Morre pastor que liderou retomada conservadora na Igreja Batista

Morris H. Chapman, ex-presidente da Convenção Batista do Sul (SBC) e uma das figuras centrais do Ressurgimento Conservador dentro da denominação, morreu aos 84 anos, na segunda-feira, 20 de outubro, poucas semanas antes de completar 85, segundo informou o Baptist Press.

Chapman também presidiu o Comitê Executivo da SBC, função que exerceu por 18 anos, entre 1992 e 2010, e foi reconhecido por seu papel em fortalecer a cooperação missionária e administrativa da convenção.

O atual presidente do Conselho Consultivo da SBC, Jeff Iorg, lamentou a morte do líder e destacou sua contribuição à denominação. “Morris Chapman liderou com paixão e integridade. Ele foi um defensor da cooperação e da nossa missão global”, afirmou. “Foi um amigo que me encorajou por muitos anos, inclusive após minha eleição como presidente do Comitê Executivo. Nós o honramos e oramos por sua família neste momento de perda”.

O ex-presidente da Comissão de Ética e Liberdade Religiosa da SBC, Dr. Richard Land, que conviveu com Chapman por décadas, também prestou homenagem. “Morris era um homem de coragem e convicção e, ao mesmo tempo, buscava ser um reconciliador. Ele e sua esposa, Jodi, foram um grande trunfo para os batistas do sul”, declarou em nota ao The Christian Post.

O pastor Benjamin Cole, conhecido nas redes sociais como The Baptist Blogger, destacou o legado de integridade de Chapman em declaração ao Baptist News Global: “Ele será lembrado com carinho como um lastro confiável durante períodos de recuperação teológica e realinhamento institucional”, afirmou. “Era uma fonte de integridade pessoal inquestionável e estabilidade administrativa quando seus irmãos mais precisavam dela. E, ao contrário de muitos de seus contemporâneos, quanto mais me aproximava dele, mais eu via que se parecia com Jesus. Sentirei muita falta dele.”

Vida e ministério

Nascido em 28 de novembro de 1940, Dia de Ação de Graças, em Kosciusko, Mississippi, Morris Chapman formou-se no Seminário Teológico Batista do Sudoeste (SWBTS), onde obteve mestrado em Divindade e doutorado em Ministério.

Ele pastoreou diversas igrejas, incluindo a Primeira Igreja Batista de Wichita Falls, no Texas, entre 1979 e 1992, uma das congregações mais influentes da convenção.

Chapman foi uma das vozes mais proeminentes do Ressurgimento Conservador, movimento que marcou a história da SBC ao restaurar uma interpretação bíblica ortodoxa e confessional em resposta a correntes teológicas liberais. Em 1990, foi eleito presidente da Convenção Batista do Sul, derrotando um candidato moderado — tornando-se o último representante do movimento conservador a disputar diretamente um cargo presidencial na denominação. Um ano depois, foi reeleito sem oposição.

Legado

Durante sua gestão no Comitê Executivo da SBC, Chapman foi um defensor do Programa Cooperativo, mecanismo que financia os ministérios nacionais e internacionais da denominação. Sob sua liderança, o programa registrou crescimento de 44% nas receitas orçamentárias, alcançando, entre 2007 e 2008, um recorde de US$ 548,2 milhões em doações às convenções estaduais, segundo o Baptist Press.

Chapman se aposentou em 2010, após quase duas décadas de serviço na administração denominacional. Em um culto realizado no Seminário do Sudoeste, exatamente três anos antes de sua morte, ele compartilhou um testemunho sobre sua vocação ministerial. “Nosso único objetivo é levar outros a conhecer Jesus como nós O conhecemos”, disse aos presentes.

Ele recordou como resistiu ao chamado pastoral no início de sua jornada. “Eu disse a Deus desde o começo que não podia pregar. E sabe o que Deus fez? Ele disse: ‘Bem, filho, vamos dar uma olhada nisso. Acho que vou te chamar para pregar’”, contou com humor.

