, além de apresentar a boy band demoníaca Saja Boys, cuja música trabalha temas como tentação e sedução. A produção tornou-se o filme mais assistido da história da Netflix e originou uma trilha sonora de grande sucesso comercial.

A canção Golden liderou as paradas britânicas por dez semanas e foi interpretado pela banda da Força Aérea Real na troca da guarda no Palácio de Buckingham, enquanto a faixa Soda Pop foi apresentada no programa Strictly Come Dancing, da BBC.

A compositora EJAE, que dá voz a uma das personagens principais e escreveu diversas canções da trilha, já havia comentado sua formação cristã e o sentido da música Your Idol em entrevista à Forbes. Na trama, a canção é interpretada pelos Saja Boys e aborda a obsessão de fãs que os artistas buscam explorar para controlá-los. EJAE afirmou que a letra dialoga com a ideia de idolatria, lembrando que, em sua educação cristã, idolatrar algo é considerado pecado. Ela descreveu a proposta como uma versão “distorcida” da frase “eu serei o seu ídolo”, ressaltando o caráter inquietante da música.

Na carta enviada inicialmente, Allington classificou o episódio como uma oportunidade para discutir a diversidade de crenças dentro da comunidade escolar e refletir sobre como apoiar aqueles que, por motivos de fé, se sentem desconfortáveis com determinados conteúdos. Ele enfatizou que o pedido da escola tinha como objetivo reafirmar seu compromisso com um ambiente cristão, e não controlar as preferências pessoais das crianças fora do contexto escolar.

A orientação, no entanto, foi mal recebida por parte dos pais. Em declaração à BBC, um deles, que se identificou como ateu, afirmou que considerou a medida “ridícula” e “um pouco impositiva”. Segundo ele, sua filha e colegas vinham se divertindo ao cantar as músicas juntos e as apresentavam em atividades extracurriculares, o que via como uma prática inocente e positiva para a autoconfiança das crianças. Outro responsável classificou o episódio como inédito e sugeriu que a escola pode ter se sentido pressionada a assumir uma posição pública, embora tenha ressaltado que, em geral, mantém boa avaliação da instituição.

Diante da repercussão, a escola revisou o teor da comunicação. Em uma segunda carta, divulgada na segunda-feira, Allington reconheceu que muitas famílias avaliam o filme de forma positiva, destacando as mensagens sobre coragem, bondade e trabalho em equipe. Ele agradeceu aos pais que compartilharam suas perspectivas e afirmou que a escola passou a reconhecer o valor que parte da comunidade enxerga nos temas da produção.

O diretor esclareceu ainda que a instituição não estava pedindo que os pais impedissem os filhos de assistir ao filme ou de apreciar suas músicas em casa, e que os docentes não transmitiriam essa orientação dentro da sala de aula. O foco, explicou, será auxiliar os alunos a compreender que colegas podem ter crenças diferentes e que o diálogo respeitoso faz parte dos valores cristãos da escola.

De acordo com o The Christian Post, a Lilliput Church of England Infant School, administrada voluntariamente pela Diocese de Salisbury e que atende crianças de 4 a 7 anos, informou por fim que não aplicará sanções disciplinares a alunos que cantarem músicas do filme ou utilizarem produtos relacionados.

Fundador do app da Bíblia compartilha testemunhos

O app da Bíblia YouVersion ultrapassou a marca de 1 bilhão de downloads no início de novembro e iniciou as comemorações durante o “Mês Global da Bíblia”. A iniciativa inclui um desafio de 30 dias de leitura já em andamento e um evento marcado para domingo, 17 de novembro, em Oklahoma City, nos Estados Unidos.

De acordo com a plataforma, o marco ocorre em um contexto de aumento do interesse pelas Escrituras. As instalações globais cresceram mais de 12% em relação ao ano anterior, enquanto o uso diário registrou alta de 18%. Atualmente, os aplicativos da YouVersion são utilizados em todos os países e somam 1 bilhão de aberturas a cada 39 dias.

