Pastor está sendo julgado por pregar João 3.16 em público

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O pastor aposentado Clive Johnston, de 77 anos, e sua esposa, Sheila Johnston, relataram que ele está sendo processado com base na legislação que estabelece áreas de proibição de críticas ao aborto, na Irlanda do Norte, após realizar um sermão ao ar livre no qual, segundo eles, o aborto não foi mencionado.

Clive Johnston, ex-presidente da Associação das Igrejas Batistas da Irlanda, responde a duas acusações com base na Lei de Serviços de Aborto (Zonas de Acesso Seguro). O julgamento foi iniciado na última quarta-feira, 17 de dezembro.

O caso está relacionado a um culto dominical realizado em 7 de julho de 2024, do outro lado de uma via expressa, nas proximidades da zona de proteção que circunda o Hospital Causeway, na cidade de Coleraine.

A legislação estabelece como crime ações que possam impedir, registrar, influenciar ou causar assédio, alarme ou angústia a pessoas dentro das zonas de proteção, que variam entre 100 e 150 metros ao redor de hospitais e clínicas que oferecem serviços de aborto. Essas áreas são conhecidas como “zonas de acesso seguro”.

Segundo informações divulgadas pelos apoiadores do pastor, Johnston pregava um sermão baseado em João 3.16, apresentando a mensagem cristã do Evangelho. De acordo com o relato, não houve menção ao aborto, nem a presença de cartazes, faixas ou manifestações relacionadas ao tema. Ainda assim, ele foi acusado de tentar “influenciar” pessoas que acessavam os serviços do hospital e de não deixar o local imediatamente após solicitação da polícia.

O pastor não responde por acusações de obstrução ou assédio. Caso seja condenado, poderá receber antecedentes criminais e ser multado em valores que, somados, podem chegar a milhares de libras. Johnston é avô de sete netos e, segundo seus representantes, não possui histórico anterior de problemas com a polícia.

O pastor recebeu apoio do The Christian Institute, entidade que também atuou na defesa da Ashers Baking Co. no julgamento conhecido como “Caso do Bolo Gay”, no qual a empresa obteve vitória na Suprema Corte do Reino Unido contra a Comissão para a Igualdade da Irlanda do Norte.

Fiel caminha 100 quilômetros para participar de culto

Durante uma visita missionária à província de Inhambane, em Moçambique, uma equipe da Igreja Congregação Cristã do Brasil (ICC) testemunhou um ato de dedicação que causou forte impacto entre seus integrantes. Eles conheceram Castro, um fiel local que caminhou cerca de 100 quilômetros a pé para participar de um culto com os visitantes brasileiros.

A congregação onde o encontro ocorreu é uma construção simples, com paredes de barro e cobertura de bambu. O missionário Sidnei Honório relatou, em um vídeo divulgado em redes sociais, que Castro é cooperador em uma comunidade distante, de acesso difícil, que exigiria a travessia de rios de bote. Condições climáticas e agenda apertada impediram a equipe brasileira de se deslocar até aquela localidade.

“Ele sabia que nós estaríamos aqui hoje e fez 100 quilômetros a pé”, contou Sidnei. “Ele veio para um culto de duas horas no máximo. Mas ele veio aqui para congregar junto conosco”.

A jornada de ida e volta do fiel totalizou aproximadamente 200 quilômetros. Castro precisou fazer pausas para dormir durante o trajeto e atravessar cursos d’água utilizando barcos locais. “O servo de Deus agora vai voltar mais 100 quilômetros de novo. Atravessando rio, andando de bote, com toda dificuldade. Mas está aqui cheio da Palavra de Deus”, comentou o missionário.

Sidnei Honório contrastou a realidade vivida por muitos fiéis no Brasil com a demonstração de esforço do obreiro moçambicano. “Nós do Brasil andamos 25 quilômetros de moto e parece tão grande coisa, mas a gente vê que não é nada”, refletiu. Ele encerrou sua fala com palavras de agradecimento e incentivo espiritual: “Não tem como pagar com palavras… Se formos fiéis até o fim, um dia herdaremos a coroa da vida eterna”.

