Justiça: igreja deve indenizar pastor forçado a fazer vasectomia

Uma igreja evangélica em Belo Horizonte (MG), que não teve o nome divulgado, foi condenada pela Justiça do Trabalho a pagar R$ 95 mil por danos morais a um ex-pastor que alegou ter sido coagido a realizar vasectomia para permanecer no cargo. O pastor atuou na função entre 2005 e 2019, com salário mensal de R$ 3.200. A decisão também reconheceu o vínculo empregatício e garantiu o pagamento das verbas rescisórias.

No processo, o ex-pastor afirmou que foi pressionado a se submeter ao procedimento quando tinha menos de 30 anos de idade, sob ameaça de ser punido por indisciplina caso se recusasse. Testemunhas relataram que a prática seria comum entre pastores solteiros, cerca de três meses antes do casamento, e que cada um teria recebido R$ 700 da igreja para custear a cirurgia, supostamente realizada por um clínico geral.

Para o relator da 11ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG), desembargador Antônio Gomes de Vasconcelos, a exigência violou direitos constitucionais ligados ao planejamento familiar e à liberdade individual. Um exame realizado em 26 de agosto de 2021 confirmou a ausência de espermatozoides no sêmen do reclamante, reforçando a alegação de esterilização permanente.

Na petição, o pastor sustentou que a conduta da igreja representou ingerência indevida em sua vida privada. “Isso revela a intervenção da igreja na vida privada e caracteriza a ocorrência de dano moral indenizável, especialmente por violação ao artigo 226, §7º, da CF”. O magistrado destacou em seu voto: “A atitude da reclamada implica domínio do corpo do empregado, privando-o da liberdade sobre a vida pessoal e os projetos de vida”.

O caso lembra decisão recente proferida em março deste ano, quando a Igreja Universal do Reino de Deus, no Ceará, foi condenada a indenizar em R$ 100 mil um pastor que também afirmou ter sido forçado a fazer vasectomia para atuar no ministério pastoral. Segundo testemunhas ouvidas naquele processo, pelo menos 30 pastores teriam sido submetidos à cirurgia em uma clínica clandestina. A sentença da 11ª Vara do Trabalho de Fortaleza foi mantida pela Terceira Turma do Tribunal Regional do Trabalho do Ceará (TRT-CE).

Casal que integrava o Bonde do Tigrão testemunham libertação

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Gustavo Silva, que integrou o grupo de funk Bonde do Tigrão na década de 2000, e sua esposa, Janaína Lisboa, narraram em entrevista ao podcast PodCrê a sua transição religiosa e os impactos na relação conjugal. O grupo, conhecido por sucessos como “O Baile Todo”, “Tchuthuca” e “Cerol na Mão”, teve seu ápice no início dos anos 2000.

Em suas declarações, o casal detalhou suas experiências religiosas do passado. Adeptos da umbanda e do candomblé, eles consideravam as práticas dos terreiros como algo “perfeitamente normal e bom”.

O afastamento de Janaína, contudo, ocorreu de forma gradual, culminando com a visita a uma igreja cristã, convidada por um primo, onde realizou sua conversão a Jesus Cristo.

Gustavo Silva, por sua vez, era candomblecista antes da mudança e realizava “trabalhos” em seu terreiro, tendo profundo envolvimento nas atividades da religião de raiz africana.

Problemas no casamento

Janaína Lisboa descreveu que o período anterior à sua conversão foi marcado por conflitos conjugais intensos. Eles brigavam excessivamente e ficavam dias sem se falar, conforme seu relato.

Após sua adesão ao cristianismo, quando havia deixado o Bonde do Tigrão, ela modificou sua conduta e iniciou um período de orações pela conversão do marido e pela sua saída dos palcos. Esse processo estendeu-se por mais de um ano, até que Gustavo Silva aceitou acompanhá-la a um culto.

A decisão final de Gustavo Silva pela conversão e o consequente abandono do Bonde do Tigrão ocorreu, segundo ele, após uma experiência que classificou como sobrenatural, vivida em um cemitério durante a preparação de um ritual.

Dias depois, o ex-artista realizou sua adesão formal à nova fé enquanto estava em sua residência. “Entregou seu coração a Jesus em casa, sentado na cama, no mesmo lugar em que sua esposa se ajoelhava para orar por ele”, disseram eles.

