Cristãos de Bangladesh vivem aterrorizados com violência extrema

Cristãos em Bangladesh vivem um clima crescente de apreensão após uma série de ataques contra instituições católicas, sendo o mais recente um ataque com bomba caseira à Catedral de Santa Maria e à Escola São José, ambas administradas pela Igreja Católica em Daca, capital do país.

Segundo a Agência Católica de Notícias (CNA), a Polícia Metropolitana de Daca prendeu um homem de 28 anos suspeito de envolvimento nos atentados registrados entre 8 e 9 de novembro.

O primeiro ataque ocorreu na sexta-feira, por volta das 22h30, quando uma bomba caseira explodiu nas proximidades da Catedral de Santa Maria. Outro artefato, não detonado, foi encontrado no terreno da igreja. No sábado seguinte, uma segunda explosão atingiu o complexo da Escola Secundária e Faculdade de São José, no bairro de Mohammadpur.

A escola, conforme a CNA, está situada perto de residências de diferentes comunidades religiosas e da sede da Conferência Episcopal Católica de Bangladesh. Apesar das explosões, nenhuma pessoa ficou ferida, segundo o jornal The Catholic Herald, que informou que cerca de 500 fiéis compareceram à missa na manhã seguinte.

Pedido de proteção

Em comunicado, o padre Bulbul Rebeiro, secretário de comunicação social da Conferência Episcopal Católica de Bangladesh (CBCB), afirmou que os ataques geraram medo na comunidade católica.

“O lançamento de coquetéis molotov contra a igreja novamente em um mês preocupou nossa comunidade. Solicitaremos às autoridades que apurem rapidamente a motivação e levem os responsáveis à justiça”, declarou.

Durante uma coletiva de imprensa em 8 de novembro, Rebeiro pediu ao governo garantias para a segurança dos cristãos durante as atividades religiosas: “Nós, cristãos, somos muito poucos e pacíficos. Mas esses incidentes estão nos assustando”, disse, de acordo com o The Christian Post.

Motivação política

A polícia informou que o suspeito detido está sendo interrogado sobre outros possíveis ataques e foi identificado como membro da Bangladesh Chhatra League (BCL), braço estudantil da Liga Awami, partido da primeira-ministra Sheikh Hasina. O grupo foi proibido por envolvimento em atos violentos e protestos durante o atual governo.

De acordo com a Portas Abertas, Bangladesh ocupa o 24º lugar em sua Lista Mundial da Perseguição 2024, que classifica os países onde os cristãos enfrentam maior hostilidade. A organização afirma que os protestos de agosto de 2024 criaram um ambiente propício para ataques de grupos radicais.

Cristãos convertidos de outras religiões, como islamismo, hinduísmo e budismo, são os mais vulneráveis. Homens relatam espancamentos e tortura, enquanto mulheres enfrentam agressões sexuais, casamentos forçados ou divórcios impostos. Igrejas tradicionais, como a Igreja Católica Romana, também são alvos de ameaças e vandalismo.

Histórico de ataques

Segundo a CNA, os atentados da segunda semana de novembro ocorreram apenas um mês após o ataque de 8 de outubro contra a Igreja Católica do Santo Rosário, a mais antiga do país. Na ocasião, uma bomba foi lançada e explodiu no portão do templo, sem causar vítimas.

Até o momento, nenhum grupo reivindicou a autoria dos ataques. A Associação Cristã de Bangladesh acredita que a sincronia dos atentados indica uma possível ação coordenada.

Enquanto isso, as autoridades reforçaram a segurança em igrejas e instituições religiosas da capital e mobilizaram o Batalhão de Ação Rápida em busca de outros suspeitos. A comunidade cristã local, que representa menos de 1% da população de Bangladesh, teme novos episódios de violência, em meio a um cenário de tensão política e intolerância religiosa crescente.

Projeto que proíbe alterações na Bíblia é criticado por teólogo

O teólogo e escritor Gutierres Siqueira fez um alerta sobre o Projeto de Lei 4.606/2019, que proíbe alterações ou edições nos textos da Bíblia Sagrada. O projeto, de autoria do deputado Pastor Sargento Isidório (Avante-BA), foi aprovado na Câmara dos Deputados em 2022 e agora está em análise no Senado Federal, após ter recebido parecer favorável na Comissão de Direitos Humanos, sob relatoria do senador Magno Malta (PL-ES).

Siqueira, especialista em Interpretação Bíblica e editor-assistente da Sociedade Bíblica do Brasil, afirmou que o texto representa “um risco à liberdade de religião no Brasil”, pois transfere ao Estado uma responsabilidade que pertence à Igreja.