O fundador e CEO, Bobby Gruenewald, afirmou que os dados expressam mudanças concretas na vida dos usuários. “Todos os dias ouvimos relatos de pessoas superando vícios, casamentos sendo restaurados e gente lendo a Bíblia pela primeira vez em sua própria língua”, declarou. Segundo ele, a marca de 1 bilhão de downloads celebra tanto o impacto das Escrituras quanto a cooperação de centenas de organizações envolvidas na tarefa de torná-las acessíveis.

Lançado em 2008, o YouVersion reúne hoje mais de 3.600 traduções da Bíblia em mais de 2.300 idiomas. O aplicativo oferece recursos como planos de leitura, vídeos, orações guiadas e materiais para estudo individual e em grupo, além de manter parcerias com mais de 31 mil organizações e igrejas.

O “Mês Global da Bíblia” conta com o apoio de plataformas como Glorify, Hallow e Bible Project. A proposta é incentivar que as pessoas reservem um tempo diário para ler as Escrituras, seja pelo próprio YouVersion, por outros meios digitais ou em versões impressas. “A ideia é simples: ler a Bíblia por 30 dias e ver o que acontece”, resumiu Gruenewald.

Com um 'alvo na testa', Maduro recorre ao apoio dos evangélicos

Diante da pressão imposta pelos Estados Unidos, que atualmente concentra uma enorme força militar no Caribe, capaz de devastar nações inteiras, a fim de deixar claro que já colocou um “alvo na testa” do presidente venezuelano, Nicolás Maduro resolveu fazer um apelo inusitado para um ditador.

Isso, porque, ele se reuniu com representantes de comunidades evangélicas na última terça-feira, 18, no Palácio de Miraflores, em Caracas. O encontro, caracterizado como um ato de oração, foi transmitido pela emissora estatal Venezolana de Televisión (VTV) e ocorreu como uma forma de apelo do regime por apoio interno.

Estiveram presentes no evento pastores, a primeira-dama Cilia Flores e o deputado Nicolás Maduro Guerra, filho do presidente. De acordo com a cobertura da VTV, a reunião foi apresentada como um gesto de “união espiritual”, com participantes afirmando que a “Venezuela é um país rico em valores e em riqueza espiritual”.

Durante o ato de claro desespero perante a iminência de um ataque americano que possa lhe derrubar do poder, Maduro disse que o palácio presidencial passaria a ser, “a partir de hoje, um altar para glorificar a Deus”.

O líder venezuelano também leu um manifesto no qual reafirmou que Jesus Cristo é o “senhor e dono” da Venezuela, buscando transmitir ao público um viés religioso que, não por acaso, faz parte da cultura americana.

Conforme reportado pela agência de notícias EFE, Maduro declarou que a liberdade de culto é um direito garantido pela Constituição venezuelana de 1999. Afirmou ainda que, como “cidadão e presidente”, se “radicaliza” em sua fé cristã. “Reconheço ao único Deus real e verdadeiro, ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, que protegerá nossa pátria”, disse.

Contexto

Os Estados Unidos mobilizaram unidades aéreas e navais na região do Caribe a partir de agosto, incluindo o porta-aviões USS Gerald Ford, o maior do mundo, em uma operação que a Casa Branca descreve como parte dos esforços de combate ao narcotráfico.

O governo da Venezuela, por sua vez, classifica essas ações como uma “ameaça militar” e acusa os EUA de buscar uma mudança de regime no país. Com informações: Cláudio Dantas.

Apesar de 'esquerdopata', Malafaia diz não ser contra Messias

O pastor Silas Malafaia emitiu uma declaração na última quinta-feira, 20, após a formalização, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). A vaga em questão era anteriormente ocupada pelo ministro Luís Roberto Barroso.

Em conversa com o portal Pleno.News, Malafaia explicitou sua postura perante a nomeação, em tom ameno e de neutralidade com relação ao nome do advogado que, para a oposição ao governo, trata-se de mais uma indicação política que visa aparelhar o Supremo.

“Bem, é uma escolha que o presidente faz, é um direito dele. Eu não tenho nada pessoal contra a indicação. Eu encaro isso como uma coisa normal de uma atribuição do presidente. Seja eu gostando ou não gostando do presidente. Seja ele de direita ou esquerda”, afirmou o líder religioso.

