Para Nikolas, facções dominam parte do país: “Terror de governo”

Meu discurso sobre a realidade da segurança pública no Brasil.

– Fórum Parlamentar de Inteligência e Segurança em El Salvador. pic.twitter.com/VsullYXlTl

— Nikolas Ferreira (@nikolas_dm) November 16, 2025

Em um evento paralelo às atividades no Brasil, o deputado federal evangélico Nikolas Ferreira (PL-MG), durante participação no Fórum Parlamentar de Inteligência e Segurança em El Salvador, afirmou que organizações criminosas controlam territórios significativos no Brasil.

Em seu discurso registrado em vídeo e divulgado em suas redes sociais, o parlamentar declarou: “As facções não se escondem mais. Elas impõem regras, controlam territórios e usam o terror como forma de governo”.

Nikolas citou estimativas indicando que “entre 50 e 60 milhões de brasileiros vivem sob influência direta de organizações criminosas”, acrescentando que “um quarto da população vive sob um governo que não foi eleito e não presta contas”.

O deputado federal relatou ainda que grupos armados passaram a cobrar taxas sobre serviços básicos como telecomunicações, transporte, alimentação, água e gás de cozinha, algo que caracteriza a existência de um poder paralelo ao do país.

Em sua análise, o parlamentar atribuiu o avanço das facções à “falta de ação do Estado” e a “decisões políticas que enfraquecem o combate ao crime”. Nikolas afirmou também que “quatro em cada dez presos em flagrante são soltos na audiência de custódia”, questionando medidas do Judiciário brasileiro.

Ao final de sua exposição, Nikolas Ferreira defendeu que “o Brasil não precisa de mais leis, precisa de justiça que cumpra a lei”, argumentando pela necessidade de “restabelecer limites entre os Poderes”.

O posicionamento do deputado ocorre em um contexto onde o país discute o avanço de organizações narcotraficantes como o Primeiro Comando da Capital e o Comando Vermelho, grupos que a oposição ao atual governo Lula deseja classificar como terroristas.

Israel se mantém firme contra a criação de um Estado palestino

Em declaração proferida durante reunião ministerial no domingo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reafirmou sua posição contrária ao estabelecimento de um Estado palestino. A afirmação ocorre em meio a discussões no Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre proposta de resolução referente à situação em Gaza.

Netanyahu afirmou que a posição de seu governo “não mudou nem um pouco” quanto à questão da soberania palestina, argumentando que tal medida poderia facilitar a expansão do grupo Hamas nas proximidades das fronteiras israelenses.

O posicionamento se mantém despite as pressões diplomáticas internacionais e uma proposta norte-americana que inclui disposições sobre a independência palestina.

Os Estados Unidos apresentaram um texto ao Conselho de Segurança que prevê um mandato para força internacional de estabilização em Gaza. A proposta sofre resistência de Rússia, China e nações árabes.

Em revisão posterior, os norte-americanos incorporaram linguagem mais explícita sobre autodeterminação palestina e mencionaram o plano do ex-presidente Donald Trump como base potencial para a formação de um Estado palestino.

Paralelamente, a Rússia circulou proposta alternativa com termos mais contundentes em defesa da criação do Estado palestino. A comunidade internacional geralmente considera a solução de dois Estados como o caminho mais viável para a resolução do conflito.

No plano doméstico de Israel, Netanyahu enfrenta cobranças de aliados de governo por uma postura mais rigorosa. O ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, manifestou-se publicamente exigindo resposta firme ao reconhecimento do Estado palestino por países ocidentais: “Formule uma resposta adequada e firme que deixe claro ao mundo inteiro que nenhum Estado palestino surgirá nunca em nossa pátria”.

Em resposta, Netanyahu afirmou que “não precisa de lições” sobre o assunto. Outros membros do gabinete israelense, incluindo o ministro da Defesa Israel Katz e o chanceler Gideon Saar, também se manifestaram contrariamente à criação de um Estado palestino.

Saar declarou não concordar com “o estabelecimento de um Estado palestino terrorista no coração da terra de Israel”, enquanto o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, referiu-se à identidade palestina como “invenção”. Com: Oeste.

“Avivamento debaixo da ponte”: evangelismo toca vidas nas ruas

A organização “Sul, Missões e Graça” (SMG) desenvolve trabalho evangelístico e assistencial junto aos moradores de rua no Rio Grande do Sul, com atividades realizadas predominantemente em espaços públicos sob pontes e viadutos.

De acordo com balanço divulgado pela entidade, mais de 250 pessoas aceitaram professar fé cristã ou reconciliar-se com práticas cristãs, enquanto 131 indivíduos foram reintegrados a ambientes familiares ou institucionais. Adicionalmente, dependentes químicos foram encaminhados a comunidades terapêuticas através das ações promovidas.