Encerrando o relato, Chapman resumiu sua fé em termos simples: “Eu confiava Nele talvez 99%, mas não tinha certeza. Mas Ele é fiel. Sou um exemplo vivo de como Deus pode pegar o comum e fazer com ele o incomum.”

Dia das Bruxas: tabuleiros e cartas não são inofensivos

Jenn Nizza, que atuou como médium por 25 anos, utilizou sua plataforma digital para advertir cristãos sobre os riscos de práticas espirituais associadas ao período do Halloween, também conhecido como Dia das Bruxas. Em declarações no podcast “Ex-Psychic Saved”, ela focou especialmente em objetos como tabuleiro Ouija e baralhos de tarô.

A ex-médium, segundo o The Christian Post, observou a popularização crescente desses itens no comércio tradicional. “Estas ferramentas são apresentadas como entretenimento inofensivo, mas carregam consequências espirituais sérias”, afirmou Jenn, definindo a adivinhação como uma tentativa de obter conhecimento fora dos limites estabelecidos por Deus.

Da iniciação à conversão

Sua jornada no ocultismo começou na adolescência, com leituras de tarô que pareciam inocentes. “Aquelas cartas foram meu portal para um mundo de destruição”, confessou. Ao longo de décadas, ela aprofundou-se em numerologia, astrologia e mediunidade, acreditando inicialmente estar utilizando um dom espiritual para ajudar pessoas.

Jenn descreveu como entidades demoníacas se manifestavam em suas sessões: “Elas assumiam formas específicas para enganar meus clientes. O diabo é essencialmente manipulador”. A mudança ocorreu aos 36 anos, quando fez sua primeira oração a Jesus e decidiu abandonar completamente suas atividades anteriores.

Seu testemunho culmina com um aviso direto que envolve o Dia das Bruxas: “Atividades aparentemente divertidas podem ser veículos para influência demoníaca. Não se trata de um jogo, mas de uma ferramenta espiritual perigosa”, concluiu, referindo-se especificamente aos itens promovidos durante a temporada de Halloween.

Centenas vêm a Cristo em ato conduzida por neto de Billy Graham

Mais de 550 pessoas tomaram uma decisão pública de seguir a Jesus Cristo durante o festival “Time of Hope”, realizado na Arena Tondiraba, em Tallinn. O evento, conduzido pelo evangelista Will Graham, neto do lendário pregador Billy Graham, lotou o espaço esportivo no último fim de semana.

De acordo com a organização, o domingo foi o dia com maior adesão, registrando mais de 200 decisões. A plateia era composta por um público significativamente jovem, com cerca de metade dos participantes que fizeram a decisão religiosa estando na faixa etária de 10 a 25 anos. O evento também foi acessível à comunidade surda, com tradução simultânea para a Língua de Sinais Estoniana.

Will Graham centrou sua pregação na história bíblica do filho pródigo, enfatizando o amor de Deus. “Ele te ama mais do que qualquer outra coisa neste mundo”, afirmou Graham durante o sermão.

O testemunho de um ex-atleta

A realização do evento no local teve um significado especial para Christopher, um ex-atleta da Seleção Estoniana de Hóquei que treinou naquela mesma arena. Convertido em 2018, ele tornou-se voluntário e disse ter orado por anos para ver um avivamento no local.

Christopher contou que, durante um culto em 2024, sentiu um incentivo para orar por um avivamento específico na Arena Tondiraba. Minutos depois, soube que o festival seria sediado lá no ano seguinte.

Durante o evento, ele viu seu pai fazer uma declaração pública de fé. “Ele disse: ‘Cristo é o meu Senhor’”, relatou Christopher, que classificou o evento como algo nunca visto por ele na Europa.

Um jovem chamado Mattias foi um dos que respondeu ao apelo no domingo. Ele disse que, embora já conhecesse a história bíblica, foi a primeira vez que se sentiu pessoalmente tocado por ela.