“O projeto proíbe qualquer alteração no texto bíblico. E aí você vai dizer: ‘Mas qual o problema? Isso é maravilhoso, estão preservando a pureza do texto bíblico’. Não é maravilhoso, isso é perigoso”, afirmou o teólogo.

Ele destacou que a proposta pode prejudicar o trabalho de tradução e atualização das Escrituras, além de colocar em risco projetos missionários voltados a povos indígenas. Segundo ele, há cerca de 180 línguas indígenas com traduções da Bíblia ou partes dela, e o texto do projeto “não distingue entre tradução legítima e indevida”, o que poderia inviabilizar novas adaptações ou revisões necessárias.

Siqueira explicou que, caso aprovado, o PL afetaria a publicação de edições de estudo, versões infantis e traduções modernas, que acompanham descobertas arqueológicas e avanços linguísticos.

“Se a lei for aprovada, quem vai preservar o texto bíblico será o Estado brasileiro. Uma missão da Igreja será delegada ao Estado. Vamos criar a Bíblia estatal?”, questionou.

Ele acrescentou que o projeto ignora divergências históricas entre tradições religiosas.

“O governo teria que decidir qual Bíblia é a verdadeira: a protestante, com 66 livros, ou a católica, com 73? O Antigo Testamento seguiria o Texto Massorético hebraico ou a Septuaginta grega? E o Novo Testamento, o Texto Receptus ou o Crítico Moderno?”, observou.

Para o teólogo, o projeto é “vago e absurdo”, pois fere o princípio constitucional da separação entre Igreja e Estado.

“Quem guarda a fé, a Palavra e a doutrina não é o Estado, é a Igreja. A Palavra de Deus foi entregue aos santos, não aos governos”, afirmou no vídeo compartilhado no Instagram.

Críticas de lideranças religiosas

O alerta de Gutierres se soma a críticas já feitas por líderes evangélicos quando o texto foi aprovado na Câmara. O pastor Filipe Duque Estrada (Lipão), líder da igreja Onda Dura, declarou que o projeto abre brecha para o controle estatal sobre a Bíblia:

“Se o Estado pode dizer que não se deve alterar a Bíblia, ele também pode nos obrigar a alterá-la quando lhe for conveniente. E isso é preocupante”, afirmou na época.

O pastor Yago Martins, da Igreja Batista Maanaim, também criticou o texto, destacando que ele pode inviabilizar versões infantis e paráfrases bíblicas: “Eu tenho uma Bíblia para crianças, com desenhos e paráfrases resumidas. Isso já seria uma alteração na redação. O projeto não distingue esses casos”, argumentou.

Audiência no Senado

Em 30 de outubro, a Comissão de Educação do Senado realizou uma audiência pública para discutir o PL, a pedido da senadora Damares Alves (Republicanos-DF), após pedidos de instituições religiosas para ampliar o debate.

Durante a audiência, teólogos, pastores e juristas contestaram a viabilidade prática da proposta. O diretor-executivo da Sociedade Bíblica do Brasil, Erní Walter Seibert, destacou que os textos originais da Bíblia já passaram por adaptações históricas, como a inclusão de vogais no hebraico e a numeração de capítulos e versículos, o que tornaria a lei inaplicável.

O pastor Paulo Nunes, do Conselho Nacional de Pastores e Líderes Evangélicos Indígenas (Conplei), manifestou preocupação com os impactos do projeto sobre traduções indígenas: “Se a Bíblia é a Palavra de Deus, não precisa da proteção do projeto”, disse.

O advogado Renato Gugliano Herani, representante da Igreja Universal do Reino de Deus, afirmou que a proposta transformaria o Estado em guardião oficial de um texto sagrado, contrariando decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que proíbem interferência estatal em assuntos de fé.

O PL 4.606/2019 segue em análise na Comissão de Educação do Senado, onde deverá receber novo parecer antes de ser votado em plenário. Enquanto o debate avança, lideranças cristãs e estudiosos pedem cautela, ressaltando que a preservação das Escrituras é missão da Igreja, não do Estado, e que a iniciativa, ainda que bem-intencionada, pode abrir precedentes perigosos para a liberdade religiosa no país.

Facções devem ser tratadas como terroristas, opinam brasileiros

A megaoperação policial no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos e se tornou a mais letal da história do estado, reacendeu o debate sobre segurança pública e impactou a popularidade de Lula (PT), segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada em 12 de novembro.

O levantamento, realizado entre 6 e 9 de novembro com 2.004 brasileiros de 16 anos ou mais, mostra que 88% dos entrevistados defendem penas mais duras e 73% apoiam a classificação de facções criminosas como terroristas — tema que divide a base governista e a oposição. A pesquisa tem margem de erro de dois pontos percentuais e nível de confiança de 95%.