A mesma equipe missionária realizou, durante sua estadia em Moçambique no mês de dezembro, o batismo de 32 novos convertidos em um rio da região, marcando o crescimento das atividades evangelísticas e de estabelecimento de congregações locais.

Indonésia: igrejas forçadas a fechar por muçulmanos no Natal

Um grupo de muçulmanos na Indonésia realizou um protesto pedindo o fechamento de uma igreja católica às vésperas do Natal, sob a alegação de que reformas no templo estariam sendo feitas sem autorização legal. A igreja e autoridades locais, porém, afirmam que a documentação está regularizada há mais de duas décadas.

Cerca de 20 integrantes da Agência Islâmica de Empoderamento e Desenvolvimento (BP2UI) se reuniram em 6 de dezembro diante da igreja localizada na vila de Tlajung Udik, no distrito de Gunung Putri, na regência de Bogor. Durante a manifestação, os participantes exibiram faixas pedindo o fechamento e a demolição de “igrejas ilegais” e acusando o templo de provocar conflitos e dividir a comunidade.

O porta-voz da BP2UI, Anhari Sulthoni, declarou que a igreja teria sido construída há quase 25 anos sem a devida coordenação com a comunidade local. Segundo ele, as obras de reforma deveriam ser interrompidas até que uma nova licença fosse obtida.

No local do protesto, o chefe do Departamento de Assuntos Religiosos da Regência de Bogor, Ahmad Sjukri, afirmou que lamentava a manifestação. Ele informou que uma reunião realizada em 17 de novembro pelo Conselho Nacional de Unidade e Política da regência (Kesbangpol) havia confirmado que o processo de licenciamento da igreja estava concluído. “A reunião também concluiu que a licença da igreja estava completa e que não havia mais problemas.”, disse.

Sjukri acrescentou que, em um regime democrático, eventuais questionamentos sobre a legalidade da licença podem ser apresentados por meio de ação judicial no Tribunal Administrativo do Estado.

Autoridades locais também se manifestaram. O chefe do subdistrito de Gunung Putri, Kurnia Indra, declarou que lamentava o protesto e pediu que o governo e as forças de segurança não se deixem influenciar por grupos contrários à presença da igreja. Segundo informações oficiais, em 6 de novembro o governo local autorizou formalmente a continuidade das obras, e, dois dias depois, o chefe da aldeia de Tlajung Udik garantiu segurança e liberdade de culto à congregação.

Apesar disso, em 13 de novembro, a igreja recebeu uma carta da BP2UI endereçada ao prefeito de Bogor, intitulada “Estabelecimento de uma Igreja Ilegal”. O advogado da igreja, Siprianus Edi Hardum, afirmou que o conteúdo do documento foi considerado inadequado. “Consideramos o conteúdo da carta excessivo e provocativo.”, declarou.

Segundo a Missão Portas Abertas, a Indonésia tem registrado, nos últimos anos, um avanço de posturas islâmicas mais conservadoras. De acordo com a missão, igrejas envolvidas em atividades evangelísticas podem se tornar alvo de pressão ou ações por parte de grupos extremistas, especialmente em períodos sensíveis do calendário religioso.

Síria: guerra civil reduziu população cristã em 80% em 14 anos

Um relatório divulgado pela organização Oeuvre d’Orient aponta que a presença cristã na Síria foi reduzida em cerca de 80% desde 2011, ano de início da guerra civil. Com raízes que remontam aos primeiros séculos do Cristianismo, a região é considerada um dos berços da fé cristã, citada no Novo Testamento como parte das rotas missionárias dos apóstolos e marcada por centros históricos como Antioquia, hoje em território sírio.

Segundo o relatório, restam atualmente entre 300 mil e 400 mil cristãos no país, em sua maioria idosos, o que levanta preocupações sobre a continuidade da comunidade. A violência armada, a atuação de grupos extremistas, prisões arbitrárias, sequestros e abusos atingiram diferentes segmentos da população, mas bairros cristãos em cidades como Aleppo estiveram entre os mais expostos ao conflito.

O gerente de projetos da Oeuvre d’Orient na Síria e no Líbano, Vincent Gélot, relatou episódios ocorridos durante a ocupação do Estado Islâmico, incluindo imposição de taxas, detenções e sequestros, como o caso de 230 civis levados em Al-Qaryatayn em 2015, entre eles mulheres e crianças. O patrimônio religioso também foi afetado, com igrejas danificadas ou destruídas ao longo do conflito.