O pastor local Erki Tamm comparou o número total de decisões—mais de 550—ao tamanho de quatro grandes igrejas locais, dimensionando o impacto do evento para o contexto religioso do país.

Sem visto, pastor brasileiro nos EUA decide se autodeportar

Para o pastor brasileiro Albert Oliveira, a imigração não é apenas uma questão legal, mas também uma questão de consciência. Prestes a deixar os Estados Unidos após mais de uma década de ministério, ele e a família se preparam para retornar ao Brasil, uma decisão que ele descreve como “fazer o que é certo diante de Deus e da lei”.

Oliveira lidera a Primeira Igreja Batista de Gordon, no estado do Texas, a cerca de 112 quilômetros de Fort Worth, e deixará o país quando seu visto R-1, destinado a trabalhadores religiosos, expirar em 9 de novembro.

“Se a lei, como está atualmente, não oferece justiça àqueles que fizeram o que ela exige, cabe à consciência daqueles que estão no poder fazer o que é certo”, declarou o pastor em entrevista ao The Christian Post na última segunda-feira, 20 de outubro.

Ele afirmou confiar na soberania divina sobre o processo. “Deus está no controle e Sua vontade é perfeita. Confiamos que Ele usará nossas vidas para tocar os corações daqueles que estão no poder e fazer a diferença nesta questão”, acrescentou.

Trajetória nos EUA

Oliveira chegou aos Estados Unidos em 2011, com um visto de estudante F-1, para cursar Missões Interculturais e Psicologia, e mais tarde obteve um mestrado em Missiologia pelo Seminário Teológico Batista do Sudoeste (SWBTS). Antes disso, atuava no Brasil como intérprete de missionários, e foi por meio do apoio de uma dessas famílias que conseguiu ingressar nos estudos teológicos nos EUA.

Durante o período no seminário, passou a trabalhar na Primeira Igreja Batista de Gordon como ministro estudantil, ajudando a liderar a congregação durante os lockdowns da pandemia de COVID-19, em 2020. Pouco depois, foi nomeado pastor titular da igreja.

“Deus tem sido generoso em me permitir participar dos batismos que acontecem todos os meses e ver pessoas se converterem a Cristo. Nossa igreja agora tem parcerias ministeriais em Honduras, Brasil e Nova York”, afirmou. “Muitas vidas foram transformadas por meio do ministério que Deus estabeleceu nesta igreja.”

Apesar dos desafios de pastorear uma comunidade em uma cidade de cerca de 500 habitantes, Oliveira destacou o crescimento inesperado da congregação. “Nossa igreja chegou a considerar fechar as portas devido à baixa frequência, mas agora precisamos estudar a possibilidade de expandir o santuário”, contou. “O ministério aqui tem sido uma aventura alegre.”

Decisão de saída

Com o visto R-1 prestes a expirar, Oliveira e sua esposa — cujo visto R-2 também vencerá — decidiram retornar voluntariamente ao Brasil para evitar o status de indocumentados. Ele havia solicitado um visto EB-4, que abriria caminho para o green card, mas o aumento no número de pedidos sobrecarregou o sistema de imigração, reduzindo as chances de aprovação a tempo.

“Chegamos dentro da lei, ficamos dentro da lei e sairemos dentro da lei”, resumiu o pastor. Ele afirmou que passará os primeiros meses no Brasil, e depois seguirá para a Alemanha, de onde continuará pastoreando a igreja remotamente, pregando por transmissões ao vivo e participando de reuniões virtuais.

Contexto nos EUA

Segundo dados do Departamento de Segurança Interna, cerca de 2 milhões de imigrantes ilegais deixaram os Estados Unidos voluntariamente ou foram deportados desde o início da atual gestão. Desses, aproximadamente 1,6 milhão optaram pela autodeportação voluntária, e 400 mil foram removidos pelas autoridades.