Transmissão flagra ataque de terroristas a cristãos em igreja

Uma transmissão ao vivo registrou o momento em que homens armados identificados como jihadistas invadiram um culto na Igreja Apostólica de Cristo (CAC, na sigla em inglês), na cidade de Eruku, Estado de Kwara, na região central da Nigéria, e abriram fogo contra os fiéis.

O ataque ocorreu na manhã de terça-feira, 18 de novembro, e expôs, em tempo real, a vulnerabilidade de comunidades cristãs que, há anos, convivem com episódios de violência e sequestros.

O vídeo, gravado durante a celebração, mostra o interior silencioso da igreja instantes antes de homens encapuzados entrarem no templo e dispararem contra a congregação. A CAC integra uma das maiores denominações pentecostais do país, com forte presença em áreas rurais.

De acordo com autoridades de segurança locais, o ataque foi organizado por uma célula jihadista que atua no corredor entre os estados de Kwara, Kogi e Níger, uma rede flexível envolvida em sequestros, invasões de vilarejos e ataques a igrejas.

Embora nenhum grupo tenha reivindicado oficialmente a ação, investigadores apontam que o modo de operação é semelhante ao de ataques anteriores atribuídos a extremistas islâmicos que frequentemente sequestram, estupram e matam cristãos para exigir resgates ou vendê-los como escravos.

Fontes médicas e moradores de Eruku relataram que ao menos cinco fiéis foram mortos dentro ou nas proximidades do templo e mais de doze pessoas ficaram feridas, algumas em estado grave. Diversos membros da igreja teriam sido sequestrados e levados em direção à área de mata ao redor da cidade.

A testemunha Ejire-Adeyemi informou que Segun Ajala, vigilante local, sofreu ferimentos por disparo de arma de fogo e foi “levado às pressas para o Hospital ECWA, em Eruku, para tratamento médico”. Ela identificou dois dos mortos como Tunde Ajayi e um homem chamado apenas de Sr. Aderemi. Segundo a polícia, o corpo de Aderemi foi encontrado dentro da igreja, enquanto Ajayi foi localizado morto em área de vegetação.

Outras testemunhas relataram que os agressores chegaram em motocicletas, entraram atirando na igreja e recolheram telefones celulares e pertences pessoais antes de fugir, repetindo um padrão observado em outras ações extremistas na região.

Uma fonte ouvida pela imprensa local afirmou que “os terroristas voltaram à cidade por volta das 23h20”, informação que teria sido repassada por um viajante retido na estrada Ilorin–Egbe–Kabba. De acordo com o relato, o homem – identificado como irmão mais novo da fonte – retornava para Egbe, vindo de Ilorin, quando ocorreu o primeiro ataque à igreja, ficando parado na rodovia com outros viajantes e enviando uma mensagem exatamente às 23h20, horário em que os agressores teriam retornado.

Em nota citada pelo portal Premium Times, moradores questionaram como o ataque pôde ocorrer “sem serem incomodados”, apesar da existência de uma divisão policial em Eruku e de uma base militar próxima. Segundo as informações, a base está localizada em Egbe, a cerca de três quilômetros da cidade.

A polícia estadual de Kwara informou que iniciou uma operação de busca com equipes táticas, em parceria com caçadores vigilantes, para tentar localizar os sequestrados e capturar os responsáveis pelo ataque. Enquanto isso, familiares percorrem hospitais e postos de vigilância em busca de notícias sobre parentes desaparecidos.

Apesar da intensificação de ataques contra igrejas e vilarejos de maioria cristã, o governo nigeriano afirma que não há um genocídio em curso e sustenta que a violência decorre da ação de “bandidos armados”, não de perseguição religiosa sistemática. Essa interpretação é contestada por organizações internacionais de direitos humanos e por líderes cristãos locais, que apontam recorte religioso nas vítimas e nos alvos dos ataques.

O episódio em Eruku volta a chamar a atenção para a situação das comunidades cristãs na Nigéria, país que figura, em diversos rankings internacionais de perseguição religiosa, entre os contextos mais perigosos do mundo para quem professa a fé cristã.

Maior grafiteiro do mundo, Kobra fala como Jesus mudou sua vida

O muralista – grafiteiro – brasileiro Eduardo Kobra, reconhecido mundialmente por seus trabalhos de arte urbana em mais de 30 países, considerado por muitos o melhor do planeta nessa arte, narrou em rede social o momento que definiu como crucial em sua carreira e vida pessoal.