“Muitos retornaram a seus lares tanto em nosso estado, como em Santa Catarina e São Paulo. Realmente estamos vivendo um avivamento debaixo da ponte”, declarou o pastor Sandro Fontoura, líder da iniciativa.

Em maio de 2024, a missão realizou o primeiro Congresso de Missões do Brasil em ambiente sob viaduto, com foco específico no atendimento a moradores de rua.

Durante o evento, registrou-se o caso de um homem natural de Criciúma (SC) que vivia há seis anos em situação de rua, incluindo período como foragido da Justiça. Após participar das pregações, o indivíduo decidiu regularizar sua situação jurídica.

“Ele me disse: ‘No culto ontem à noite recebi muitos abraços e palavras vindas dos céus. Preciso retornar [a Jesus] e para isso tenho que fazer tudo da maneira correta, e esse é o caminho’”, relatou Fontoura em entrevista ao Guiame.

O pastor detalhou que o homem tentou contatar familiares através de telefone emprestado em instituição religiosa próxima, sem obter sucesso inicial.

Após conseguir comunicação através de aparelho da equipe missionária, realizou duas ligações: primeiramente para familiares, solicitando encontro na entrada de Criciúma, e posteriormente para autoridades policiais, comunicando sua intenção de apresentar-se espontaneamente.

Com assistência de pastores integrantes da SMG, o homem foi transportado a Santa Catarina, onde presenciou reencontro familiar e subsequentemente entregou-se à polícia. “Poucos dias atrás ligamos para a SUSEPE de Santa Catarina para fazermos uma visita a ele no presídio, e a notícia que recebemos é que ele foi solto naqueles dias e já tinha voltado para sua família”, completou Fontoura.

A iniciativa surgiu como resposta ao aumento populacional em situação de rua registrado após as enchentes no Rio Grande do Sul. “Em apenas 7 meses, contamos com pastores de 32 cidades que resolveram ir para as ruas conosco”, explicou o líder religioso.

Além do trabalho espiritual, a organização distribui alimentos, cobertores e vestuário em Porto Alegre e outras localidades. Eventos comunitários incluíram distribuição de 4.300 pizzas e 1.600 galetos assados.

Com as obras de revitalização do Viaduto da Conceição, a missão planeja transferir atividades para outros locais. Estima-se que aproximadamente 5.000 pessoas encontram-se em situação de rua na capital gaúcha, com total superior a 15.000 em todo o estado.

“Resolvemos pastorear esse povo com o desejo de mostrar o Reino de Deus a todas essas pessoas”, finalizou o pastor Sandro Fontoura.

Cristãos no Paquistão exigem igualdade na nova lei eleitoral

Cristãos na província de Punjab, a mais populosa do Paquistão, têm organizado protestos contra uma nova lei eleitoral para o governo local. Segundo líderes religiosos e organizações da sociedade civil, a norma impede que minorias religiosas elejam diretamente seus próprios representantes e reduz a participação democrática ao adotar eleições sem filiação partidária.

A Lei de Governo Local de Punjab de 2025, que deve reger as eleições locais previstas para o fim de dezembro, determina que moradores de mais de 4.000 conselhos sindicais, em áreas rurais e urbanas, elejam diretamente nove membros gerais. Já quatro vagas reservadas — destinadas a minorias, mulheres, trabalhadores ou agricultores e jovens — serão preenchidas por um processo de “seleção” conduzido pelos partidos. Cristãos, que compõem a maior parte da população minoritária em Punjab, afirmam que o modelo aprofunda a marginalização política de grupos vulneráveis e viola garantias constitucionais de igualdade e fortalecimento do governo local.

“Nossa maior preocupação é a adoção antidemocrática e injusta do sistema de seleção para as vagas reservadas. O direito de eleger os próprios representantes é fundamental para uma participação significativa”, declarou Samson Salamat, presidente do Rwadari Tehreek (Movimento pela Igualdade). “Tememos que isso aprofunde a marginalização política dos segmentos mais vulneráveis da sociedade, especialmente as minorias religiosas, as mulheres e os trabalhadores”, acrescentou.

Em uma “assembleia popular” realizada no Clube de Imprensa de Lahore em 7 de novembro, organizada em parceria com outras duas organizações da sociedade civil, Salamat afirmou que a realização de eleições sem a participação formal de partidos também prejudica a representação política. “A Lei de Governo Local de Punjab de 2025 contraria os princípios democráticos e levará à falta de prestação de contas e transparência. Sem filiação partidária, os eleitores não saberão quais políticas ou princípios seus candidatos locais defendem”, enfatizou.