Apoio popular

O desejo por ações mais severas é majoritário: 65% dos entrevistados apoiam o fim das visitas íntimas para presos ligados a facções, e 60% aprovam a PEC da Segurança Pública, proposta do governo que amplia o papel da União na formulação de políticas de segurança. O texto, porém, enfrenta resistência entre governadores.

Já 52% dos participantes defendem transferir a responsabilidade pela segurança pública ao governo federal, enquanto 46% são favoráveis à autonomia dos estados para definir suas próprias regras — índice próximo dos 48% que se opõem.

O levantamento também aponta rejeição ao armamento civil: 70% dos brasileiros se declaram contrários à facilitação do acesso a armas de fogo, contra 26% que apoiam.

Impacto político

A ação policial, que contou com participação das forças estaduais e federais, recebeu amplo apoio popular. De acordo com a Quaest, 67% dos entrevistados aprovaram a operação, enquanto 25% a reprovaram. Apesar disso, o episódio coincidiu com queda na avaliação positiva do governo.

A aprovação pessoal de Lula recuou de 48% para 47%, e a reprovação passou de 49% para 50%. Já a parcela que considera o governo “bom ou ótimo” caiu de 33% para 31%, enquanto a avaliação negativa subiu de 37% para 38%.

Desgaste de Lula

O desgaste foi intensificado pelas declarações do presidente sobre o tema. Durante viagem à Malásia, em encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Lula afirmou que “os traficantes também são vítimas dos usuários” — frase rejeitada por 81% dos entrevistados; apenas 14% concordaram e 5% não souberam responder.

Dias depois, em 4 de novembro, Lula voltou a se pronunciar e classificou como “desastrosa” a operação policial no Rio. A avaliação também foi negativa: 57% discordaram da fala, enquanto 38% concordaram e 5% não opinaram.

Segurança pública

A pesquisa aponta que a violência voltou a ser o principal problema do país para 38% dos brasileiros, índice superior ao de outubro, quando o percentual era de 30%.

A demanda por endurecimento penal, a pressão por medidas federais mais amplas e a reação às declarações presidenciais indicam um cenário em que segurança pública e política nacional se entrelaçam cada vez mais no debate público, segundo a análise da Quaest.

Malafaia cita valores e diz que “verdadeiro cristão não apoia” Lula

O pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, gerou repercussão ao publicar em suas redes sociais na sexta-feira um vídeo no qual afirma que “um verdadeiro cristão não apoia” o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A gravação foi divulgada um dia após o bispo Samuel Ferreira, presidente da Assembleia de Deus no Brás, ter se reunido com o chefe do Executivo no Palácio do Planalto.

Em sua declaração, Malafaia não mencionou nominalmente o encontro, mas criticou a aproximação de representantes evangélicos com o governo federal. “Um verdadeiro cristão não apoia quem defende valores contrários à Palavra de Deus. Não se trata de política partidária, mas de princípios inegociáveis”, afirmou o pastor.

A reunião ocorrida na quinta-feira (27) contou com a presença de diversas lideranças religiosas e teve como pauta oficial ações sociais e políticas públicas dirigidas às comunidades evangélicas. O evento, entretanto, provocou divisões entre segmentos conservadores do meio cristão.

Malafaia, conhecido por seu alinhamento com o ex-presidente Jair Bolsonaro, reforçou em sua fala que “não é possível conciliar luz com trevas” e alertou sobre “tentativa de usar a fé para fins ideológicos”. O pastor defendeu que a igreja mantenha “postura fiel às Escrituras, acima de qualquer governo ou poder humano”.

O episódio evidencia a divisão entre correntes do movimento evangélico brasileiro. De um lado, lideranças como Samuel Ferreira defendem o diálogo institucional com o governo como forma de garantir representatividade e acesso a programas sociais. De outro, vozes como Malafaia consideram esta aproximação um risco à independência doutrinária das igrejas.

A AD Brás, sob liderança de Samuel Ferreira, representa uma das maiores convenções assembleianas do país. Seu pai, o bispo Manoel Ferreira, já havia estabelecido relações com governos petistas anteriores, incluindo o declarado apoio à então presidente Dilma Rousseff.

A declaração de Malafaia ocorre em momento em que o governo federal busca estreitar relações com o segmento evangélico, que representa parcela significativa do eleitorado brasileiro. O Planalto tem promovido encontros com lideranças religiosas para discutir pautas sociais e projetos assistenciais.

O vídeo do pastor ultrapassou milhões de visualizações em poucas horas, demonstrando a sensibilidade do tema e a influência de Malafaia no cenário político-religioso nacional. A discussão sobre os limites entre fé e política permanece como um dos temas mais divisivos no meio evangélico brasileiro. Com informações: JM Notícias.