O êxodo cristão foi impulsionado por múltiplos fatores, entre eles a guerra civil, perseguições religiosas, sanções internacionais, serviço militar obrigatório e o terremoto de 2023. Em Deir Ezzor, por exemplo, restam apenas quatro cristãos, ante cerca de 7 mil antes de 2011. Estima-se que o conflito sírio tenha causado mais de 520 mil mortes, além de milhões de refugiados e deslocados internos.

Apesar de o regime de Bashar al-Assad ter se apresentado como protetor das minorias religiosas, o relatório afirma que não houve contenção do êxodo cristão. A crise econômica prolongada, a instabilidade política e a falta de garantias de segurança contribuíram para a saída contínua dessas comunidades.

Mesmo diante do declínio, organizações cristãs mantêm uma rede de apoio humanitário e social. Dados citados no relatório indicam que cerca de 2 milhões de pessoas são beneficiadas por associações ligadas às Igrejas. Em parceria com o Hope Center Syria, a Oeuvre d’Orient informou que 117 mil sírios de diferentes religiões recebem atendimento anual em quatro hospitais cristãos em Damasco e Aleppo.

A educação também é apontada como prioridade. Igrejas administram 57 escolas, que atendem cerca de 30 mil alunos de diversas religiões. Há negociações em curso para recuperar escolas confiscadas pelo Partido Baath, e o relatório alerta para sinais de islamização e discriminação em materiais didáticos, defendendo mecanismos internacionais de proteção à diversidade religiosa.

Do ponto de vista demográfico, o relatório descreve um envelhecimento acentuado da comunidade cristã. Em cidades como Aleppo, apenas um sexto dos cristãos que viviam ali antes da guerra permanece. Segundo Gélot, mais de 50% dos cristãos atuais têm mais de 50 anos, configurando uma pirâmide etária invertida.

O documento também aborda episódios recentes de violência comunitária, incluindo ataques a igrejas, como o ocorrido em junho, durante uma celebração na igreja de Mar Elias. De acordo com Gélot, foi a primeira vez, desde o início da guerra, que uma igreja foi atacada durante uma missa. O relatório menciona ainda tensões envolvendo outras minorias, como os druzos, e registros de insegurança em regiões como Homs, Hama e Latakia.

Atualmente, representantes das Igrejas mantêm diálogo com o presidente de transição em Damasco, participando de reuniões nas quais patriarcas e bispos apresentam avaliações sobre a situação do país e os desafios enfrentados pelas comunidades religiosas no período pós-guerra.

Vídeo: criança orando por paciente em hospital gera comoção

Um gesto espontâneo de uma criança durante uma visita a um hospital em São Paulo ganhou destaque nas redes sociais nesta semana. João Guilherme, de 8 anos, orou por um homem que se encontrava em uma cadeira de rodas no local. O episódio foi registrado em vídeo por sua mãe, Arielly Torres Bianchi, e publicado em sua conta do Instagram no último domingo, 14 de dezembro.

De acordo com o relato compartilhado, Arielly levou o filho ao hospital devido a um quadro febril. Enquanto aguardavam, o menino notou um paciente adulto em cadeira de rodas e solicitou à mãe permissão para orar por ele. Tendo o consentimento, aproximou-se e, com a mão sobre o ombro do homem, proferiu a oração.

A gravação capturou o momento em que a criança diz: “Tira toda a enfermidade dele, tira tudo, só deixa Você e seus anjos, Pai! Tira a dor de cabeça, cura ele, coloque Sua mão nele, cura, Pai. Em nome de Jesus, amém”.

Em sua publicação, a mãe acrescentou que o paciente demonstrou interesse após a oração. “O moço ainda perguntou de qual igreja éramos, e comentou que há duas semanas está querendo visitar ela”, escreveu Arielly. Ela também refletiu: “Você sabe que venceu na vida quando seu filho de 8 aninhos, no hospital ardendo em febre, pede para orar por um rapaz. Isso é Jesus”.