Katherine Sapna, diretora executiva da entidade de assistência jurídica gratuita Christians True Spirit, lembrou que o Artigo 140-A da Constituição do Paquistão garante autoridade administrativa, financeira e política aos representantes eleitos do governo local. Segundo ela, a nova lei enfraquece essas proteções e contraria valores democráticos básicos e garantias constitucionais.

“A representação das minorias religiosas por meio de representação proporcional nas assembleias nacionais e provinciais desde 2002 já se mostrou contraproducente para essas minorias. Em vez de reformar a lei, o governo de Punjab repetiu a injustiça e privou cristãos e outras minorias do direito de eleger seus próprios representantes, inclusive em nível local”, afirmou.

Ela informou ainda que o Rwadari Tehreek, o Christians True Spirit e a Human Friends Organization ingressaram com uma petição constitucional no Tribunal Superior de Lahore em 5 de novembro. O pedido solicita que a corte altere a lei para permitir que minorias religiosas elejam diretamente seus representantes às vagas reservadas.

Outros participantes do encontro em Lahore — entre eles líderes religiosos, advogados e ativistas sociais — também criticaram a nova legislação e defenderam eleições diretas para os assentos destinados a minorias. Eles argumentaram que as eleições municipais devem refletir justiça, igualdade e participação pública genuína, para que grupos religiosos e sociais minoritários se sintam efetivamente incluídos na base da estrutura política. As últimas eleições para o governo local em Punjab ocorreram em 2015.

A prática de preencher vagas reservadas por indicação de partidos tem origem no modelo de eleitorado conjunto introduzido pelo ex-governante militar Pervez Musharraf em 2002. Nesse sistema, minorias votam juntamente com muçulmanos para eleger representantes nacionais e provinciais, enquanto assentos reservados para minorias no parlamento e nas assembleias provinciais são distribuídos proporcionalmente entre os partidos, desde que alcancem pelo menos 5% das cadeiras.

Ejaz Alam Augustine, ex-ministro de Direitos Humanos e Assuntos das Minorias de Punjab e atual membro da assembleia provincial, afirmou que tentativas recorrentes de reformar o sistema eleitoral para vagas reservadas não tiveram êxito. “O poder deve ser descentralizado para o nível local, especialmente para as comunidades minoritárias, para que possam lidar eficazmente com os problemas que enfrentam diariamente. No entanto, os sucessivos governos ao longo dos anos têm evitado reformar a lei, privando as minorias do seu direito de eleger os seus próprios representantes”, disse ele.

De acordo com o Artigo 51(4) da Constituição do Paquistão, 10 assentos são reservados para não muçulmanos na Assembleia Nacional, que possui 336 cadeiras. Pelo Artigo 106, as quatro assembleias provinciais reservam, em conjunto, 24 assentos para não muçulmanos, de um total de 749. As minorias também têm direito a quatro assentos no Senado, um por província, em uma câmara de 96 membros.

Para Azam Mairaj, fundador do grupo de defesa dos direitos das minorias Tehreek-e-Shinakht (Movimento pela Identidade), as 34 cadeiras reservadas nas instâncias nacional e provinciais têm pouco impacto quando os próprios eleitores minoritários não escolhem diretamente seus representantes. Segundo ele, o sistema atual produziu “faz-tudo” que, na prática, respondem prioritariamente aos grandes partidos, e não às comunidades minoritárias que deveriam representar.

Defendendo eleições diretas para vagas reservadas, Mairaj propôs um modelo em que todo cidadão não muçulmano manteria o direito de votar e concorrer a vagas gerais nos níveis nacional, provincial e local, além de eleger representantes especificamente para assentos destinados às minorias:

“O mecanismo básico para o voto duplo deve permitir que cidadãos não muçulmanos elejam diretamente seus representantes para as vagas reservadas”, explicou, conforme informou o The Christian Post. “Por meio de uma emenda constitucional, as minorias em cada província devem ter representação no nível federal, com um aumento nas vagas reservadas em consonância com o preâmbulo da Constituição, que exige ‘provisão adequada’ para salvaguardar os interesses das minorias e dos grupos desfavorecidos”.

Mairaj acrescentou que os distritos eleitorais destinados a minorias religiosas poderiam ser delimitados de acordo com o tamanho da população. Em áreas com comunidades menores, distritos específicos reduzidos poderiam ser estabelecidos, com o objetivo de assegurar uma representação considerada mais justa.

Estado Islâmico ataca hospital e degola mães que amamentavam

Um ataque atribuído a um grupo rebelde a uma maternidade de um hospital cristão no leste da República Democrática do Congo resultou na morte de cerca de 20 pessoas, entre elas mães que amamentavam e seus bebês.

Autoridades locais responsabilizaram as Forças Democráticas Aliadas (ADF, na sigla em inglês), grupo armado afiliado ao Estado Islâmico, pelo massacre.