Vídeo mostra momento que fiel é morto a tiros durante culto no RS

Assine o Canal

Um homem foi morto a tiros durante um culto evangélico transmitido ao vivo na cidade de Porto Xavier (RS), na fronteira do Brasil com a Argentina, na noite de domingo, 2 de novembro, por volta das 21h. O crime ocorreu dentro de um templo evangélico e foi registrado em vídeo durante a celebração.

De acordo com informações da Polícia Civil, a vítima, um homem de 29 anos, foi atingida por quatro disparos e morreu no local antes da chegada do socorro. Na gravação, que exibia o culto em tempo real, é possível ouvir pelo menos seis tiros antes que a transmissão fosse interrompida.

O atirador fugiu imediatamente após os disparos. Já na segunda-feira, 3 de novembro, por volta do meio-dia, uma ação conjunta da Brigada Militar e da Polícia Civil resultou na prisão do suspeito, de 27 anos, nas proximidades do Fórum da cidade.

Segundo as autoridades, o homem foi reconhecido por testemunhas e levou os agentes até o local onde havia escondido a arma do crime — um revólver calibre 38, encontrado com seis munições deflagradas. O suspeito foi autuado em flagrante por homicídio e encaminhado ao sistema prisional.

De acordo com o G1, a Polícia Civil segue investigando a motivação do crime, que ocorreu em uma das várias comunidades religiosas da região de fronteira.

Adiada sentença de cristão processado por testemunhar ser ex-gay

O veredito no caso do cristão maltês Matthew Grech, processado por relatar publicamente sua experiência de ter deixado a homossexualidade, foi adiado pela segunda vez no dia 06 de novembro.

O julgamento, que se arrasta desde 2022, voltou a ser postergado sem explicação prévia — um novo e-mail enviado ao advogado do réu informou o adiamento de última hora, segundo a organização Christian Concern, sediada em Londres.

Matthew Grech, de 36 anos, enfrenta possíveis multas de até € 5.000 (cerca de US$ 5.700) e pena de até cinco meses de prisão, acusado de violar o Artigo 3 da Lei de Afirmação da Orientação Sexual, Identidade de Gênero e Expressão de Gênero de Malta. A norma, aprovada em 2016, foi a primeira da Europa a proibir qualquer forma de “anúncio ou promoção de práticas de conversão”, tornando crime discussões ou conselhos sobre mudança de orientação sexual.

As acusações surgiram após uma entrevista concedida por Grech em abril de 2022 ao portal independente PMnews Malta, na qual ele compartilhou sua história pessoal e suas opiniões sobre a proibição das terapias de conversão. Segundo a Christian Concern, o depoimento foi interpretado pelas autoridades como uma suposta forma de “promoção” dessas práticas, embora o acusado não tenha incentivado ninguém a buscar tratamento, limitando-se a expressar sua perspectiva de fé.

Depoimento e repercussão

Na entrevista, Grech relatou que, durante a infância e adolescência, enfrentou dificuldades em se relacionar com outros meninos, o que, segundo ele, resultou em sentimentos confusos mais tarde. O maltês mencionou que algumas formas de “terapia da fala” — baseadas em apoio psicológico e não coercitivo — poderiam ajudar pessoas que vivenciam “atração pelo mesmo sexo ou confusão de gênero”, mas destacou que essas abordagens não deveriam ser criminalizadas.

Após sua conversão ao cristianismo, Grech afirmou ter passado a compreender a homossexualidade não como identidade, mas como comportamento do qual escolheu se afastar. “Assim como qualquer outro pecado, é possível se arrepender, pedir perdão a Deus e pedir-Lhe forças para superar”, declarou na ocasião.

Logo depois da publicação, Grech e os dois jornalistas que conduziram a entrevista foram indiciados sob a lei maltesa que proíbe a divulgação de qualquer forma de “terapia de conversão”.

Os denunciantes

A denúncia foi apresentada por Silvan Agius, ativista LGBT que participou da redação da própria lei e atua desde 2019 como assessor no gabinete da Comissária Europeia para a Igualdade, Helena Dalli. Também figuram como denunciantes Christian Attard, membro fundador do Movimento pelos Direitos LGBTQIA+ de Malta, e Cynthia Chircop, copresidente da mesma organização.

A legislação maltesa, considerada modelo para propostas semelhantes em outros países europeus, tem sido criticada por grupos de defesa da liberdade religiosa, que alegam que a norma restringe testemunhos de fé e experiências pessoais.

Reação

Em mensagem divulgada pela Christian Legal Centre (CLC) após o novo adiamento, Grech expressou decepção com a demora no julgamento, mas reafirmou sua confiança em Deus: “Jesus disse: ‘Alegrem-se quando forem perseguidos por causa do meu nome’, então eu permaneço alegre”, declarou. “Não me surpreendo quando as provações chegam, porque fomos avisados de que elas viriam. Então, sinto paz”.