Estudos recentes indicam que a maioria dos imigrantes em situação irregular é formada por cristãos. Um levantamento da organização World Relief, publicado em abril, apontou que quatro em cada cinco pessoas em risco de deportação se identificam com a fé cristã, evidenciando o impacto da política migratória sobre comunidades religiosas em todo o país.

Para o pastor Oliveira, no entanto, a decisão de retornar não representa o fim do chamado ministerial. “Confiamos que Deus continuará a agir — aqui, no Brasil e onde quer que Ele nos envie”, declarou.

Pastores fazem ação pelas negociações de paz no Oriente Médio

Enquanto diplomatas dos Estados Unidos e de Israel conduzem tratativas de paz no Hotel King David, em Jerusalém, um grupo de líderes religiosos cristãos, incluindo pastores, atua em paralelo, organizando vigílias de oração pelo sucesso das negociações pela paz no Oriente Médio.

A comitiva norte-americana é composta pelo vice-presidente J.D. Vance, pelo conselheiro Jared Kushner e pelo negociador Steve Wittkoff. O foco das reuniões é consolidar o cessar-fogo entre Israel e o Hamas e impedir a retomada do conflito.

O pastor Joel Engel, que se deslocou ao local, é uma das vozes que articula o apoio espiritual à iniciativa. Ele se reuniu com Tom e Katy Hess, da Torre de Oração de Jerusalém, para um momento de intercessão realizado no próprio hotel. A data de 21 de outubro foi considerada simbólica pelo grupo, por coincidir com um evento de oração internacional focado na “Estrada da Santidade”, conceito baseado no livro bíblico de Isaías.

Iniciativa espiritual e contexto diplomático

A motivação para a viagem de Engel, segundo seu relato, surgiu de um sonho profético sobre uma união espiritual entre Brasil e Israel. “As bandeiras se uniam como em um casamento”, descreveu o pastor, interpretando a visão como uma missão divina.

Com base nisso, ele e os Hess lançaram uma convocação para 72 horas de oração e jejum pela paz, buscando mobilizar fiéis em diversas nações. Engel descreveu a situação em Israel como um momento de “sofrimento indescritível” e enfatizou a urgência de orar por um alívio temporário, mesmo crendo que a paz definitiva só será alcançada com a volta de Jesus Cristo.

O pastor situou os acontecimentos atuais em um contexto escatológico mais amplo, afirmando que Jerusalém permanece como o centro das profecias bíblicas e que o mundo estará cada vez mais voltado para a cidade. As atividades religiosas seguem ocorrendo no mesmo ambiente que sedia as delicadas conversas diplomáticas.

Estado Islâmico faz novas ameaças a cristãos de Moçambique

Parceiros de campo da Portas Abertas em Moçambique relataram a grave situação enfrentada pela igreja no país e pediram orações pela comunidade cristã, após um pronunciamento do Estado Islâmico. O grupo extremista afirmou que cristãos que não se converterem ao islã ou não pagarem taxas serão expulsos de suas terras e mortos, intensificando o clima de medo nas províncias do norte.

Uma fonte local, que falou sob condição de anonimato por motivos de segurança, descreveu o cenário como crítico. “É triste ver como o governo de Moçambique está gerenciando esse conflito e ainda mais doloroso ver a postura da igreja global frente à aflição dos nossos irmãos e irmãs. Acredito que é nossa responsabilidade nos levantarmos e exigirmos o fim do derramamento de sangue e do sofrimento. Muitos inocentes continuam a ser perseguidos simplesmente por seguir Jesus”, declarou.

Clima de medo

De acordo com os relatos, a igreja tem sido o principal alvo dos extremistas. Centenas de templos já foram incendiados, e inúmeros cristãos foram atacados, com a maioria dos casos seguindo sem investigação oficial. A fonte acrescentou que as autoridades impuseram rígidas restrições nas áreas afetadas.