O vídeo da criança orando alcançou mais de 28 mil visualizações e atraiu centenas de comentários. Entre as reações, uma usuária afirmou: “Que coisa mais linda, essa é a oração mais sincera e poderosa que existe. Que Deus te abençoe, menino lindo”. Outro comentário destacou: “Meu Deus! Esse não é um garoto comum! Já tem o chamado de um evangelista”.

O caso ilustra a circulação de conteúdos com temática religiosa e familiar em plataformas digitais, onde gestos interpretados como espontâneos e compassivos frequentemente geram impacto considerável na fé das pessoas.

Livro ilustrado para crianças ensina que aborto é ‘superpoder’

Um livro infantil ilustrado, voltado para crianças entre cinco e oito anos, passou a ser alvo de críticas e reações nas redes sociais após apresentar o aborto como um “superpoder” humano. A obra foi divulgada recentemente e gerou debate sobre a abordagem do tema para o público infantil.

Intitulado Abortion Is Everything (Aborto é Tudo, em tradução livre), o livro foi escrito por Rachel Kessler e Amelia Bonow e publicado pelo grupo Shout Your Abortion (SYA). De acordo com as autoras, o objetivo é explicar às crianças pequenas o que é o aborto, como ele pode ser percebido emocionalmente e por que algumas pessoas optam por assassinar seus bebês, com uma linguagem de eufemismo.

Abordagem do livro

O Shout Your Abortion surgiu originalmente como uma campanha nas redes sociais com a proposta de normalizar o aborto e reduzir o estigma associado ao tema. Na divulgação do livro, o grupo afirmou que a publicação busca “enquadrar o aborto como a concretização de um superpoder exclusivamente humano”.

Em nota de lançamento, a organização declarou que “pais, cuidadores e educadores que trabalham com crianças há muito tempo buscam uma ferramenta para conversar com os jovens sobre o aborto”. O material utiliza uma linguagem inclusiva, evitando termos como “mulher” ou “mãe” e adotando expressões como “seres humanos com um órgão chamado útero”.

As ilustrações apresentam comparações simbólicas. Em uma delas, o aborto é associado ao ato de soltar um balão, recurso visual utilizado para simplificar o conceito para o público infantil.

Repercussão

A publicação provocou reação imediata nas redes sociais, com comentários que expressaram surpresa, discordância e críticas ao conteúdo e ao público-alvo do livro. Alguns usuários questionaram a adequação do tema para crianças pequenas. “Por que alguém iria querer falar sobre isso com crianças?”, escreveu um internauta.

Outros comentários apontaram preocupação com o que consideram uma suavização do aborto. Um crítico afirmou que o livro “tenta suavizar o aborto” e defendeu que o tema deveria ser tratado de forma diferente no contexto familiar.

O portal pró-vida LifeNews também criticou a publicação, classificando a iniciativa como inadequada para o público infantil. Já segundo o Christian Institute, houve manifestações contrárias inclusive de pessoas que se declaram favoráveis ao direito ao aborto. Uma dessas reações dizia: “Acredito que a mulher tem o direito de escolher. Mas isso é insano. Um livro infantil? Dizer que o aborto é tudo?”.

Até o momento, as autoras e a organização responsável mantêm a defesa da proposta do livro, enquanto o debate se expande para além das redes sociais.

Ação em presídio doa Bíblias a detentos e 18 são batizados

Uma ação promovida pelo ministério prisional da Igreja Universal do Reino de Deus resultou na entrega de Bíblias a detentos do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico 1 (HCTP 1), localizado em Franco da Rocha, na região metropolitana de São Paulo.

O HCTP 1 funciona como hospital-presídio e atende pessoas consideradas inimputáveis ou semi-imputáveis pela Justiça, que cometeram crimes e necessitam de tratamento psiquiátrico especializado. A unidade opera nos regimes fechado e semiaberto e também aplica medidas de segurança, conforme determinações judiciais.

A iniciativa foi organizada pela Universal nos Presídios (UNP) de Jundiaí. Segundo os responsáveis, a atividade teve como objetivo oferecer assistência religiosa aos internos. Além da distribuição das Bíblias, os participantes receberam café com lanches, panetones e cerca de 400 kits de higiene, contendo sabonete, papel higiênico, escova e creme dental. O evento teve duração aproximada de duas horas.