Em seu testemunho gravado para o Instagram, o artista relatou como uma experiência em uma pequena igreja evangélica reorientou completamente o seu caminho profissional.

Kobra, que iniciou sua trajetória como pichador na adolescência em São Paulo, descreveu ter enfrentado um período crítico de saúde mental. “Eu tomava pelo menos seis ou sete comprimidos de tarja preta. Eu estava realmente muito doente, muito desesperançoso, não tinha uma luz no fim de tudo”, afirmou o artista sobre a fase que antecedeu a visita à igreja.

Segundo seu relato, após crises de insônia e angústia, ele se dirigiu sozinho a uma igreja tradicional de um bairro paulistano, onde encontrou um culto com cerca de 10 a 15 pessoas, a maioria idosos. Foi nesse ambiente, conforme narrou, que ouviu uma mensagem que associou a sua futura carreira internacional.

“A Palavra foi muito específica: falou sobre arte, falou sobre o artista e falou que tinha alguém ali que Deus iria abrir as portas no mundo inteiro”, detalhou Kobra.

Na ocasião, o artista confessou ter considerado a previsão como improvável, uma vez que mal havia saído de São Paulo. A mensagem, segundo ele, incluía a afirmação de que pessoas, independentemente de suas crenças, seriam instrumentalizadas para abrir portas em sua carreira. “Aquela palavra me tocou muito, fui embora marcado e chorei bastante naquele dia com essa revelação”, completou.

Atualmente, Kobra atesta o cumprimento daquela profecia em sua trajetória profissional, com uma carreira que se expandiu globalmente. “A consequência disso é que hoje eu estou completando 57 murais só nos EUA. Na Itália, são cerca de 7, 8 murais. Pintei em mais de 30 países, nos cinco continentes”, enumerou.

Ao finalizar seu testemunho, o muralista dirigiu um conselho a seus seguidores, incentivando-os a valorizar mensagens de natureza espiritual. “Eu estou deixando aqui para a gente realmente abrir o nosso coração para a Palavra de Deus, tá bem? Porque ela realmente é real, verdadeira e se cumpre”, concluiu.

Jottapê evangeliza jovens consumindo drogas: 'É o meu chamado'

O cantor Jottapê, conhecido por ter deixado sua carreira no funk para seguir a Jesus Cristo, realizou uma ação evangelística em um contexto incomum na última semana. Em um vídeo publicado em sua conta do Instagram, o artista narrou ter sido orientado a aproximar-se de um grupo de jovens que se preparava para uma festa, em um ambiente onde consumiam bebidas alcoólicas e cigarros.

No local, Jottapê compartilhou seu testemunho pessoal de conversão religiosa. Ele descreveu aos presentes como encontrou paz e alegria em Jesus Cristo, após ter buscado realização na fama e no sucesso financeiro, sem obter satisfação.

“Eu vivi várias paradas no mundo que eu me arrependo hoje, e eu sempre tentava mostrar a glória para mim. E depois de passar por isso, eu aprendi que tudo só faz sentido se eu estiver falando sobre Deus”, declarou o cantor no vídeo.

Durante a interação, Jottapê identificou entre os jovens um que, em suas palavras, era “desviado” – termo utilizado em algumas comunidades cristãs para se referir a alguém que se afastou da fé em Jesus. O cantor o exortou a retornar.

“O escolhido não tem escolha, se você já pisou na parada. Independente do que você está vivendo hoje, você sabe que não vai deixar passar. Você sente isso, o Espírito te constrange”, encorajou Jottapê.

Em resposta, o jovem teria expressado seu cansaço espiritual, afirmando: “Eu estou tão cansado que a minha vontade era só abraçar Jesus”. Este momento foi descrito por Jottapê como a confirmação do propósito divino para sua ida até aquele local.

O ex-funkeiro explicou em suas redes sociais que seu chamado ministerial inclui falar não apenas dentro de igrejas, mas especialmente com pessoas afastadas de Jesus Cristo. “Eu podia falar: ‘Pô, a galera aqui está fumando um baseado, está ouvindo um trap’. Não, mano, eu entendo que o meu chamado é justamente estar aqui”, testemunhou. “Se eu falar de Jesus para você e isso te tocar e plantar uma semente em seu coração, já valeu”.