O pastor ressaltou que fez ressalvas publicamente a apenas uma indicação anterior. “Só teve um cara que eu questionei, que foi Flávio Dino, que é um comunista, leninista, marxista, isso é, contra nossos princípios. Esse eu fiz questionamento. Os outros eu não tenho nem para dizer bem, nem para dizer mal”, declarou.

A indicação de Jorge Messias foi comunicada oficialmente por meio de uma nota divulgada pela Presidência da República. Conforme o procedimento legal, a nomeação será publicada em uma edição extra do Diário Oficial da União.

O próximo estágio do processo de ocupação da vaga no STF será a sabatina do indicado perante a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal, cabendo ao presidente do colegiado, senador Otto Alencar (PSD-BA), a definição da data para o referido evento.

Em uma fala anterior, Malafaia chamou Messias de “evangélico esquerdopata”, mas também deixando claro que moralmente não tinha nada pessoal contra o jurista, fixando a sua crítica apenas ao aspecto político da sua atuação.

“Eu não vou fazer campanha contra o cara só porque é a indicação de Lula e só porque ele é um evangélico esquerdopata. Se tiver alguma coisa contra a moral dele, aí eu falo”, comentou o pastor. Veja abaixo:

“Evangélico esquerdopata”: Malafaia critica indicado de Lula para o STF, mas faz ressalva

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Incrédulos podem escapar da condenação? Pastores comentam

A doutrina da condenação eterna é tema recorrente de debate entre cristãos e costuma gerar desconforto em diferentes tradições. Para alguns, a ideia de juízo final parece difícil de conciliar com o amor de Deus. Para outros, o assunto funciona como alerta e reforço da seriedade do Evangelho. Nesse contexto, dois pastores – um norte-americano e um brasileiro – apresentam ênfases distintas, mas com um ponto em comum: segundo eles, há esperança para quem ainda não crê, desde que a decisão de fé aconteça em vida.

O pastor Dan Delzell, da Igreja Luterana Redentor, em Nebraska (EUA), resume sua posição de forma direta. “Os incrédulos estão no caminho da condenação, e não da salvação”, afirma. Para ele, a questão não se limita à discussão sobre se um cristão pode perder a salvação, mas se pessoas que não creem podem escapar da condenação eterna. A resposta, segundo Delzell, é positiva, mas restrita ao tempo presente, enquanto a pessoa está viva.

Ele recorre a Hebreus 9:27 (“O homem está destinado a morrer uma só vez, vindo depois disso o juízo”) para sustentar que não há neutralidade após a morte. Por isso, insiste que “os incrédulos só podem escapar da sua condenação enquanto estiverem aqui na Terra”.

Ao tratar do inferno, Delzell afirma que procura manter a linguagem usada por Jesus nos Evangelhos, citando textos como Marcos 9 (“onde o seu verme não morre, e o fogo nunca se extingue”) e Mateus 13 (“fornalha ardente, onde haverá choro e ranger de dentes”). Em sua avaliação, essas imagens têm função de advertência. “Jesus falava regularmente sobre o inferno para alertar as pessoas sobre sua existência e explicar como evitá-lo”, explica.

Apesar da ênfase na seriedade do tema, Delzell destaca o alcance do perdão oferecido no Evangelho. “Fico muito feliz que ‘Cristo morreu pelos pecados de uma vez por todas’ e que ‘Deus quer que todos sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade’”, afirma. Em sua leitura, até mesmo um descrente pode “perder a sua condenação”, isto é, escapar dela, se se voltar a Cristo em arrependimento e fé.

Chamado ao arrependimento

No Brasil, o pastor Marcos Granconato, da Igreja Batista Redenção, em São Paulo (SP), aborda o assunto a partir da condição do coração humano. Ele descreve o início da fé como uma rendição consciente, inspirada, entre outros textos, no discurso de Estevão em Atos.

Ao tratar de uma resposta pessoal ao Evangelho, apresenta um exemplo de oração de confissão para quem deseja se arrepender: “Senhor Jesus, até hoje, eu tenho desprezado a Palavra Divina. Eu resisto ao Espírito Santo, mas hoje tudo isso vai mudar. Hoje eu quero humildemente me render. Peço, Senhor Jesus, perdoa-me. Não tenho esperança em mais ninguém. Creio em ti agora e confio apenas em ti para a minha salvação”, diz.