“O governo impôs medidas de controle nas zonas de conflito. Eles proíbem fotografias ou trocas de informação. Qualquer um, moçambicano ou estrangeiro, que for pego com um celular capaz de tirar fotos pode ter o aparelho confiscado ou até ser preso. Esse clima de medo e silêncio encobre a verdade e faz o sofrimento continuar livremente”, relatou.

Fé sob perseguição

Segundo os parceiros locais, a igreja em Moçambique vive um dos períodos mais traumáticos de sua história recente. “Diversos cristãos e lideranças vivem com medo, intimidados e emocionalmente esgotados. Apesar de terem o desejo de servir a Cristo, o medo enfraquece a presença da igreja nas regiões de maior risco, mas cremos que Deus está trabalhando nesses locais”, disse a fonte.

A Portas Abertas continua monitorando a situação e prestando apoio espiritual e humanitário aos cristãos afetados, que permanecem firmes na fé mesmo diante da violência e da ameaça constante de ataques extremistas.

Projeto em Curitiba regulamenta a liberdade religiosa nas escolas

Um projeto de lei em tramitação na Câmara Municipal de Curitiba propõe garantir a estudantes o direito à liberdade religiosa, conforme a Constituição, o que inclui a realização de atividades religiosas voluntárias no ambiente escolar. A iniciativa é de autoria da vereadora Meri Martins (Republicanos).

A proposta estabelece que práticas como estudos bíblicos e orações possam ocorrer nos intervalos ou entre os turnos, desde que não interfiram no horário regular das aulas. A matéria, segundo o Exibir Gospel, enfatiza a necessidade de preservação do caráter laico do ensino e do respeito à diversidade de crenças, alinhando-se ao preceito constitucional de liberdade de consciência e crença.

A discussão sobre a liberdade religiosa nas escolas intensificou-se após um episódio no Colégio Estadual São Paulo Apóstolo, no bairro Uberaba. Alunos que realizavam encontros para oração e leitura bíblica foram orientados pela direção a interromper as atividades. A situação, registrada em vídeos publicados pelos próprios estudantes, gerou amplo debate nas redes sociais.

Entidade jurídica se manifesta

A Associação Nacional de Juristas Evangélicos (ANAJURE manifestou-se oficialmente sobre o caso, criticando a intervenção da escola. Em nota, a entidade defendeu que a laicidade do Estado não deve ser interpretada como aversão à religião no espaço público, mas como um princípio de neutralidade.

A associação fundamentou seu posicionamento no Artigo 5º da Constituição Federal, que assegura a inviolabilidade da liberdade de consciência e de crença. A entidade classificou como violação constitucional qualquer tentativa de usar a laicidade para censurar manifestações voluntárias de fé.

O caso motivou a convocação de uma audiência pública na Câmara Municipal para o dia 21 de outubro. Proposta pelo vereador Guilherme Kilter (Novo), a reunião terá como tema “A Liberdade Religiosa nas Escolas” e contará com a presença de representantes do poder público e de instituições especializadas no tema. A ANAJURE confirmou que acompanhará o desfecho do caso para assegurar o respeito aos direitos dos estudantes.

Pastor morre baleado em confronto entre tráfico e Polícia no Rio

O pastor Eduardo de Oliveira Santos, de 45 anos, foi morto por uma bala perdida durante uma operação da Polícia Militar no Complexo do Chapadão, zona norte do Rio de Janeiro, na segunda-feira, 20 de outubro.

Segundo informações do comando da PM, a ação tinha como objetivo reprimir a atuação de traficantes que haviam incendiado barricadas para impedir o avanço das viaturas policiais. Durante a operação, houve intenso confronto armado, e o pastor acabou atingido nas costas enquanto andava de bicicleta pelo local.

A origem do disparo ainda não foi identificada. Eduardo chegou a ser levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ricardo de Albuquerque, mas não resistiu aos ferimentos.