Grech também agradeceu o apoio recebido de cristãos de vários países e afirmou que enxerga o processo como parte de uma missão maior: “Sinto-me muito apoiado pela minha família cristã em todo o mundo, mas também carrego um senso de responsabilidade. Acredito que estamos fazendo um ótimo trabalho ao defender Cristo neste momento”, afirmou.

O caso, que ganhou repercussão internacional, reacendeu o debate sobre liberdade de expressão, fé e legislação de gênero na Europa. Ainda não há nova data definida para a leitura do veredito, de acordo com informações do portal The Christian Post.

Ator que interpreta Tadeu em ‘The Chosen’ lança devocional

O ator Giavani Cairo, conhecido por interpretar Tadeu na série The Chosen, está ampliando sua jornada espiritual para além das telas. Após sete anos dando vida ao discípulo de Jesus, o artista lançou um devocional em áudio de sete dias intitulado “Acreditando Quando Tudo Parece Perdido”, disponível por meio de uma parceria com o aplicativo Glorify.

O projeto faz parte de uma série especial que reúne outros intérpretes da produção bíblica e busca inspirar ouvintes a redescobrir a fé em meio às incertezas.

Cairo descreve o devocional como uma oportunidade de celebrar a “fé silenciosa”, conceito que, segundo ele, reflete tanto a vida de Tadeu quanto a de muitos que vivem sua crença discretamente. “Espero que as pessoas saiam daqui com uma conexão mais profunda com sua fé, especialmente aquelas que talvez sintam que não são vistas como gostariam. Deus nos vê a todos, e a fé silenciosa é linda”, afirmou.

O ator explica que sempre se sentiu atraído pelo discípulo Tadeu — chamado por diferentes nomes no Novo Testamento — por causa de sua humildade e sinceridade. “Ele lidera com amor e faz com que os outros saibam que pertencem a algum lugar. Tento refletir isso na minha vida, mas ele me ensinou a ser ainda melhor nesse aspecto”, disse.

Transformação pessoal

Durante a entrevista, Cairo contou que o papel o transformou pessoal e espiritualmente, um sentimento compartilhado por outros membros do elenco e pelo diretor da série, Dallas Jenkins. Ele destacou uma cena da quinta temporada como um dos momentos mais marcantes de sua carreira. “Jesus deixa claro para Tadeu que ele — aquele que muitas vezes é esquecido — tem muito a oferecer. Naquele momento, percebi que Ele não estava falando só com Tadeu, mas também comigo e com todos nós”, relatou.

A experiência de filmar o devocional sem a equipe habitual foi, segundo Cairo, um desafio. “Foi diferente não ter minha família de The Chosen comigo, mas esses sete anos me prepararam para momentos como este. Eles me ajudaram a crescer como ator e como pessoa”, afirmou.

Redescoberta da fé

Antes de integrar o elenco de The Chosen, Cairo viveu um período de incerteza profissional e espiritual. Criado em uma família católica, ele contou que se afastou da fé após mudar-se para Los Angeles, onde enfrentou dificuldades para conseguir papéis relevantes. “Eu não me sentia realizado e sentia falta da minha família em Michigan. Também sentia falta de me conectar com Deus”, recordou.

Um amigo o convidou para participar de um programa sem fins lucrativos voltado à definição de metas pessoais e serviço comunitário. Foi ali que, segundo ele, sua trajetória mudou. “Meus dois objetivos eram conseguir meu primeiro papel em uma série e me aproximar de Deus. Eu me comprometi a ler a Bíblia e orar diariamente. Pouco antes de o programa terminar, recebi o convite para o teste de The Chosen”, contou.

Cairo vê o ato de contar histórias como uma expressão de adoração e uma maneira de refletir a imagem divina. “Vejo a criatividade como um dos reflexos mais puros da imagem de Deus em nós. Agradeço todos os dias por poder ser um instrumento, não apenas para a história de Tadeu, mas também para a dEle”, afirmou.

Ele explicou que sua fé é o alicerce de seu processo criativo: “Minha fé e minha oração me ancoram. Leio o roteiro, analiso as cenas, mas é minha entrega a Deus que me liberta para contar a história”.

Fé e tecnologia unidas

O ator também destacou que a parceria entre The Chosen e Glorify representa um elo entre a espiritualidade e o universo digital, sobretudo entre os jovens. O aplicativo oferece meditações guiadas, leituras bíblicas, devocionais e playlists personalizadas, facilitando o acesso à fé no cotidiano. “A geração mais jovem se conecta com a fé por meio da narrativa, porque as histórias atingem o coração antes da mente”, observou.