O ataque ocorreu na noite de sexta-feira na aldeia de Byambwe, no território de Lubero, província de Kivu do Norte, onde o grupo atingiu um centro de saúde administrado pelas Irmãzinhas da Apresentação. De acordo com relatos oficiais, homens armados avançaram rapidamente pela vila, matando pacientes em seus leitos e incendiando o prédio.

O administrador local, coronel Alain Kiwewa, disse à agência Associated Press, no sábado, que parte das vítimas foram encontradas dentro do hospital. “Mulheres que estavam amamentando foram brutalmente assassinadas e encontradas com a garganta cortada em seus leitos hospitalares”, afirmou Kiwewa. Segundo ele, das 17 pessoas mortas contabilizadas inicialmente, 11 eram mulheres e seis eram homens.

As autoridades informaram ainda que o mesmo grupo armado lançou ataques contra outras vilas nas proximidades, na mesma noite, embora o número de vítimas nesses locais ainda não tenha sido confirmado. Testemunhas relataram que a maternidade foi uma das áreas mais atingidas, com relatos de mulheres e recém-nascidos queimados vivos durante o incêndio.

O prédio do centro de saúde foi destruído, e casas ao redor foram saqueadas e incendiadas. Sobreviventes passaram a receber atendimento em áreas abertas, enquanto as Irmãzinhas da Apresentação aguardam avaliações de segurança para retomar os serviços, de acordo com informações divulgadas pela agência católica de notícias Aleteia.

O padre Giovanni Piumatti, missionário italiano que serviu por mais de 50 anos na Diocese de Butembo-Beni e que hoje reside na Itália, declarou que 15 pessoas foram mortas dentro do hospital e outras cinco foram assassinadas nas proximidades. Segundo ele, os atacantes estavam fortemente armados e se deslocaram rapidamente por Byambwe antes de recuar para a floresta. Casas próximas à clínica foram incendiadas após os agressores se apoderarem de suprimentos médicos.

Piumatti destacou que ataques dessa natureza ocorrem com frequência na região e costumam receber pouca atenção internacional. As Forças Democráticas Aliadas atuam no leste do Congo há mais de duas décadas e são conhecidas por ataques recorrentes contra escolas, igrejas, fazendas e centros de saúde. Formado a partir de facções rebeldes em Uganda no fim da década de 1990, o grupo ampliou sua presença no leste congolês e, em 2017, declarou lealdade ao Estado Islâmico.

Dados do projeto Armed Conflict Location and Event Data (ACLED) indicam que a ADF é atualmente a ameaça mais letal para civis na República Democrática do Congo, sendo responsabilizada por mais de 1.000 mortes em 2023. Em agosto, combatentes da ADF mataram pelo menos 52 pessoas em uma série de ataques que se estenderam por vários dias, segundo a missão de paz das Nações Unidas no país.

Em julho, o grupo atacou uma igreja católica na província de Ituri durante uma vigília, resultando na morte de quase 40 fiéis, muitos deles mulheres e crianças. O episódio levou o papa Leão XIV a condenar a violência durante a Audiência Geral de 30 de julho; na ocasião, ele pediu orações pelas vítimas e exortou líderes internacionais a darem maior atenção à crise no leste congolês.

Moradores e líderes religiosos afirmam que civis seguem entre os mais afetados pela instabilidade persistente em Kivu do Norte e Ituri. A região abriga dezenas de grupos armados, incluindo as Forças Democráticas Aliadas e o movimento rebelde M23, que, segundo diversas fontes locais e internacionais, contaria com apoio vindo da vizinha Ruanda.

De acordo com o The Christian Post, apesar de iniciativas diplomáticas em curso, o leste da República Democrática do Congo registra pouco avanço em direção a uma pacificação duradoura.

‘Nos Seus Sonhos’ traz verdades bíblicas ao denunciar a ganância

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O roteirista e diretor Alex Woo desenvolveu Nos Seus Sonhos, animação sobre dois irmãos que viajam pela paisagem do próprio subconsciente, com a intenção de questionar, e não reforçar, a ideia de que é preciso “acreditar em si mesmo” a qualquer custo.

Segundo o cineasta, vencedor do Emmy, o projeto nasceu de uma reação à pressão crescente para que pessoas, especialmente crianças, vivam vidas consideradas perfeitas e realizem todos os seus objetivos.

“Eu realmente fiz este filme porque sinto que existe muita pressão sobre as pessoas e as crianças para viverem vidas perfeitas e realizarem seus sonhos”, afirmou Woo. Ele observou que, “principalmente na cultura americana, existe essa ideia de que você deve sempre perseguir seus sonhos com todas as suas forças, não importa o quê”. Para o diretor, quando esse ideal se torna absoluto, “pode tomar um rumo sombrio” e “quase se tornar um ídolo”.