O sobrinho da vítima, Marcus Vinícius, relatou que não houve socorro imediato por parte dos agentes. “Eu gritei: ‘É baleado! É morador baleado!’”, afirmou em entrevista ao portal G1. Segundo ele, foi a própria família quem retirou o pastor do local. “A bala comendo, e ele baleado no chão. Deu uma trégua, a gente conseguiu pegar ele e botar dentro do carro. Não deu tempo. Chegamos aqui e foi tarde demais”, contou.

Marcus explicou que só conseguiu se aproximar do tio depois de se abrigar em uma loja por causa da intensidade do tiroteio. “Se fôssemos antes, certamente seríamos atingidos também”, acrescentou.

Além de pastor, Eduardo trabalhava como pintor e pedreiro. Ele não morava no Complexo do Chapadão e havia ido à comunidade para visitar a irmã. “É triste, cara. Ele era um homem de Deus, um amigo, um homem guerreiro, trabalhador demais”, lamentou Marcus. “Só quem sofre é o inocente, só quem sofre é o morador. Então, a gente pede justiça, a gente pede paz”, completou.

Protesto e investigação

Na tarde do mesmo dia, moradores organizaram um protesto na Avenida Chrisóstomo Pimentel de Oliveira, que liga os bairros de Anchieta e Pavuna, pedindo investigação sobre a origem do disparo que matou o pastor. Durante a manifestação, algumas linhas de ônibus precisaram ser desviadas.

Em nota, o comando do 41º Batalhão da Polícia Militar informou que foi instaurado um procedimento interno para apurar as circunstâncias da morte de Eduardo de Oliveira Santos e determinar de onde partiu o tiro que o atingiu.

Magno Malta faz cirurgia para tratar sequelas de tumor

O senador pelo Espírito Santo, Magno Malta, está em recuperação após ser operado no joelho nesta terça-feira (21) na cidade de São Paulo. Informações da assessoria da família confirmam que a cirurgia transcorreu dentro da normalidade.

O procedimento é mais um em uma série de intervenções relacionadas a sequelas permanentes decorrentes de um tumor medular que o parlamentar tratou há mais de duas décadas.

As lesões causadas pela doença afetam sua mobilidade e geram dores crônicas, exigindo acompanhamento médico constante. Há aproximadamente sete meses, o senador já havia se submetido a uma operação no joelho esquerdo.

Em comunicação nas plataformas digitais, representantes da família manifestaram gratidão pelo apoio recebido, registrando: “Agradecemos as orações, o carinho e o respeito de todos”. Foi também reiterado um pedido para que as orações pela sua recuperação continuem.

Em mensagem em vídeo dirigida ao público, o próprio Magno Malta se pronunciou de forma breve e otimista: “Deus no controle sempre! Só peço que vocês continuem orando por mim e daqui a pouco estou de volta”, declarou o político.

O senador

Magno Malta, natural do estado do Espírito Santo, é um político brasileiro filiado ao Partido Liberal (PL). Sua trajetória política é marcada por uma atuação no Congresso Nacional, onde construiu uma imagem pública associada a posicionamentos conservadores.

Mandatos Legislativos

Ele iniciou seu mandato como deputado federal pelo Espírito Santo em 2003, exercendo o cargo até 2007. Em seguida, foi eleito senador pelo mesmo estado, assumindo a vaga em 2007. Magno Malta foi reeleito para o Senado Federal, o que garantiu a continuidade de seu mandato, que se estende até a presente data.

Atuação e Posicionamento

Ao longo de sua carreira no legislativo, o senador é conhecido por sua defesa de bandeiras ligadas a valores sociais conservadores. Sua atuação frequentemente se concentra em temas relacionados à segurança pública, direitos da família e pautas de costumes.

Um dos aspectos notáveis de sua trajetória foi a presidência da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Tráfico de Armas, instalada em 2005. A comissão investigou redes de tráfico de armas e munições no país, gerando grande repercussão midiática.