A ação culminou com a exibição do clipe da música gospel “Dimas, o ladrão”, de autoria do cantor. De acordo com o relato de Jottapê, após a partilha da mensagem religiosa, os jovens presentes teriam dito que ele “quebrou o clima” da festa, mas em um tom de gratidão, acrescentando que ele “trouxe a vibe”.

Eles manifestaram, segundo o cantor, que não desejavam mais prosseguir com atividades que consideravam contrárias à vontade de Deus.

Em reflexão final, Jottapê escreveu em sua postagem: “Falar de Jesus enquanto geral está bebendo e fumando? Para alguns pode parecer estranho, mas quando Deus me entregou o chamado, eu entendi que eu não ia falar só com a igreja. Eu falaria principalmente com aqueles que precisam urgentemente se arrepender”.

Nicki Minaj cobra fim da perseguição a cristãos na Nigéria na ONU

A rapper Nicki Minaj participou de um evento na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) para chamar atenção internacional à situação de cristãos na Nigéria. Ela falou em um painel promovido pela missão dos Estados Unidos junto à ONU, ao lado do embaixador americano Mike Waltz, com foco em denúncias de violações de direitos humanos no país africano.

Nascida em Trinidad e Tobago, Nicki Minaj explicou que decidiu integrar o encontro “Combatendo a Violência Religiosa e o Assassinato de Cristãos na Nigéria” para “se manifestar contra a injustiça e defender pessoas perseguidas por suas crenças”. Durante o discurso, afirmou:

“Na Nigéria, os cristãos estão sendo alvo, expulsos de suas casas e mortos. Igrejas foram incendiadas. Famílias foram destruídas e comunidades inteiras vivem constantemente com medo, simplesmente por causa da forma como oram”.

Em seguida, a artista dirigiu-se a seus fãs, conhecidos como “Barbz”, e destacou que, segundo ela, o tema não está ligado a disputa político-partidária. “Barbz, eu sei que vocês estão aí ouvindo. Eu amo vocês profundamente. Vocês têm sido a maior luz da minha vida e da minha carreira por tanto tempo. Eu sou grata a vocês e quero deixar muito claro – mais uma vez – que isso não é sobre tomar partido. É sobre se posicionar diante da injustiça. É sobre aquilo que sempre defendi em toda a minha carreira. E continuarei defendendo isso pelo resto da minha vida. Eu me importarei se qualquer pessoa, em qualquer lugar, estiver sendo perseguida por suas crenças”.

O embaixador Mike Waltz, que também discursou no painel, descreveu o cenário apresentado por organizações e especialistas. “Há um conjunto de evidências – e vocês ouvirão isso de nossos especialistas hoje – que retrata um cenário muito sombrio de sofrimento desproporcional entre os cristãos, onde, novamente, famílias são destruídas, líderes religiosos são repetidamente assassinados e congregações inteiras, igrejas inteiras, são alvo desses ataques”. Ele acrescentou: “Pessoal, nós temos uma fé inteira que está sendo apagada. Uma bala de cada vez, uma Bíblia queimada de cada vez”.

Waltz usou ainda a expressão “genocídio usando a máscara do caos” para se referir aos ataques direcionados a cristãos na Nigéria. O evento ocorreu em um contexto de debate mais amplo, que incluiu declarações recentes do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em postagem na plataforma Truth Social, Trump falou em enviar tropas americanas para “entrar atirando” e “eliminar completamente os terroristas islâmicos que estão cometendo essas atrocidades horríveis” no país.

Em resposta, o presidente nigeriano Bola Tinubu afirmou que o governo tem dialogado com lideranças cristãs e muçulmanas “para enfrentar desafios de segurança que afetam cidadãos de todas as fés e regiões”. Ele acrescentou que “a caracterização da Nigéria como religiosamente intolerante não reflete nossa realidade nacional, nem considera os esforços consistentes e sinceros do governo para salvaguardar a liberdade de religião e crença para todos os nigerianos”.

A organização cristã internacional Portas Abertas relata que invasões e ataques são mais frequentes em estados de maioria muçulmana no norte da Nigéria, com expansão para a região conhecida como “Cinturão Central” e áreas mais ao sul. Segundo a entidade, os alvos costumam ser comunidades cristãs, com registros de violência sexual, assassinatos de líderes religiosos e destruição de igrejas, atribuídos a grupos militantes como o Boko Haram e a combatentes de origem fulani.