Granconato afirma que esse tipo de oração expressa o que considera o passo decisivo. “Se você é um incrédulo você deve crer, crer em Cristo, invocando o seu nome, e todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”, afirma, fazendo referência à promessa bíblica.

Enquanto Delzell enfatiza a urgência do tempo – a necessidade de uma decisão em vida –, Granconato destaca a profundidade da mudança interior. Para o pastor brasileiro, arrependimento não é apenas abandonar crenças anteriores, mas deixar de resistir ao Espírito, reconhecer a própria culpa e se colocar em dependência de Cristo.

Os dois pastores utilizam abordagens diferentes, mas convergem quanto a pontos centrais. Delzell sublinha o limite temporal, argumentando que a decisão em relação ao Evangelho precisa ocorrer antes da morte. Granconato destaca a postura de quem responde ao chamado, insistindo que essa decisão envolve rendição genuína. Ambos rejeitam a ideia de neutralidade espiritual e afirmam que a salvação é apresentada na Bíblia como possível e acessível, mas ligada à resposta pessoal a Cristo.

Para reforçar sua posição, Delzell menciona a narrativa do homem rico e Lázaro, em Lucas 16, interpretando o texto como evidência de que, após a morte, o lamento não altera a situação espiritual. Granconato, por sua vez, insiste em uma conversão que, segundo ele, envolve arrependimento e abandono da autoconfiança, de acordo com informações da revista Comunhão.

Na síntese, o ponto comum destacado pelos dois é que enquanto há vida, existe a possibilidade de mudança. A partir dessa convicção, ambos mantêm o convite para que o tema da condenação eterna seja enfrentado não apenas como discussão doutrinária, mas como um chamado ao arrependimento em Cristo.

Mendonça é 'detonado' por elogiar indicado de Lula para o STF

O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), que dias atrás chamou a atenção do país por criticar o “ativismo judicial” praticado por alguns dos seus colegas na Corte máxima da Nação, dessa vez tomou uma enxurrada de críticas por elogiar ninguém menos que Jorge Messias, atual advogado-geral da União que agora foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ocupar uma vaga no STF.

Através das redes sociais, Mendonça não apenas elogiou a “qualificação” de Messias enquanto jurista, mas deixou claro que fará lobby (influência) para ele junto ao Senado Federal, Casa Alta do Congresso responsável por sabatinar e oficializar os indicados pelo presidente ao Supremo.

“Parabenizo o Min. Messias pela indicação ao Supremo. Trata-se de nome qualificado da AGU e que preenche os requisitos constitucionais. Assim, também cumprimento o presidente da República por sua indicação. Messias terá todo o meu apoio no diálogo republicano junto aos Senadores”, postou Mendonça.

A reação à publicação de André Mendonça, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para o STF, foi imediata, e não por acaso: Jorge Messias é criticado pela oposição devido às suas posições alinhadas à esquerda, vínculo com a liderança do Partido dos Trabalhadores e atuação considerada persecutória contra a direita nacional, enquanto advogado.

Em resposta à publicação do ministro, por exemplo, o jornalista Eli Vieira compartilhou uma matéria da CNN Brasil, lembrando que “este homem [Messias] que você parabeniza tentou criminalizar o jornalismo investigativo contra a censura.”

Também em resposta a Mendonça, uma seguidora lhe questionou, no X: “Como que em um dia o Sr. denuncia o enfraquecimento da democracia e o tal estado de direito e no outro parabeniza a ascensão justamente de alguém ligado ao processo que destruiu esse Estado de Direito?”.

Juíza exilada

Uma das reações mais contundentes contra André Mendonça partiu da “juíza exilada” Ludmila Lins Grilo, que foi compulsoriamente aposentada pelo Conselho Nacional de Justiça por causa das suas críticas ao que considera desvios do Supremo. Dos Estados Unidos, onde mora atualmente, ela reagiu:

“Min. André: o Sr. Messias é atualmente um sancionado internacional (perda de visto) por apoio/participação no regime ditatorial brasileiro. O sr. deve (ou deveria) saber que a AGU não pode ser utilizada para perseguir inimigos políticos, nem servir como escritório de advocacia privada dos amigos, o que tem acontecido corriqueiramente, inclusive perseguindo aquele que lhe indicou para o cargo de ministro do STF. Seu endosso reputacional público a esta figura é lamentável.”

