Toda relação sexual de adulto com menor de 14 anos é estupro

Em decisão tomada na última quarta-feira, 5 de novembro, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou projeto de lei que caracteriza como crime de estupro qualquer relação sexual de pessoa adulta com menores de 14 anos. A proposta segue agora para votação em Plenário, com trâmite urgente.

O PL 2.195/2024 estabelece que toda criança menor de 14 anos será considerada vulnerável para fins legais, independentemente de circunstâncias como consentimento, histórico de experiências sexuais anteriores ou eventual gravidez resultante do ato de estupro.

Isso leva em consideração o estado de imaturidade física, emocional e psicológica dos menores, que em muitos casos podem ser coagidos, manipulados e, portanto, levados a praticar atos nocivos em função da vontade do adulto.

A iniciativa legislativa, portanto, tem como objetivo impedir decisões judiciais que absolvam adultos acusados de estupro de vulnerável.

A matéria foi apresentada pela deputada Laura Carneiro (PSD-RJ) após caso julgado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) envolvendo homem de 19 anos que engravidou menina de 12 anos, onde não houve reconhecimento do crime sob alegação de formação de núcleo familiar com anuência dos envolvidos.

A relatora do projeto, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), explicou que a proposta consolida a presunção absoluta de vulnerabilidade para vítimas nesta faixa etária. Em sua argumentação, a parlamentar afirmou:

“Há a explicitação de que a experiência sexual da vítima ou a ocorrência de gravidez são irrelevantes para a aplicação da pena”.

A senadora acrescentou que a medida “elimina quaisquer interpretações que possam mitigar a gravidade do crime ou revitimizar a pessoa violentada e confere maior segurança jurídica e clareza à legislação penal”. Com informações: Agência Senado.

Décadas de orações resultaram na conversão de idosa de 85 anos

Após quatro décadas de orações ininterruptas por parte de sua filha, uma idosa decidiu professar publicamente sua fé por meio do batismo na Igreja, na cidade de Itumbiara, em Goiás.

Silene Andrade dedicou 40 anos a orar pela conversão de sua mãe, Aurora Andrade Pascal. Durante uma entrevista, Silene relatou: “Foram dias e dias em oração, com clamor, pedindo para que Deus tocasse no coração da minha mãe”.

A decisão de Aurora ocorreu durante a passagem da “Caravana da Esperança” por Itumbiara. O projeto evangelístico, organizado pela Igreja, percorre diversas regiões do Brasil promovendo pregações e batismos.

Foi durante este evento de orações que Aurora Andrade Pascal, então com 85 anos, manifestou o desejo de ser batizada. A cerimônia foi realizada no templo religioso, na presença de familiares e membros da congregação.

Ao testemunhar o batismo da mãe, Silene Andrade exteriorizou emoção após décadas de orações. “Minha mãe é muito especial. Hoje é um dia de muita alegria”, declarou a filha, visivelmente comovida.

Além de Aurora, outras duas mulheres – Maraísa e Dayane – também participaram do ritual batismal na mesma ocasião. O líder religioso Odair Alves, proselitista responsável pelo evento, proferiu a mensagem central da cerimônia, afirmando: “A salvação é de graça, mas não foi barata. Foi comprada com sacrifício e amor”.

O religioso acrescentou que “cada vida entregue a Jesus é uma porta aberta para o Céu”, classificando o dia como “de festa” pelas três novas conversões.

A Caravana da Esperança deve continuar sua itinerância por outras cidades da região Centro-Oeste, conforme programação estabelecida pela denominação religiosa. Com informações: Guiame.

“Vitória”: deputados comemoram derrubada de projeto pró-aborto

Em sessão realizada na quarta-feira, 5, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de decreto legislativo que tem como objetivo anular a resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) sobre procedimentos para aborto legal em casos envolvendo crianças e adolescentes, uma medida considerada pelos críticos como pró-aborto para menores de idade.

A resolução do Conanda havia sido aprovada em dezembro do ano passado. A votação no plenário de agora, contudo, registrou 317 votos a favor e 111 contra a derrubada da resolução pró-aborto.