“Sombras no Deserto”: filme que retrata Jesus gera grave polêmica

A indústria cinematográfica de Hollywood frequentemente recorre a narrativas bíblicas, gerando produções que culminam em polêmica. O mais recente lançamento, “Sombras no Deserto”, é um exemplo que chegou aos cinemas nesta semana, colocando o astro Nicolas Cage no papel de José, pai de Jesus.

O longa, classificado como “thriller sobrenatural”, explora a juventude de Jesus Cristo, retratando-o a descobrir os seus poderes e a utilizá-los para seu próprio benefício, enquanto é observado por uma representação de Satanás na forma de um adolescente.

A produção, cujo argumento é baseado no livro apócrifo [não reconhecido na Bíblia] “Evangelho da Infância de Tomé”, foi alvo de uma onda de críticas por parte de grupos cristãos. Estes classificaram o filme como blasfemo, particularmente pela caracterização de um Jesus jovem repleto de medos e incertezas, que chega a matar uma criança, ressuscitar insetos e admirar uma mulher nua.

A controvérsia reacendeu um questionamento histórico: a razão pela qual os evangelhos canónicos não relatam eventos da vida de Cristo entre os seus 12 e 30 anos.

Em declarações, o historiador e teólogo, pastor Wagner Augusto Vieira Aragão, explicou que o objetivo central dos evangelhos não era biográfico, mas teológico. “João afirma abertamente que ‘há muitas outras coisas que Jesus fez’ (João 21:25), mas apenas o essencial para a fé foi registado. A ausência de detalhes não indica mistério ou espaço para especulações, mas reflete que Deus revelou o suficiente para nossa convicção”, afirmou Aragão.

O teólogo enfatizou que, apesar da ausência de relatos detalhados, a Bíblia garante a santidade de Jesus ao longo de toda a sua vida.

“Ele nasceu ‘santo’ (Lucas 1:35), não herdou predisposição para o pecado. Ele ‘nunca pecou’ (1 Pedro 2:22). ‘Em tudo foi tentado, mas sem pecado’ (Hebreus 4:15). O breve relato de Lucas (12 anos) o mostra obediente, sábio e comprometido com o Pai (Lucas 2:49-52). A Bíblia não descreve toda a infância de Jesus porque não há lacunas morais ou espirituais a serem preenchidas. Ele foi santo ontem, hoje e sempre (Hebreus 13:8)”, explicou.

Sobre a utilização de poderes sobrenaturais durante a infância, o pastor afirmou não existir base bíblica para tal ideia. “O registro dos evangelhos mostra que: Seus sinais começam após o batismo, quando o Espírito Santo O unge para a missão (Lucas 3:21-23; Mateus 3:16; João 2:11). Antes disso, Ele vive como qualquer criança e adolescente piedoso, ‘crescendo em sabedoria, estatura e graça’ (Lucas 2:52)”, justificou.

E completou: “Nas Escrituras, o uso de Seu poder sempre está ligado a: propósito redentivo, revelação do Reino e confirmação messiânica. Jamais a caprichos, impulsos ou demonstrações arbitrárias de força”.

Questionado sobre a fiabilidade dos livros apócrifos, Wagner Aragão esclareceu que textos como o “Evangelho da Infância de Tomé” surgiram entre os séculos II e IV, posteriormente aos relatos apostólicos. Estes, segundo ele, apresentam “contradições doutrinárias com os evangelhos inspirados, elementos fantasiosos, quase míticos, autoria duvidosa ou anónima e intenções teológicas distorcidas”.

Sobre a possibilidade de um cristão assistir a filmes como “Sombras no Deserto”, o pastor orientou que a Bíblia não proíbe, mas recomenda discernimento, devendo ser encarado como mera peça de ficção e não como uma retratação histórica.

“O cristão pode ver a obra com senso crítico, desde que saiba que não se trata de retrato histórico, entenda que é ficção especulativa, identifique o que contradiz a Bíblia e não permita que isso abale sua fé. Para quem é mais sensível ou impressionável, é melhor não consumir”, afirmou.

Por fim, o teólogo comentou as possíveis motivações por trás de tais produções. “Há um interesse comercial. Jesus, mesmo quando distorcido, atrai atenção mundial. Polémica gera audiência, que gera lucro. Narrativas ‘alternativas’ vendem, ou seja, a cultura atual adora versões que contradizem a tradição”, destacou.