Classificado como Livre e disponível na Netflix, Nos Seus Sonhos apresenta uma narrativa em que dor e medo aparecem como potenciais professores na formação de alguém. A leitura de que a obra dialoga com temas presentes na tradição bíblica surge mesmo sem menções diretas à fé no roteiro.

A história acompanha Stevie, uma adolescente perfeccionista e tensa, e seu irmão mais novo, Elliot, caracterizado como otimista e espontâneo. Ao caírem no mundo dos sonhos, eles enfrentam uma girafa de pelúcia sarcástica, comidas de café da manhã em versão zumbi e a Rainha dos Pesadelos, Nightmara, personagem que afirma: “Os pesadelos nos tornam fortes o suficiente para enfrentar o desconhecido”.

Para Woo, essa frase sintetiza a crítica ao que ele chama de “versão ocidentalizada do sucesso”, modelo que valoriza a ambição sem limites e reserva pouco espaço para o fracasso e o sofrimento. “A ambição é saudável”, explicou. “Mas se ela se tornar tudo, pode te consumir. Os momentos em que mais cresci, ou em que meus relacionamentos mais se aprofundaram, não foram em tempos perfeitos; foram nos meus momentos mais sombrios, quando eu sentia que estava vivendo um verdadeiro pesadelo”.

A reflexão encontra paralelo em textos do Novo Testamento que relacionam sofrimento e crescimento espiritual. Em Romanos 5, o apóstolo Paulo escreve: “O sofrimento produz perseverança, a perseverança, um caráter aprovado; e o caráter aprovado, esperança”.

Em outra cena da animação, Nightmara, que representa o medo, lembra que superar o caos exige apegar-se a algo constante, uma presença que sempre esteve ali. Para espectadores cristãos, essa ideia pode remeter à concepção bíblica de Deus como referência imutável em um mundo marcado pela mudança.

Woo também relaciona essa noção ao tema do amor. “A única constante na vida é a mudança”, afirmou. “Mas a outra constante, aquela que importa, é o amor. O amor da sua família, dos seus amigos, das pessoas que permanecem ao seu lado. É isso que te ajuda a sobreviver à mudança”.

O diretor já relatou experiências pessoais que influenciaram sua abordagem narrativa, como o episódio em que, ainda criança, acordou e descobriu que a mãe havia saído de casa por um período, situação que abalou sua sensação de segurança. “Espero que as pessoas saiam daqui com essa mensagem”, disse. “Que o amor, o amor verdadeiro, não o amor perfeito, é o que nos ajuda a superar as dificuldades”.

No enredo de Nos Seus Sonhos, essa perspectiva aparece na evolução da relação entre os irmãos. Stevie inicia a história acreditando que pode “consertar” a família se encontrar o Sandman, figura mística capaz de realizar desejos. Ao final, ela entende que a cura que buscava estava ligada ao amor imperfeito, porém real, que compartilha com Elliot.

Do ponto de vista visual, a produção apresenta cenários oníricos amplos e cheios de elementos caóticos e coloridos. Algumas sequências de pesadelo, segundo observadores, podem ser intensas para crianças menores. Woo, que trabalhou por anos na Pixar antes de fundar o estúdio Kuku Studios, afirmou que os ambientes do mundo dos sonhos foram construídos a partir de emoções e experiências concretas.

“Todo mundo dos sonhos surge de algo que as crianças vivenciaram na vida real”, explicou. “É mais ou menos assim que os sonhos funcionam para mim, fragmentos do dia remontados à noite”. Ele citou como exemplo uma sequência ambientada em um universo de café da manhã, com panquecas falantes e salsichas zumbis. “Isso surgiu da lembrança que Stevie tinha dos cafés da manhã em família”, disse o diretor.

“A comida nos conecta às emoções, ao lar. Rabanada era família para mim quando criança. Então, quando o sonho dela transforma essa lembrança em caos, trata-se, na verdade, de ela perceber que até as coisas boas podem parecer assustadoras quando se tem medo da mudança”, acrescentou, de acordo com o The Christian Post.

Ao comentar a mensagem central do filme, Woo afirmou que deseja apresentar às crianças e aos adultos a ideia de que riso e lamento, ordem e desordem podem conviver, e que a imperfeição faz parte da construção da resiliência. Ele observa os pesadelos como possíveis lembretes de que é preciso crescer e despertar para aquilo que realmente importa. O texto de Tiago, no Novo Testamento, é mencionado nesse contexto: “Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de enfrentarem provações, pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança”.

“Há muita pressão sobre as crianças hoje em dia”, afirmou. “As redes sociais fazem a vida de todos parecer perfeita. E quando a sua própria vida não corresponde a isso, você sente que tem algo errado com você… Eu queria criar algo que dissesse às crianças que está tudo bem se a vida delas não for perfeita. Isso não significa que elas estão quebradas, significa que elas são reais”.