Antes de ingressar na vida política, Magno Malta atuava como pastor evangélico, profissão que influencia seu discurso e sua base de apoio. Sua transição do ministério religioso para a esfera pública consolidou-o como uma das vozes do segmento evangélico no cenário político nacional.

Bispos alemães denunciam aumento de ataques a igrejas no país

A Conferência Episcopal Alemã emitiu um alerta sobre o aumento expressivo de casos de vandalismo e profanação contra igrejas em diversas regiões do país. Segundo a instituição, os ataques — que incluem incêndios criminosos, destruição de estátuas e profanação de espaços sagrados — representam uma “escalada de hostilidade” contra símbolos cristãos observada nos últimos anos.

“Todos os tabus foram quebrados quando se trata de vandalismo em igrejas”, afirmou um porta-voz da Conferência Episcopal, citando episódios em que confessionários foram danificados e imagens de Jesus Cristo decapitadas. A entidade lamentou que, apesar da gravidade, muitos desses incidentes sejam classificados pelas autoridades apenas como “danos materiais”, o que, segundo os bispos, oculta a natureza religiosa dos ataques e contribui para um “campo obscuro” de crimes de ódio não denunciados.

O alerta foi emitido em um momento em que organizações cristãs europeias pedem maior reconhecimento e investigação de crimes motivados por intolerância anticristã, frequentemente subnotificados e com pouca atenção política.

Em 22 de agosto, data em que se celebrou o Dia Internacional em Memória das Vítimas de Atos de Violência Baseados em Religião ou Crença, o Observatório sobre Intolerância e Discriminação contra Cristãos na Europa (OIDAC Europa) e o Escritório de Instituições Democráticas e Direitos Humanos da OSCE (ODIHR) divulgaram um guia sobre crimes de ódio anticristãos, destacando a necessidade de respostas mais efetivas dos governos europeus.

O documento, lançado oficialmente na semana passada, identifica uma tendência crescente de hostilidade contra cristãos na Europa e observa que esses crimes são frequentemente “minimizados, subnotificados ou politicamente ignorados”. O texto também alerta que “crimes de ódio anticristãos não acontecem no vácuo”, mas refletem contextos sociais marcados por intolerância religiosa e desvalorização de símbolos cristãos.

A diretora executiva da OIDAC Europa, Anja Hoffmann, afirmou que o preconceito anticristão não se manifesta apenas por meio de ataques físicos, mas também na omissão institucional e na forma como os meios de comunicação abordam o tema. “A realidade diária dos crimes de ódio anticristãos registrados por nossa organização destaca a necessidade urgente de mais pesquisas e ações governamentais concretas”, declarou. “Muitos governos europeus ainda não registram nem denunciam adequadamente esses crimes — ou, pior, até perpetuam o preconceito anticristão.”

Os dados da OSCE indicam que esses incidentes costumam começar com pichações e vandalismo, podendo evoluir para assédio, intimidação, agressões físicas e, em alguns casos, até assassinatos. O guia recomenda que os governos europeus aprimorem os mecanismos de monitoramento e documentação, reforcem a cooperação entre instituições de segurança e direitos humanos e garantam proteção reforçada durante celebrações e datas cristãs.

Além disso, o documento cobra que a imprensa adote critérios de precisão e imparcialidade ao noticiar ataques contra comunidades cristãs, evitando estereótipos que reforcem a hostilidade religiosa.

Em nota, a Conferência Episcopal Alemã reiterou essas preocupações e apelou às autoridades nacionais para que “examinem mais de perto os ataques e a destruição de estátuas sagradas, igrejas, imagens devocionais e objetos litúrgicos”, ressaltando que tais ocorrências não representam apenas dano ao patrimônio, mas um ataque à fé e à identidade religiosa de milhões de cidadãos, segundo informações do portal Christian Today.