A sua recomendação final, segundo a Comunhão, para os fiéis foi o aprofundamento no estudo das Escrituras: “Quem entende a Bíblia não se abala com versões distorcidas. Nunca confunda entretenimento com teologia”.

Pastor confessa adultério e renuncia: ‘Vergonha do meu pecado’

O pastor batista reformado Samuel D. Renihan renunciou à liderança da Igreja Batista Reformada Trinity, em La Mirada, na Califórnia (EUA), após admitir ter mantido um relacionamento adúltero. O anúncio foi feito em texto publicado em seu blog Petty France, na segunda-feira.

“Pequei de uma maneira extremamente perversa. Na semana passada, descobriu-se que cometi adultério. O Senhor, cujo Espírito anseia zelosamente pelo seu povo (Tiago 4:5), o Senhor, que é vingador nessas coisas (1 Tessalonicenses 4:6), expôs o meu pecado. Para minha grande vergonha, não o revelei”, escreveu Renihan.

Filho do também pastor batista reformado James Renihan, Samuel é conhecido na comunidade batista reformada e autor de obras como O Mistério de Cristo e Sua Aliança. Até o momento, a Igreja Batista Reformada Trinity não comentou publicamente o caso, segundo informou o The Christian Post.

Na confissão, Renihan recorreu a diversas passagens bíblicas para descrever o que chamou de “pecado de obstinação” e reconheceu ter agido com arrogância. “Como ministro, eu deveria ter dado um exemplo de santidade, mas pela minha impiedade me tornei infrutífero e ineficaz (2 Pedro 1:8), uma advertência, um exemplo que jamais deve ser imitado (1 Timóteo 5:20)”, declarou. “Tais advertências claras deveriam ter me dissuadido do pecado desde o início, mas eu fui o maior dos tolos”.

Sem detalhar o caso, o pastor informou que leu uma carta de confissão à igreja, renunciou ao cargo e se submeteu ao julgamento e à disciplina da comunidade local. “Sinto profunda vergonha do meu pecado. Todo pecado merece condenação, mas alguns pecados são muito piores do que outros, e o meu é extremamente perverso. A única maneira de honrar e glorificar a Deus, e a única maneira de ajudar aqueles a quem magoei, é através da graça do arrependimento”, afirmou.

Em seguida, citou Provérbios 16:6: “As Escrituras dizem: ‘Com amor e fidelidade se expia a iniquidade, e pelo temor do Senhor o homem se desvia do mal’. Eu temo ao Senhor, e pela sua graça e ajuda, demonstrarei amor e fidelidade a Deus, à minha esposa e à igreja de Cristo”.

Renihan disse ainda ter comunicado seu pecado a “diversas instituições e organizações” com as quais mantinha vínculo, para evitar que “seus bons nomes” fossem associados à sua conduta. “Também retirei do ar minhas obras teológicas autopublicadas”, acrescentou.

Ele afirmou ser grato pelo perdão concedido pela esposa. “Humilhei-me perante Deus como um pecador perverso, orando para que Ele me exaltasse. E agora me humilho perante um público mais amplo, pedindo apenas que me perdoem minha hipocrisia e deem glória ao Bom Pastor que jamais deixará ou abandonará seu rebanho. Que, por Sua graça, meu arrependimento seja tão notório quanto meu pecado”.

A confissão repercutiu entre pastores e membros da tradição batista reformada. Em comunicado divulgado na terça-feira, o pastor Bill Rhetts classificou o relato como “de partir o coração”. “Isso é de partir o coração. Chorei muito enquanto lia. Sinceramente, precisei fazer uma pausa antes de terminar”, escreveu. Ele contou que conheceu Renihan na Associação de Igrejas Batistas Reformadas do Sul da Califórnia (SCARBC) e destacou sua capacidade intelectual. “Embora ele fosse jovem o suficiente para ser meu filho, eu me considerava um júnior perto dele e podia aprender com o intelecto que o SENHOR lhe havia dado”.

Rhetts afirmou que o episódio deve estimular uma abordagem mais direta sobre o tema do adultério nas igrejas. “Por mais pecaminoso que isso tenha sido, eu jamais diria: ‘Como ele pôde fazer isso?’ Ou ‘Eu jamais faria isso!’ Compreendo o poder da atração de uma mulher. Compreendo a Palavra autoritativa que me diz para ‘ter cuidado’ para que eu não caia”, observou.