Cairo acredita que a combinação entre arte, tecnologia e fé pode gerar transformação real. “Minha esperança é que essa colaboração ajude as pessoas a aprofundarem seu relacionamento com Deus no dia a dia. Esta é uma parceria que pode transformar inspiração em transformação”, declarou, segundo o The Christian Post.

O ator deixou uma mensagem de encorajamento, alinhada à essência de seu devocional: “Deus vê você. Ele vê todos nós. Você nunca está sozinho. Quando seguimos a humildade e o amor de Jesus, Ele traz para nossas vidas pessoas com esse mesmo coração”.

Pastor evangelizará na universidade onde Charlie Kirk foi morto

O pastor Greg Laurie será o pregador principal do evento “Hope for America” (Esperança para a América), uma Cruzada da Colheita marcada para 16 de novembro na Universidade Utah Valley (UVU) — o mesmo local onde o ativista cristão conservador Charlie Kirk foi assassinado em 10 de setembro durante um evento da Turning Point USA (TPUSA).

A expectativa é reunir cerca de 10 mil pessoas, com transmissão simultânea para mais de 60 igrejas em Utah. Laurie contou que a decisão de realizar a cruzada em Utah surgiu logo após o atentado que tirou a vida de Kirk. Segundo ele, o evento inicialmente estava previsto apenas para 2027, mas foi antecipado após apelos de líderes religiosos locais.

“Entramos em contato imediatamente com os pastores de Utah para oferecer nosso apoio. Eles responderam: ‘Venham o quanto antes. Nossa comunidade está sofrendo’”, relatou o pastor.

O líder da Harvest Ministries explicou que a equipe marcou a data “para apenas seis semanas depois”, algo inédito na história das cruzadas. “Normalmente, planejamos eventos com um ano de antecedência. Mas há uma urgência, e acreditamos que a mensagem do Evangelho é a resposta”, afirmou.

Laurie esclareceu que, embora a TPUSA não esteja envolvida na organização, “eles estão plenamente cientes do evento e o apoiam”.

Homenagem

Greg Laurie, que já havia participado de conferências da TPUSA Faith e do programa The Charlie Kirk Show, recordou sua amizade com o ativista. “Conheci Charlie há alguns anos e também palestrei recentemente em uma das conferências de pastores dele. Sempre admirei o trabalho incrível que realizava com os jovens”, declarou.

O pastor destacou que o objetivo do evento é levar esperança e reconciliação espiritual após a tragédia que comoveu o país. “Nosso objetivo é simples e urgente: alcançar o maior número possível de pessoas com a mensagem transformadora do Evangelho. Queremos oferecer esperança verdadeira — esperança para esta vida e para a próxima — que só pode ser encontrada em Jesus Cristo”.

Laurie acrescentou que a memória de Kirk será um símbolo durante o evento. “Charlie personificava essa esperança. Sua vida e seu trágico assassinato são um alerta para Utah, para nossa nação e para o mundo, especialmente para os jovens. Nosso desejo é que eles descubram a mesma esperança que Charlie tinha em Cristo”.

Apoio

O pastor Lucas Miles, diretor sênior da TPUSA Faith, afirmou em nota que a organização apoia a iniciativa da Harvest Crusade. “Respeitamos profundamente o pastor Greg Laurie e o trabalho que ele realizou por meio das Cruzadas da Colheita. Sua coragem em levar o Evangelho a comunidades feridas como a Universidade Utah Valley é exatamente o que os Estados Unidos precisam neste momento”, declarou.

Segundo Miles declarou ao The Christian Post, a cruzada transmite “uma mensagem clara de esperança, redenção e verdade encontrada somente em Jesus Cristo”.

Assassinato

Charlie Kirk, de 31 anos, foi morto a tiros no pescoço em 10 de setembro, durante uma apresentação da turnê “America Comeback Tour” da TPUSA em Orem (Utah). O ataque ocorreu logo após ele responder a uma pergunta do público sobre tiroteios cometidos por pessoas que se identificam como transgênero.

As autoridades prenderam Tyler James Robinson, de 22 anos, 33 horas após o crime. De acordo com a acusação formal apresentada pelo Tribunal do Quarto Distrito Judicial do Condado de Utah, Robinson teria agido por motivações ideológicas, discordando das posições cristãs e conservadoras de Kirk.

O réu foi indiciado por homicídio qualificado, disparo de arma de fogo com lesão grave, obstrução da justiça, intimidação de testemunha e crime violento na presença de uma criança. O caso segue em tramitação na justiça estadual.

Com o evento “Hope for America”, Greg Laurie afirmou esperar que a tragédia se transforme em um movimento de fé e reconciliação. “Nosso país precisa de esperança — a mesma esperança que só Jesus pode oferecer. É tempo de luz, mesmo em meio à escuridão”, declarou.