A matéria, de autoria da deputada Chris Tonietto (PL-RJ) e subscrita por outros 45 parlamentares de partidos como PL, União Brasil, Republicanos e PSD, segue agora para análise do Senado Federal. A decisão final depende da aprovação da outra Casa do Congresso.

“Aprovamos hoje em plenário o PDL que derruba uma Resolução do Conanda, que tentava impor pautas abortistas e de gênero disfarçadas de ‘direitos da crianças’”, comentou o deputado federal evangélico Nikolas Ferreira.

“A resolução permitia aborto feito por adolescentes sem conhecimento dos pais, até o nono mês de gestação e sem boletim de ocorrência, nem autorização judicial. Resolução perigosíssima. Grande vitória da vida e da infância!”, completou o parlamentar em publicação feita nas redes sociais.

A matéria

O texto do Conanda que está em discussão estabelece diretrizes para a garantia do atendimento prioritário a crianças e adolescentes vítimas de violência sexual, mas dentro de condições polêmicas, conforme o descrito por Nikolas.

A legislação brasileira atual permite a interrupção da gravidez em três situações: risco de vida para a gestante, estupro e diagnóstico de anencefalia fetal.

Durante a sessão, o plenário foi palco de debates acalorados entre parlamentares de bancadas com posicionamentos opostos.

O centro da controvérsia reside no argumento, presente no projeto da deputada Tonietto, de que o Conanda teria excedido sua competência ao editar a resolução, assumindo uma função legislativa que não lhe é atribuída.

O projeto argumenta que a normativa do conselho desconsidera a definição de um limite de tempo gestacional para o procedimento e, na prática, conferiria autonomia a menores de 14 anos para realizar o aborto sem autorização dos responsáveis.

“[A resolução] amplia o aborto para que crianças tenham sua vida ceifada. A gente não combate violência sexual com outra violência que é o aborto”, comentou a deputada, segundo a Folha de S. Paulo.

Trump classifica como 'inaceitável' genocídio de cristãos na Nigéria

O governo dos Estados Unidos elevou o tom em suas declarações sobre a situação na Nigéria, onde existe um genocídio de cristãos, designando formalmente o país africano como “país de preocupação especial” em função de relatos de perseguição religiosa e ataques a comunidades dos seguidores de Jesus.

A medida ocorre em meio a registros de centenas de mortes em incidentes atribuídos a grupos extremistas. Em pronunciamento no sábado, 1º de outubro, o presidente norte-americano Donald Trump descreveu a situação como “inaceitável” e afirmou que os Estados Unidos não poderiam permanecer “de braços cruzados”.

Trump informou ainda ter determinado ao Departamento de Guerra que se prepare para uma eventual ação militar “rápida” caso a Nigéria não contenha a violência.

Em coletiva de imprensa realizada na terça-feira, 4 de outubro, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, detalhou medidas concretas, segundo a Fox News.

“Se o governo nigeriano continuar permitindo o assassinato de cristãos, os Estados Unidos irão parar imediatamente toda a ajuda e assistência à Nigéria e poderão tomar medidas para eliminar os terroristas islâmicos que estão cometendo estas horríveis atrocidades”, declarou.

Organizações de direitos humanos e líderes religiosos locais têm documentado ataques sistemáticos a comunidades cristãs, frequentemente atribuídos a milícias identificadas como extremistas islâmicos.

Do lado nigeriano, o governo liderado por Bola Tinubu mantém a posição de rejeitar a caracterização de perseguição religiosa generalizada que resulta em genocídio de cristãos.

Analistas internacionais avaliam que a postura adotada pelos EUa pode alterar significativamente as relações bilaterais e influenciar a dinâmica de segurança na região ocidental da África.

Brasil: censo mostra uniões consensuais superaram casamentos

Pela primeira vez, o número de brasileiros que vivem em uniões consensuais ultrapassou o de casamentos civis e religiosos. Segundo o suplemento Nupcialidade e Família do Censo 2022, divulgado em 05 de novembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 38,9% das uniões conjugais registradas no país não foram formalizadas por meio de casamento.