Batismos

Durante a programação, 18 internos optaram por participar de batismos, realizados dentro da própria unidade. A cerimônia foi acompanhada por voluntários e líderes religiosos, que conduziram o momento de acordo com os ritos cristãos adotados pela instituição.

O pastor Ricardo Ribeiro, responsável pelo trabalho evangelístico da UNP de Jundiaí, afirmou que a ação teve caráter especial. Segundo ele, a atividade buscou apresentar ensinamentos bíblicos aos participantes. “Foi uma tarde em que levamos a Palavra de Deus aos presentes”, declarou.

De acordo com Ribeiro, durante o encontro foram utilizados trechos do livro de Gênesis para abordar temas relacionados à fé e à mudança de comportamento. Ele afirmou que, na compreensão do grupo, a espiritualidade pode contribuir para processos de transformação pessoal quando associada à prática religiosa.

A iniciativa integra um programa contínuo de assistência religiosa desenvolvido pela Universal nos presídios, que realiza atividades em unidades do sistema penitenciário com o objetivo de oferecer acompanhamento espiritual e colaborar, segundo a organização, com ações voltadas à reinserção social dos detentos.

Judeu é alvo de agressão em ataque antissemita em Nova York

Um homem identificado como integrante da comunidade judaica hassídica, vinculado ao movimento Chabad-Lubavitch, foi agredido fisicamente dentro de um vagão do metrô de Manhattan, na cidade de Nova York. O incidente, classificado como ataque antissemita, ocorreu na terça-feira, 16 de dezembro de 2025, e teve imagens divulgadas nas redes sociais.

De acordo com os registros, a agressão teve início logo após a partida de um trem. O episódio começou com insultos verbais dirigidos à vítima e evoluiu para a violência física quando um dos agressores segurou o judeu pelo pescoço, desferindo socos e empurrões. O vagão estava lotado no momento do ataque.

Uma das vítimas presentes relatou ter temido por sua vida. Outro depoimento indicou que a violência se intensificou no momento em que os agressores perceberam estar sendo filmados por um dos passageiros.

André Lajst, presidente executivo da organização StandWithUs, comentou o caso. “O episódio choca não apenas pela violência gratuita, mas porque as imagens mostram uma intervenção mínima por parte dos outros passageiros durante o ataque. Isso evidencia uma naturalização crescente do antissemitismo”, declarou. Ele acrescentou: “Não podemos tolerar que cenas como essa continuem a se repetir ao redor do mundo!”

As imagens circularam amplamente em plataformas digitais, gerando discussão pública sobre a segurança de minorias religiosas na cidade e a responsabilidade coletiva em situações de violência discriminatória.

Interesse no voto evangélico leva Lula a acenar à música gospel

A música gospel poderá ser declarada como patrimônio brasileiro, afirmou Lula (PT) na última quarta-feira, 17 de dezembro. A declaração foi feita durante uma reunião ministerial realizada na Granja do Torto, residência oficial de campo da Presidência da República.

Ao anunciar a iniciativa, Lula mencionou o advogado-geral da União, Jorge Messias, que é evangélico e foi indicado pelo governo para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). “Vamos transformar a música gospel, Messias, em patrimônio. Na semana que vem, você pode estar preparado, porque, além de ser ministro da Suprema Corte, você vai poder cantar música gospel no Palácio do Planalto”, declarou o presidente.

Jorge Messias ainda precisa passar por sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e obter ao menos 41 votos no plenário da Casa para ser confirmado no cargo.

Segundo informações de pessoas que acompanham o tema, ouvidas pela Folha de S.Paulo, o decreto a ser assinado pelo presidente reconhecerá o gospel como manifestação da cultura nacional, abrangendo não apenas a música, mas também expressões como teatro e literatura religiosa.

O texto também deverá estabelecer diretrizes para a valorização, promoção e proteção da cultura gospel no país. A proposta ainda passa por ajustes no Ministério da Cultura, comandado por Margareth Menezes.

A iniciativa ocorre em um contexto de tentativas do governo de ampliar o diálogo com o segmento evangélico. Em outubro do ano passado, Lula sancionou uma lei que instituiu o Dia Nacional da Música Gospel, celebrado em 9 de junho. Na cerimônia realizada no Palácio do Planalto, houve momentos de oração e cânticos com a participação de fiéis e do deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), integrante da bancada evangélica. Jorge Messias também esteve presente.