Encontrar a paz de Deus na ansiedade das festas de fim de ano

À medida que o fim do ano se aproxima, a escritora cristã Amanda Idleman propôs uma reflexão sobre a sobrecarga emocional e espiritual que acompanha a época natalina. Para ela, o acúmulo de tarefas, as expectativas sociais e o consumismo desenfreado ameaçam ofuscar o verdadeiro sentido das festas.

“A lista de tarefas é interminável”, observa. “Se formos honestos, é difícil não deixar que o peso de tudo isso roube a magia da época”.

Idleman, autora de textos voltados à espiritualidade familiar, afirma que a rotina das celebrações pode facilmente se transformar em uma fonte de ansiedade. A cada Natal, diz ela, surge o desafio de conciliar compromissos, tradições e obrigações, sem perder de vista o propósito espiritual. “Uma conversa franca com Deus é necessária a cada temporada de festas, para que minha ansiedade e necessidade compulsiva de planejar não arruínem o Natal”, confessa.

Olhar a Cristo

Segundo a autora, a primeira atitude para enfrentar o cansaço e o estresse das festas é lembrar o verdadeiro significado do Natal. “Fazer as coisas por fazer é um desperdício de tempo e dinheiro”, escreve. Idleman enfatiza que todas as tradições e encontros ganham valor quando são orientados pela fé e pela gratidão. “O Menino Jesus, Deus encarnado, veio e viveu para morrer pelos nossos pecados. Quando centramos nossos pensamentos nessa verdade, fica mais fácil superar o ruído e a superficialidade.”

Ela recomenda que os cristãos transformem a exaustão em adoração, levando seus sentimentos ao Senhor. “Se a sua lista mental de tarefas está levando você a fazer coisas que não parecem amorosas e gentis, peça a Deus para mostrar se essa tradição é uma boa maneira de se lembrar dEle nesta época”.

Valor da simplicidade

Idleman acredita que a sociedade moderna complicou demais o Natal. Para ela, o excesso de compromissos e o apelo ao consumo tornaram as festas um período de pressão, não de paz. “As expectativas sobre o que a família deve fazer juntas são verdadeiramente insanas”, afirma.

A escritora defende um retorno à simplicidade: noites tranquilas em casa, leituras bíblicas, orações e momentos de descanso. “Não tenha medo de perder alguns daqueles momentos mágicos de sair e gastar. Também é possível criar memórias especiais simplesmente estando em casa, lembrando, orando e permanecendo em paz”.

Amor com limites

Outro princípio apontado por Idleman é o exercício de limites saudáveis. Ela argumenta que o amor genuíno não se manifesta em excesso, mas em equilíbrio. “Se existem tradições que você detesta, pessoas com quem se sente obrigado a conviver ou presentes que não pode dar, dizer não é permitido”, defende.

Citando 1 Coríntios 9:24, Idleman lembra que “amar nossos vizinhos e familiares exige disciplina”, e que essa disciplina é o que traz paz ao caos. O conselho é identificar o que gera incômodo e repensar a maneira de se relacionar com as obrigações da época, mantendo o coração saudável e disposto a servir com sinceridade.

No ritmo da gratidão

Para a escritora, desacelerar é essencial. “A época natalina parece chegar como um furacão e passa tão depressa que mal conseguimos processar tudo o que fizemos”, observa. Ela sugere que os cristãos aprendam a pausar entre compromissos e redescubram a beleza da presença. “Só temos uma oportunidade para viver o Natal este ano. Respire e esteja presente”.

Idleman recorda o ensinamento de Tiago 1:17 — “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto” — como um lembrete de que o tempo e as bênçãos de Deus devem ser recebidos com gratidão: “Pare para refletir sobre o que Deus lhe deu e o que Ele quer que você leve para o novo ano”.

Partilhar responsabilidades

Idleman também encoraja os leitores a compartilhar a carga das festas. “Você não precisa criar toda a magia sozinho”, diz. Ela sugere dividir as tarefas com o cônjuge, familiares e amigos — desde o planejamento de refeições até a compra de presentes. “Envolva seu cônjuge na escolha dos presentes para que o peso mental de demonstrar carinho não recaia apenas sobre uma pessoa”.

Citando 1 Pedro 5:7 — “Lancem sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês” —, a autora lembra que Deus vê os esforços de cada um para expressar amor durante o Natal. “Ele te ama e deseja que você desfrute de suas muitas bênçãos neste período sagrado”.

Jamais murmurar

Idleman conclui em seu artigo no Crosswalk com uma reflexão sobre a diferença entre murmuração e lamento. A primeira, diz ela, “é egocêntrica e enraizada em expectativas não atendidas”, afastando o indivíduo da presença de Deus. Já o lamento sincero, por outro lado, permite “compartilhar honestamente a dor com o Senhor, confiando em Sua soberania”.