Em outra publicação, Ludmila destacou que André Mendonça, de fato, não precisaria manifestar publicamente seu endosso à indicação de Lula, algo que ele acabou fazendo de forma antecipada aos demais ministros do STF.

“Não havia qualquer necessidade de o min. Mendonça endossar publicamente Jorge Messias – muito antes, pelo contrário: o correto, em sua posição, seria abster-se de fazer qualquer comentário sobre uma indicação que ainda será objeto de sabatina, especialmente em se tratando de uma figura como Messias que, evidentemente, não é merecedora de qualquer endosso”, escreveu ela.

“Esquerdista”

O deputado federal evangélico e líder do Partido Liberal na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante lembrou que, muito embora se apresente como evangélico, Jorge Messias tem se posicionado politicamente em favor dos interesses da esquerda nacional, o que coloca a sua posição em relação às pautas cristãs em dúvida.

“Com a indicação do Jorge Messias para o STF, caso ele seja aprovado pelo Senado, ele tem 45 anos, serão mais 30 anos de um ESQUERDISTA PETISTA, julgando e ATRASANDO o Brasil com seus valores de esquerda!”, reagiu o deputado.

A crítica à indicação de Jorge Messias para o STF não partiu apenas da oposição. Até mesmo o analista Merval Pereira, da GloboNews, canal do Grupo Globo apelidado pelos críticos de “assessoria de imprensa” do governo Lula, reagiu negativamente. O comentarista associou a decisão aos padrões típicos de regimes autoritários.

“Você partir do princípio de que o presidente tem que colocar pessoas da sua confiança pessoal no Supremo é partir do princípio de que você quer neutralizar o Supremo. É assim que governos autoritários mantêm o Supremo e continuam autoritários”, disse Merval.

CPI do INSS vai investigar banco da Lagoinha e outras igrejas

A CPI do INSS aprofunda as investigações sobre movimentações financeiras entre igrejas e entidades suspeitas de envolvimento no esquema de descontos ilegais em aposentadorias. A Lagoinha Church é um dos alvos dos parlamentares.

A apuração se baseia em documentos encaminhados por órgãos como o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e a Receita Federal. De acordo com esses dados, a comissão identificou transferências de recursos para igrejas, líderes religiosos e pessoas ligadas a eles.

Diante das informações, integrantes da CPMI apresentaram requerimentos para verificar se os valores têm origem em recursos desviados de benefícios previdenciários por meio de filiações fraudulentas, cobranças de mensalidades indevidas e serviços não contratados.

Entre os alvos da CPMI estão organizações associadas à Igreja Batista da Lagoinha, redes ligadas ao pastor André Valadão e a Igreja Sete Church, vinculada ao pastor César Belluci. A Sete Church, localizada em Alphaville (SP), aparece em documentos enviados à comissão como destinatária de R$ 694 mil, de acordo com informações do portal Metrópoles.

Os registros também apontam que o pastor Péricles Albino Gonçalves, da Igreja Evangélica Campo de Anatote, em Barueri (SP), recebeu R$ 200 mil. Outra frente de apuração envolve o deputado federal Silas Câmara (Republicanos-AM). Segundo a CPMI, a Confederação Brasileira dos Trabalhadores de Pesca e Aquicultura (CBPA), uma das entidades investigadas, repassou R$ 1,9 milhão à empresa Network.

Deste montante, R$ 146 mil teriam sido destinados à advogada Milena Câmara, filha do deputado e representante jurídica da entidade. O filho do parlamentar, Heber Tavares Câmara, recebeu R$ 37 mil da Network e outros R$ 37 mil da Conektah, empresa que também figura como destinatária de recursos provenientes da CBPA. Os documentos indicam ainda o envio de R$ 9 mil ao próprio deputado, presidente da Frente Parlamentar Evangélica, e de R$ 11 mil à Fundação Boas Novas, presidida por seu irmão, o pastor Jônatas Câmara.