Para ele, a forma como a confissão foi tornada pública foi adequada. “Se alguma vez houve uma confissão pública de pecado e uma profissão de arrependimento pós-modernas que foram feitas corretamente, esta é a prova. Continuemos a orar por Renihan, sua esposa, família e igreja. Só pela graça de Deus poderei seguir em frente, pecador que sou”.

STJ condena Globo a indenizar Gustavo Gayer em R$ 80 mil

A 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou por unanimidade que o Grupo Globo deverá pagar R$ 80 mil em indenização por danos morais ao deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO).

A decisão, proferida na terça-feira, também estabelece a retirada do ar de reportagens vinculadas em maio de 2021 pelo portal G1 e pela TV Globo, inclusive em edições do Jornal Nacional.

As matérias jornalísticas em questão abordavam um episódio ocorrido em 2020 durante a pandemia de COVID-19, quando enfermeiros teriam sido agredidos durante manifestação na Praça dos Três Poderes.

O conteúdo noticioso vinculava o nome do parlamentar ao incidente – afirmação permanentemente contestada por Gayer, que na época dos fatos não ocupava mandato eletivo.

O caso chegou ao STJ após a Justiça de Goiás ter rejeitado a ação do deputado em primeira e segunda instâncias. Em seu recurso, Gustavo Gayer argumentou que as reportagens causaram prejuízos à sua imagem pessoal e profissional, resultando em ataques virtuais e consequências psicológicas e materiais.

Em sua defesa, o Grupo Globo sustentou que o protesto era “absolutamente público e ordenado” e que “a reportagem apenas divulga quem atacou e quem divulgou esse ataque verbal”. Os advogados da emissora afirmaram que “na rede social não há como se defender de uma agressão. Esse é o papel da imprensa”.

A ministra relatora Nancy Andrighi, no entanto, entendeu que “a atenção à forma de transmissão da informação deve ser redobrada em momentos de instabilidade institucional”, como o período pandêmico. Em seu voto, a magistrada citou documento do Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal que confirmaria a não participação de Gayer nas agressões.

O colegiado, integrado pelos ministros Ricardo Villas Bôas Cueva, Moura Ribeiro, Daniela Teixeira e pelo presidente Humberto Martins, acompanhou integralmente a relatora. O Grupo Globo mantém o direito de interpor novos recursos contra a decisão. Até o fechamento desta reportagem, a empresa não se havia manifestado publicamente sobre o caso. Com informações: Pleno News.

Padre celebra missa com bandeira LGBT em igreja na Espanha

Uma missa realizada no sábado, 15 de novembro, na Igreja de Santa María la Real, em Sevilha, na Espanha, provocou protestos de fiéis após a exposição de uma bandeira com as cores do movimento LGBT junto ao altar. O objeto foi colocado pelo padre Francisco Javier Rodríguez, que acabou sendo acusado de “traição” por um integrante da associação católica Orate.

A entidade havia solicitado inicialmente a celebração de uma missa fúnebre em memória de jovens falangistas, aliados do regime de Francisco Franco, mortos durante a Guerra Civil Espanhola. O pedido chegou a ser aceito, mas posteriormente foi retirado, diante da avaliação de que a cerimônia poderia assumir caráter político.

Durante a celebração de sábado, um representante da Orate foi registrado em vídeo elevando o tom de voz contra o sacerdote. Nas imagens, ele afirma: “O primeiro culpado é você, que está acolhendo o pecado nesta missa”, e em seguida chama o padre de “traidor”.

Em resposta, Francisco Javier Rodríguez citou declarações do papa Francisco sobre acolhimento e integração na Igreja. Após o episódio, a associação Orate encaminhou uma carta à arquidiocese e ao Vaticano em que fala em “abusos litúrgicos”, pede a apuração das condutas atribuídas ao sacerdote e solicita eventuais providências.

Em entrevista a um jornal espanhol, o padre negou ter recusado a celebração da missa fúnebre solicitada pelo grupo. “Se a Igreja é de todos, também é deles”, declarou. Ele acrescentou que os integrantes da Orate foram informados de que o ato religioso não incluiria manifestações de natureza política, de acordo com a revista Oeste.