Para Amanda Idleman, a mensagem central do Natal é simples e profunda: reencontrar a paz na presença de Deus e redescobrir a alegria em meio ao caos. “A disciplina, a gratidão e a fé são o antídoto contra o excesso e o desespero”, escreve. “Quando Jesus está no centro, o Natal volta a ser o que sempre foi — um tempo de amor, esperança e descanso”.

Cristãos analisam impacto da inteligência artificial no evangelismo

O Movimento de Lausanne, por meio de sua iniciativa de pesquisa LIGHT, conduz um amplo debate sobre a influência da inteligência artificial no futuro das missões cristãs. O grupo avalia os potenciais, riscos e implicações éticas do uso da IA em atividades que vão desde o ensino teológico e o cuidado pastoral até a comunicação e a tradução de textos sagrados.

Em um relatório recente, a LIGHT declarou: “A IA não é inerentemente benéfica ou prejudicial. Seu valor será determinado pela forma como o povo de Deus a compreender, regular e aplicar”.

O documento, divulgado no contexto da crescente integração de ferramentas digitais no cotidiano, visa orientar igrejas e organizações para que a tecnologia amplifique, e não deturpe, o cumprimento da Grande Comissão.

A discussão ultrapassa questões éticas básicas e adentra o campo prático. Recursos de IA já são utilizados na tradução de Escrituras para línguas não alcançadas, na automação de comunicações eclesiais e no suporte a estratégias de evangelismo. Contudo, o relatório adverte contra duas reações extremas: a euforia acrítica e a rejeição por temor.

Como alternativa, a LIGHT propõe um engajamento pautado em reflexão teológica e critérios éticos, questionando: “Como tais ferramentas podem fomentar, e não substituir, relações autênticas? De que modo a igreja pode ser exemplo de transparência e justiça no ambiente digital? E como a IA pode acelerar a Grande Comissão sem deslocar Cristo do centro da missão?”

Para auxiliar nesse discernimento, os pesquisadores sugerem uma estrutura ética baseada em quatro eixos: conformidade com a Grande Comissão; fortalecimento de vínculos relacionais humanos e divinos; compromisso com justiça, sustentabilidade e proteção dos vulneráveis; e defesa da transparência e responsabilidade moral no uso da tecnologia.

O texto é enfático ao afirmar que a inteligência artificial “não deve interferir na comunhão com Deus ou na conexão com o próximo”, cabendo aos seres humanos, como agentes morais, a responsabilidade final sobre o uso e a disseminação dessas ferramentas.

Um dos tópicos de maior destaque é o uso da inteligência artificial na proclamação evangelística. Embora reconheça a capacidade da inteligência artificial de gerar conteúdo contextualizado e superar barreiras linguísticas, o movimento ressalta que a tecnologia não pode suplantar o testemunho presencial dos fiéis.

“O evangelho permanece o mesmo”, afirmam os autores. “Os mandamentos bíblicos transcendem inovações tecnológicas e exigem proclamação fiel, independentemente do meio.” A IA pode, por exemplo, otimizar estratégias de comunicação, oferecer segurança a missionários em áreas de risco e analisar dados para ampliar o alcance evangelístico. No entanto, a voz humana segue insubstituível.

Segundo o relatório, “Jesus, o Verbo que se fez carne, anunciou o reino mediante sua presença encarnada. Seres humanos — dotados de alma, habitados e capacitados pelo Espírito Santo — conectam-se com outros seres humanos de modos que uma máquina jamais reproduzirá. O evangelismo pressupõe o testemunho de uma experiência vivida com Cristo”.

Num mundo progressivamente digital e desencarnado, destaca o texto, “é a presença humana autêntica que torna tangível o amor de Cristo aos que estão perdidos e solitários. Nossa presença física demonstra que nos importamos o suficiente para ir pessoalmente ‘anunciar boas-novas aos pobres’ e ‘proclamar liberdade aos cativos’”.

O relatório recorda que a igreja já enfrentou transformações tecnológicas em outros momentos da história, e as enfrentará também no futuro. Com discernimento, coragem e oração, os cristãos podem encarar esta nova fronteira não com temor, mas com esperança, confiantes de que a missão de Deus seguirá adiante por meio do seu povo, mesmo na era digital.

“Em termos relacionais, a IA questiona a eficácia do projeto divino. Em termos teológicos, questiona a suficiência dos métodos de Deus. Tais questionamentos devem ser enfrentados com seriedade e em oração”, finaliza o documento.

“A IA pode complementar, mas nunca substituir, o arauto humano cheio do Espírito na proclamação do evangelho e no cumprimento da Grande Comissão.” Com informações: The Christian Today.