Parlamentares também buscam esclarecer operações relacionadas a possíveis estruturas financeiras paralelas, entre elas o recém-criado Clava Forte Bank, que tem Cassiane Valadão na diretoria e é suspeito de atuar como intermediário para a circulação de recursos obtidos com as fraudes. A CPMI tenta, ainda, detalhar o vínculo entre a Associação dos Aposentados do Brasil (AAB), investigada por participação nos descontos indevidos, e fundadores de igrejas evangélicas em Brasília.

Para avançar na apuração, a comissão aguarda a aprovação de quebras de sigilo bancário e fiscal de empresas e entidades mencionadas, além da obtenção de relatórios de inteligência financeira e da convocação de líderes religiosos para prestar depoimento. Até o momento, as instituições religiosas citadas não foram formalmente acusadas, mas são investigadas por terem recebido recursos oriundos de entidades sob suspeita de envolvimento no esquema de fraude contra o INSS.

Juiz manda remover cartazes dos Dez Mandamentos de escolas

Um juiz federal dos Estados Unidos determinou a retirada de cartazes com os Dez Mandamentos em salas de aula de sete distritos escolares do Texas, ao considerar que a exibição obrigatória viola a Primeira Emenda da Constituição.

A decisão, proferida pelo juiz distrital Orlando L. Garcia na terça-feira, 19 de novembro, atinge escolas dos distritos independentes de Fort Worth, Arlington, McKinney, Frisco, Azle, Rockwall e Mansfield, citados em uma ação movida por famílias multirreligiosas e não religiosas.

A ação foi apresentada por advogados da União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU), da Americans United for Separation of Church and State e da Freedom From Religion Foundation, em nome de 15 famílias cujos filhos estudam nos distritos afetados. Os autores contestam a Lei do Senado 10 (SB 10), sancionada em junho pelo governador Greg Abbott, que exige a colocação, em local de destaque em todas as salas de aula das escolas públicas do Texas, de um pôster de 40 x 50 cm ou de uma cópia emoldurada dos Dez Mandamentos em tradução específica para o inglês.

Defensores da SB 10 apresentaram a medida como uma forma de reconhecer a “herança legal e moral” do estado. Já os críticos argumentam que a lei promove o cristianismo em detrimento de outras religiões e de pessoas sem filiação religiosa. Na decisão liminar, Garcia, indicado em 1994 pelo então presidente Bill Clinton, concluiu que a exigência “viola a Cláusula de Estabelecimento” da Primeira Emenda, que proíbe o endosso governamental de uma religião. O juiz escreveu que, devido ao alcance da norma, “é impraticável, senão impossível, impedir que os demandantes sejam submetidos a exibições religiosas indesejadas sem impedir os réus de aplicar a SB 10 em seus distritos”.

Pela decisão, os distritos devem remover os cartazes até 1º de dezembro e apresentar comprovação do cumprimento da ordem até 9 de dezembro. Esta é a segunda liminar federal que suspende a aplicação da SB 10. Em agosto, o juiz distrital Fred Biery já havia considerado a lei “claramente inconstitucional”, determinando a suspensão de sua implementação em outros 11 distritos, entre eles o Plano Independent School District (Plano ISD). O procurador-geral do Texas, Ken Paxton, recorreu dessa decisão no caso “Rabbi Nathan v. Alamo Heights ISD” e é esperado que também conteste a nova liminar.

As famílias autoras da ação, entre elas judias, muçulmanas e não religiosas, afirmam que a presença obrigatória dos cartazes poderia marginalizar alunos de minorias e pressioná-los a práticas religiosas com as quais não concordam. Lenee Bien-Willner, mãe judia e uma das requerentes, declarou em comunicado da ACLU: “Estou aliviada porque, como resultado da decisão de hoje, meus filhos (…) não serão mais submetidos continuamente a demonstrações religiosas”. Ela acrescentou: “O governo não tem o direito de interferir nas decisões dos pais sobre questões de fé”.

Os grupos de defesa envolvidos na ação comemoraram a liminar e pediram que todos os distritos escolares do Texas, inclusive os que não foram citados no processo, deixem de exibir os Dez Mandamentos voluntariamente, alegando que as garantias constitucionais prevalecem sobre a legislação estadual.

