Kevin Costner revisitóu suas primeiras lembranças ligadas à atuação e à fé ao apresentar um especial de Natal para a ABC que estreia em 9 de dezembro. O ator, hoje com 70 anos, afirmou que seu primeiro contato com o palco ocorreu em uma peça natalina da igreja que frequentava, muito antes da projeção internacional alcançada em sucessos como Dança com Lobos, Campo dos Sonhos e O Guarda-Costas.
“Eu era um moleque”, disse Costner ao The Christian Post. “Me pediram para ser pastor. Eu nem sabia o que era atuar; você simplesmente é um pastor. Você tem esse cajado grande e comprido, então não brigue com as crianças com ele”. Ele afirmou ainda: “Eu não passei a vida sonhando em ser ator, mas a Igreja sempre fez parte da minha vida”.
O novo especial, Kevin Costner Apresenta: O Primeiro Natal, produzido pela Warm Springs Productions e dirigido por David L. Cunningham, combina dramatizações e narração do ator para retratar os relatos bíblicos sobre Maria, José e o nascimento de Jesus.
Costner explicou que aceitar o projeto significou retomar um tema central da tradição cristã e integrar explicitamente sua fé a uma obra audiovisual. “Quando decidi fazer isso, senti que era realmente importante”, afirmou. Ele acrescentou que sua formação batista influenciou a escolha: “Eu não teria feito isso se não fosse importante para mim, por causa da minha criação”.
Segundo o ator, a decisão de contextualizar sua relação com a fé no início do especial buscou aproximar o público do tema. “Eu não queria ser apenas um rosto famoso diante de uma história religiosa. Eu queria ser muito humano em relação a isso”, explicou. Costner afirmou que revisitar o contexto histórico do nascimento de Jesus enfatizou a vulnerabilidade das personagens bíblicas. “O que realmente me marcou foi lembrar que se tratava de uma adolescente grávida e solteira, e José era tão jovem quanto ela”, disse. “Eram crianças nessa jornada incrível… tudo era repleto de perigos”.
O ator destacou que o especial procura apresentar os fatos bíblicos dentro do ambiente social e político da época, marcado pela administração romana e pela instabilidade local. “Bebês foram mortos por causa disso. Um rei proclamado estava a caminho, conforme a profecia”, afirmou. Para ele, compreender a tensão vivida por Maria e José contribui para que a narrativa ganhe profundidade histórica.
Questionado sobre como a fé o acompanha ao longo da vida pública, Costner avaliou que suas convicções o sustentaram em períodos de forte exposição. “Todos nós somos testados, e eu sou testado às vezes de maneiras muito públicas”, disse. “Sua vida está meio que exposta hoje em dia… parece que vale tudo. Às vezes você não tem a capacidade de responder, ou não quer”. Ele completou: “Eu fui testado, mas também fui amparado pela minha religião”.
Costner afirmou que o especial foi pensado também para aqueles que não compartilham crenças cristãs. “Convidei o cético para se sentar conosco”, declarou. “Eles não precisam acreditar, mas reconhecem que essa história perdurou”. Em suas reflexões finais, o ator destacou que o Natal o recorda da fragilidade humana e da mensagem transmitida pela tradição cristã. “Para os cristãos, o Natal se concentra no nascimento dessa criança, na promessa de que Ele viria e na mensagem de paz que Ele traria”, afirmou.
Ele acrescentou que a data funciona como um momento de reequilíbrio pessoal. “É uma oportunidade para se recentrar”, observou. Sobre as práticas contemporâneas relacionadas à celebração, disse: “Só porque você tem enfeites e decorações não significa que você não tenha fé”.
Kevin Costner Apresenta: O Primeiro Natal será exibido pela ABC em 9 de dezembro e estará disponível no Disney+ e no Hulu no dia seguinte.