Mais recentemente, durante o 16º Congresso do PCdoB, Lula afirmou que 2026 será um “ano sagrado” e defendeu que setores da esquerda ampliem o diálogo com diferentes grupos da sociedade, incluindo os evangélicos. “Evangélico não é contra nós, nós é que não sabemos falar com eles. O erro está na gente, não está neles. […] Nós nos distanciamos do povo”, afirmou o petista.

Aos 84 anos, cristão está perto da 100ª leitura completa da Bíblia

Aos 84 anos, João Batista Pinheiro afirma ter lido a Bíblia completa 94 vezes ao longo da vida. Convertido em 1958, aos 17 anos, o idoso mantém o hábito diário de leitura das Escrituras e relata que continua aprofundando seu relacionamento com a fé cristã.

A leitura mais recente foi concluída em Presidente Prudente (SP), onde parte de sua família reside. Segundo o relato, após esse período, João retornou para São José do Rio Preto, cidade para a qual se mudou há cerca de duas semanas.

De acordo com informações prestadas ao G1, João iniciou a leitura da Bíblia no mesmo ano de sua conversão, motivado pelo desejo de adquirir conhecimento. “Antes de me batizar, eu já tinha lido três vezes o Novo Testamento. Depois, li mais três vezes o Velho Testamento, e depois continuei”, afirmou.

Durante grande parte da vida, ele costumava concluir a leitura da Bíblia três vezes por ano. Atualmente, em razão da idade, cada leitura é finalizada em um período estimado entre cinco e seis meses.

Vida dedicada à fé

Ao longo dos anos, a leitura passou a ter também um caráter ministerial. Enquanto atuava na liderança de igrejas na região noroeste do estado de São Paulo, João estudava as Escrituras para a preparação de sermões e estudos bíblicos. Mesmo após deixar essas funções, em 1996, manteve a prática regular da leitura com o objetivo de aprofundar o conhecimento.

João exerceu a função de presbítero na igreja O Brasil Para Cristo, onde conduzia cultos, pregava e realizava visitas pastorais. Sua atuação se estendeu por cidades como Irapuã, Urupês, São José do Rio Preto, Catanduva e outros municípios da região.

Durante esse período, participou da construção e ampliação de templos. Em Urupês, segundo seu relato, chegou a doar o próprio carro para viabilizar a compra de um terreno. “Tinha um terreno para gente comprar na igreja. Aí, eu fui falar com o dono, dei o carro e ele deu o terreno. Em quatro meses, nós construímos o templo, a ‘Igreja do A’, de Amor”, contou.

Na ocasião, a congregação era formada por quatro famílias. Antes da construção do templo, os cultos eram realizados nas casas dos moradores. João permaneceu à frente da igreja por décadas, deixando a liderança no final dos anos 1990.

Trajetória pessoal

Nascido em Irapuã, no interior paulista, João começou a trabalhar ainda criança, como engraxate, e posteriormente em lojas da região. Passou por São Bernardo do Campo, onde trabalhou em um banco, e mais tarde abriu o próprio comércio.

Convertido aos 17 anos, foi batizado na Igreja do Evangelho Quadrangular, frequentou a Assembleia de Deus e, posteriormente, tornou-se presbítero e dirigente na igreja O Brasil Para Cristo. Ao longo da trajetória, liderou congregações, conduziu cultos, organizou estudos bíblicos e participou da implantação de igrejas.

Atualmente, vivendo em São José do Rio Preto, João continua registrando cada leitura concluída. Segundo a filha, Ana Cláudia Pinheiro, o hábito permanece rigoroso. “A 93ª vez ele começou em Fernandópolis e terminou em Prudente. A 94ª ele leu toda em Prudente, acabando dia 19 de novembro. É sempre a Bíblia toda, Velho e Novo Testamento”, afirmou.

De acordo com a família, a motivação se mantém ao longo das décadas. “O que sempre motivou [e ainda motiva] é a vontade de ter conhecimento, a sede de aprender”, concluiu Ana Cláudia.