“Nossas escolas são para educação, não para evangelização”, afirmou Chloe Kempf, advogada da ACLU do Texas. Segundo ela, a decisão “protege milhares de estudantes do Texas do ostracismo, do bullying e da coerção religiosa imposta pelo Estado”. Kempf acrescentou que, com a liminar, “todos os distritos escolares do Texas agora estão cientes de que a implementação da SB 10 viola os direitos constitucionais de seus alunos”.

Orlando L. Garcia já havia ganhado projeção nacional em 2014, ao declarar inconstitucional a proibição do casamento entre pessoas do mesmo sexo no Texas. Naquela decisão, ele escreveu que a norma estadual “viola os direitos dos demandantes à igualdade perante a lei e ao devido processo legal, garantidos pela Décima Quarta Emenda à Constituição dos Estados Unidos”.

Na época, o magistrado afirmou ainda que “o dia da resolução definitiva e da segurança jurídica na longa e difícil jornada em busca da igualdade está mais próximo do que nunca”. Menos de um ano depois, a Suprema Corte dos Estados Unidos, no julgamento do caso “Obergefell v. Hodges”, derrubou as proibições estaduais à união entre pessoas do mesmo sexo, de acordo com o informado pelo The Christian Post.

Dezoito evangélicos presos na China como parte da repressão

Líderes de uma igreja doméstica na China foram detidos sob a acusação de “uso ilegal de redes de informação”, em um episódio que organizações cristãs estrangeiras apontam como parte de um endurecimento mais amplo do controle estatal sobre comunidades não reconhecidas oficialmente.

O caso envolve a Igreja Zion, na cidade de Beihai, província de Guangxi, e inclui a prisão do pastor sênior Ezra Jin Mingri, entre outros 17 integrantes do grupo.

De acordo com a organização Christian Solidarity Worldwide (CSW), os 18 detidos podem permanecer em prisão preventiva por tempo indeterminado ou receber penas de até três anos de reclusão, conforme a legislação chinesa. A entidade classifica o episódio como mais um exemplo de pressão sobre igrejas domésticas que optam por não se registrar junto às estruturas religiosas aprovadas pelo Estado.

A Igreja Zion é considerada uma das maiores comunidades cristãs não oficiais do país, com pelo menos 5.000 membros. Em 2018, autoridades de Pequim fecharam o prédio principal da congregação depois que a liderança recusou a instalação de câmeras de vigilância no templo, medida que fazia parte das exigências de monitoramento estatal.

Scott Bower, CEO da CSW, criticou as detenções e afirmou que o pastor Jin e os demais líderes “foram alvos unicamente por exercerem pacificamente suas crenças religiosas”. Em nota, ele declarou: “Apelamos ao Partido Comunista Chinês para que liberte essas pessoas imediatamente e sem condições, e para que cesse o assédio a igrejas e grupos religiosos que optam por não se registrar no PCCh para praticar sua religião ou crença sem interferência e vigilância indevidas”.

A organização Portas Abertas, que monitora casos de violência e restrições contra cristãos em diferentes países, relata que autoridades chinesas têm intensificado ações contra igrejas não registradas. Em setembro, segundo a entidade, cerca de 70 cristãos foram detidos, alguns deles durante cultos, sob acusações como “fraude”, “administrar um negócio ilegal” e “organizar reuniões ilegais”.

Em pelo menos um desses casos, membros encarregados da administração das ofertas e coletas da igreja foram acusados de irregularidades financeiras, apesar de, segundo a Portas Abertas, não haver registro de queixas internas na comunidade local. As acusações, de acordo com a entidade, têm sido usadas para restringir o funcionamento de grupos que se reúnem fora das estruturas religiosas aprovadas pelo governo, conforme informado pelo portal Christian Today.

Um parceiro local da Portas Abertas descreveu os efeitos das medidas sobre o movimento de igrejas domésticas: “Devido à recente repressão, nossa igreja parou completamente. Mais de 80 grupos dentro do movimento de igrejas domésticas deixaram de se reunir. Das 14 igrejas originais, restam apenas algumas”.