Jovem diz como era a vida em depressão antes de aceitar Jesus

Kayk Gomes, natural de Goiás, enfrentou dificuldades relacionadas à saúde mental a partir dos 13 anos em decorrência da depressão. Em 2020, foi diagnosticado com depressão profunda e passou a experimentar ataques de pânico, condições que impactaram significativamente sua rotina.

Atividades cotidianas como higiene pessoal e cuidados com a aparência tornaram-se desafios consideráveis. O adolescente optou pelo isolamento em seu quarto, permanecendo sem sair de casa por um período de doze meses.

“Eu era um adolescente sem vontade nenhuma de viver, com a mente dominada pelo medo e pelo negativismo. Não cuidava de mim, meu cabelo cresceu”, relatou o jovem em publicação nas redes sociais.

Em agosto de 2021, Gomes participou de um culto evangélico onde, segundo seu relato, aceitou Jesus como salvador e foi batizado. “O Senhor me chamou, se apresentou a mim, e naquele dia me rendi aos pés Dele. Daquele momento em diante, tudo foi novo”, declarou.

Ainda enfrentando restrições devido à síndrome do pânico e depressão, o jovem recebeu apoio de membros da Assembleia de Deus em Porangatu. Em 16 de outubro de 2021, com assistência pastoral, compareceu ao seu primeiro evento do Confrajovem.

“Eu estava em uma fase de libertação, sendo liberto da depressão e do pânico e havia poucos dias que eu tinha aceitado a Jesus”, recordou. “Eu entrei pelo templo com a ajuda da minha pastora e também de outro irmão, o medo era muito em mim”.

Durante o culto, Gomes dirigiu-se ao altar para receber orações. “Eu fui com ajuda pois o pânico era muito. Mas ali vi jovens sendo cheios do Espírito Santo e tudo foi novo para mim!”, afirmou.

O jovem atribui à experiência religiosa a recuperação completa de suas condições de saúde mental. “Fui curado completamente da depressão – sem remédios, sem ajuda de um profissional. Não sou contra isso; afinal, passei a amar a psicologia após minha conversão. Mas o mérito completo da minha cura é do Senhor”, testemunhou.

Em 2022, Gomes relatou ter vivenciado o batismo no Espírito Santo durante evento juvenil. “Naquele momento um fogo começou a queimar em meu coração e eu recebi o batismo com Espírito Santo e comecei a falar em outras línguas”, descreveu.

Atualmente aos 18 anos, o jovem compartilha sua experiência em comunidades religiosas e participa ativamente das atividades de sua igreja. “Jesus muda vidas, Ele mudou a minha! Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”, concluiu.

Evangelismo em rave resulta em quase 1,5 mil conversões

Um grupo liderado pelo evangelista Philip Renner pregou a participantes do Electric Daisy Carnival (EDC), um dos maiores festivais de música eletrônica dos Estados Unidos. O evento ocorreu em um campo aberto em Orlando, no último fim de semana, e reuniu milhares de jovens.

Segundo os organizadores da iniciativa, ministérios como Christ For All Nations e School of Living Disciples integraram a equipe de Renner com o objetivo de anunciar a mensagem cristã no ambiente do festival. Antes do início das apresentações musicais, o grupo participou de um treinamento de evangelismo em uma igreja e realizou um momento de intercessão no local do evento.

Os evangelistas circularam entre os participantes, promovendo cânticos, oferecendo orações e realizando abordagens pessoais. De acordo com o relato da equipe, houve receptividade à mensagem anunciada. Em um dos dias, o grupo orou para que chovesse; a mudança repentina do tempo interrompeu parte da programação e levou ao cancelamento de alguns shows.

“Nossa presença aqui, juntos, frustra os planos do inimigo. Pai, eu te agradeço. Tantas pessoas hoje foram salvas do sexo antes do casamento, do adultério, do alcoolismo. Porque Deus pôs fim a tudo isso. Jesus é Senhor, e quando adoramos e oramos, mesmo em um altar ao diabo, vemos Deus agir”, declarou Philip em um vídeo publicado no Instagram.

Segundo a equipe, nos três dias de evento, 1.493 pessoas decidiram seguir a fé cristã e deixaram o festival após o momento de oração. Foram registradas ainda 15 curas e cinco experiências que o grupo descreve como batismos no Espírito Santo. “Somos chamados a abalar as trevas e trazer a luz”, afirmou o evangelista.

Philip Renner informou que sua equipe tem atuado em festivais de música e eventos de temática ocultista nos Estados Unidos, relatando que essas iniciativas têm alcançado diversas pessoas. “Já vimos mais de 16.700 pessoas receberem o Senhor. Tem sido incrível. Deus está se movendo de uma maneira poderosa e isso acontece nos lugares onde a Igreja geralmente não vai”, disse Renner.

Ele acrescentou que enxerga sensibilidade espiritual entre jovens que frequentam esse tipo de evento. “Tenho tanta compaixão por esta comunidade. Eles são incrivelmente gentis, e eu consigo ver o chamado de Deus em suas vidas. A geração rave irá desencadear um avivamento. Deus está se movendo de uma forma poderosa! Eles só estão no altar errado. Precisamos entrar aqui”, declarou.

Em meio a escombros, igreja se mobiliza para repercutir ajuda

Uma igreja evangélica do Rio Grande do Sul, que vivenciou os impactos das enchentes dias atras está prestando auxílio a populações do Paraná afetadas por um furacão na sexta-feira, 7 de junho.

A Igreja Lagoinha Canoas organizou o envio de um caminhão com donativos para as cidades paranaenses de Rio Bonito do Iguaçu, Guarapuava e Turvo, as mais atingidas pelo fenômeno.

A arrecadação foi realizada por meio do ministério “We Care”, da igreja, que reuniu artigos como roupas, cobertores, alimentos, água potável, itens de higiene pessoal, material de limpeza, Bíblias, lanternas e velas.

Uma equipe de voluntários partiu em veículo leve para o Paraná na segunda-feira, 10 de junho, com a finalidade de identificar as demandas mais urgentes das famílias desabrigadas.

O líder Victor Fernandes explicou a iniciativa em declaração ao SBT Paraná: “Um dia nós fomos ajudados pelo Brasil inteiro, então não tinha como não fazer alguma coisa. Nós viemos na frente para ver qual é a verdadeira necessidade das pessoas”. Ele acrescentou: “Estamos vendo que eles estão precisando de lona, telha. Então vamos fazer uma arrecadação agora para conseguir suprir as necessidades deles”.

Em publicação oficial da igreja, em suas redes sociais, a denominação afirmou: “Muitas famílias estão enfrentando tempos difíceis — e juntos, podemos levar esperança! Cada doação é uma semente de cuidado e solidariedade”. Para contribuições financeiras, a entidade informou a chave PIX: [email protected].

Situação das Áreas Atingidas

O fenômeno meteorológico que atingiu a região central do Paraná consistiu em três tornados, com ventos registrados de até 330 km/h. O saldo preliminar aponta seis óbitos e aproximadamente 750 pessoas feridas. De acordo com a Secretaria de Saúde do Paraná (Sesa), 22 indivíduos permanecem hospitalizados.

Rio Bonito do Iguaçu, município de cerca de 14 mil habitantes, registrou os danos mais extensos. Estimativas indicam que 90% de sua área urbana foi destruída pelo tornado de categoria 3, que danificou severamente edificações residenciais, comerciais e públicas. A Igreja Assembleia de Deus local teve sua estrutura totalmente destruída, restando apenas quatro colunas do prédio original.

Sobre a cena local, Victor Fernandes registrou em vídeo: “A situação é de chorar mesmo. O que estamos vendo pela TV não se compara ao que realmente é pessoalmente. A impressão que a gente tem é que teve uma guerra aqui, que foi bombardeada”.

Diretor de ‘Segredos do Deserto’ quer uma chance ao filme

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O roteirista e diretor Lotfy Nathan afirma querer que o público veja Segredos do Deserto como um experimento artístico ousado, um “thriller sobrenatural” que explora os anos não registrados da juventude de Jesus.

Contudo, para a maior parte dos espectadores cristãos, o filme tende a ser percebido não como audacioso, mas como profundamente perturbador. A produção, estrelada por Nicolas Cage como José, FKA Twigs como Maria e Noah Jupe como um Jesus adolescente, reimagina a adolescência de Cristo como uma batalha psicológica e espiritual entre o bem e o mal.

O longa começa com soldados de Herodes queimando bebês em Belém numa tentativa de eliminar o recém-nascido Cristo. A Sagrada Família foge para o exílio, escapando das patrulhas romanas e enfrentando forças visíveis e invisíveis, até se estabelecer em uma aldeia remota no Egito.

Inspirado no Evangelho da Infância de Tomé — texto apócrifo rejeitado pela Igreja há séculos —, Nathan inclui cenas em que Jesus mata uma criança, ressuscita insetos e olha lascivamente para uma mulher nua antes de ser tentado por “A Estranha” (Isla Johnston), um demônio na forma de adolescente. Filmado na Grécia, o longa retrata os “anos perdidos” de Jesus em um tom sombrio e inquietante, recebendo elogios pela fotografia atmosférica e pela atuação intensa de Cage. No entanto, para os cristãos que consideram a impecabilidade de Jesus essencial à fé, a obra soa blasfema.

Nathan, cineasta britânico-americano nascido no Egito, reconheceu a controvérsia e disse compreender a curiosidade em torno de suas motivações. “Eles perguntam: ‘Existe algum tipo de agenda oculta?’ Mas com aqueles que assistiram ao filme, a conversa é mais matizada”, declarou.

O diretor relatou que a ideia surgiu após descobrir o Evangelho da Infância de Tomé, texto que apresenta o menino Jesus realizando milagres e atos de violência. “Eu consigo entender por que não é canônico”, afirmou. “É bem brutal, bem pesado.” Ainda assim, ele viu na obra um terreno fértil para exploração artística. “Não havia visto nenhum filme que abordasse a cronologia perdida do Novo Testamento. Essa era a época em que Jesus vivia sob anonimato, como filho de um carpinteiro”, explicou.

Em Segredos do Deserto, Nathan retrata um Messias adolescente que é humanamente vulnerável e moralmente ambíguo. “Existe um amplo espectro no cristianismo”, disse o diretor. “Minha família, como copta ortodoxa, certamente rejeitaria uma história que apresentasse Jesus com vulnerabilidade humana.” Para ele, no entanto, o objetivo não é provocar, mas explorar a vulnerabilidade humana no divino.

“Fiquei fascinado e me arrisquei ao pensar: ‘E se Jesus e Satanás tivessem se encontrado antes da tentação no deserto?’ Isso me interessou. Também me atraiu fazer um filme bíblico que alcançasse mais pessoas, ainda que com uma narrativa desafiadora”, declarou. Segundo Nathan, o processo foi “uma dança entre reverência e risco”.

A abordagem subverte a cristologia tradicional. Nos Evangelhos, Jesus é descrito como “sem pecado”; em Segredos do Deserto, ele é mostrado como confuso e tentado pelas trevas. Nathan contou que trabalhou com Katell Bethelot, acadêmica francesa especialista em judaísmo antigo, e defendeu que o horror faz parte do imaginário bíblico. “Se você olhar para a Bíblia objetivamente, esse seria o gênero. Está implícito”, argumentou.

Ele citou episódios do Antigo Testamento — pragas, julgamentos, assassinatos e manifestações demoníacas — como exemplos da tensão entre fé e medo. “Há resistência em ver dessa forma porque parece anti-higiênico. Mas isso é parte da beleza — algo tátil e vibrante, não polido e limpo”, disse.

Segredos do Deserto se soma à tradição de filmes que reinterpretam a figura de Cristo, como A Última Tentação de Cristo, de Martin Scorsese, e A Paixão de Cristo, de Mel Gibson. Segundo críticos, o problema do longa de Nathan não está nas perguntas que faz, mas nas respostas que oferece, retratando Jesus como pecador.

Nathan descreve sua obra como uma reflexão sobre a condição humana, admitindo que cristãos devotos não a aceitarão. “A simples representação de Jesus como alguém com vulnerabilidade humana já é inaceitável para muitos. Não é permitido”, afirmou. “Não tento convencer ninguém. Para mim, é interessante e me faz sentir mais próximo da história — perceber que Jesus sofreu de outras formas além do físico.”

Apesar das críticas, o diretor espera que o filme alcance “um público religioso interessado na arte e na inspiração que ela oferece à narrativa bíblica”. Ele comparou sua abordagem à dramaticidade da Capela Sistina, dizendo: “Mostrar o lado sombrio é o que define o triunfo e o bem.”

Nathan rejeita a ideia de que a produção tenha sido marcada por “guerras espirituais”, apesar de relatos de que Nicolas Cage foi atacado por insetos no set. “Eu estava receoso ao entrar nesse projeto, mas só queria fazer tudo certo, pelo menos na minha opinião”, afirmou.

Para o cineasta, Segredos do Deserto reflete uma mudança cultural em Hollywood: Jesus continua a fascinar, mas cada vez mais como personagem reinterpretado, não reverenciado. Ainda assim, Nathan disse ter se sentido espiritualmente transformado pelo processo.

“De uma forma bizarra, ao escrever o roteiro, tive que escrever também para o diabo, porque o objetivo era caracterizar todos os personagens o máximo possível”, relatou. “No final, percebi que há uma visão sombria da humanidade que todos sentimos às vezes. Mas existem também as virtudes do perdão e do otimismo — e foi isso que absorvi. O reconhecimento do mal, mas a escolha de seguir em direção ao bem”.

De acordo com o The Christian Post, ele concluiu dizendo que o trabalho o levou a reler as Escrituras: “Eu me afastei da fé ao longo dos anos, mas este filme, de certa forma, me trouxe de volta e me fez acreditar novamente na história”.