O dado representa 35,1 milhões de pessoas vivendo em arranjos como a união estável. Em comparação histórica, o percentual era de 28,6% em 2000 e de 36,4% em 2010. No sentido inverso, as uniões formalizadas — casamento civil e religioso — caíram de 49,4% em 2000 para 37,9% em 2022. No Censo de 1970, esse tipo de união correspondia a 64,5% do total.

Os casamentos apenas religiosos também diminuíram, passando de 4,4% para 2,6% no mesmo período, enquanto os casamentos civis exclusivos subiram levemente de 17,5% para 20,5%. Em 1960, o Censo apontava que 60,5% das relações eram formalizadas por casamento civil e religioso, e apenas 6,4% eram consensuais.

Uniões consensuais

De acordo com o levantamento, as uniões consensuais predominam entre brasileiros com até 39 anos de idade. No grupo entre 20 e 29 anos, elas representam 24,8% das uniões, contra 5,8% de casamentos civis e religiosos. Entre 30 e 39 anos, a diferença aumenta: 28,5% vivem em união consensual, enquanto 17,8% estão casados formalmente.

A tendência se inverte a partir dos 50 anos, quando os casamentos formais (22,1%) superam as uniões consensuais (13%).

O estudo também mostra que, entre pessoas com rendimento per capita de até um salário mínimo, a união consensual é a forma mais comum de convivência conjugal.

No recorte por religião, 62,5% dos casais sem religião vivem em união consensual. Entre os católicos, a taxa é de 40,9%, e entre os evangélicos, 28,7%.

A pesquisadora Luciane Barros Longo, do IBGE, avalia que os números refletem mudanças comportamentais no país: “A gente pode afirmar que a união consensual é ainda um fenômeno mais jovem, mais relacionado às pessoas de menor renda”, afirmou.

Uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de 2017 equiparou os direitos sucessórios da união estável aos do casamento civil. A principal diferença permanece no estado civil, que não é alterado no caso da união estável — ou seja, os parceiros continuam legalmente solteiros, divorciados ou viúvos.

Maioria vive em união

O Censo 2022 revelou que 51,3% dos brasileiros com 10 anos ou mais vivem em algum tipo de relação conjugal — um total de 90,3 milhões de pessoas. Em 2000, o índice era de 49,5%.

A parcela de pessoas que nunca viveram em união conjugal caiu de 38,6% em 2010 para 30,1% em 2022. Já aquelas que não vivem mais em união, mas já viveram, subiram de 11,9% para 18,6% no mesmo intervalo.

O levantamento também encontrou 34,2 mil pessoas entre 10 e 14 anos em união conjugal, sendo 77% do sexo feminino. A pesquisadora Luciane Longo explicou que o dado revela uma realidade social preocupante. “O Censo trata da realidade. São 34 mil crianças em união conjugal. Não sabemos, por esses dados, se são uniões entre crianças ou entre crianças e adultos — seria necessário um estudo mais específico”, afirmou.

O pesquisador Marcio Mitsuo Minamiguchi, também do IBGE, observou que os casos se concentram “próximos dos 14 anos”.

Entre a população a partir de 15 anos que vive em união conjugal, a idade média da primeira união é de 25 anos. As mulheres se unem, em média, aos 23,6 anos, enquanto os homens iniciam suas uniões aos 26,3 anos.

‘Seletividade marital’

O Censo 2022 também apresentou dados sobre seletividade marital, ou seja, as combinações raciais entre cônjuges. Entre as mulheres brancas, 69,2% têm parceiros também brancos. Entre as pretas, 48% vivem com homens pardos; e entre as pardas, 69,2% têm companheiros pardos.

O padrão é semelhante entre os homens: 71,5% dos brancos vivem com mulheres brancas; 39,3% dos pretos com mulheres pretas; e 70,2% dos pardos com mulheres pardas, de acordo com o informado pela revista Comunhão.

Lutadores de MMA exibem faixa ‘Jesus é Rei’ durante evento

Dois lutadores de artes marciais mistas (MMA) chamaram atenção ao transformar um momento de rivalidade em um gesto público de fé durante o evento Combat Night South Florida, realizado em 11 de outubro, na cidade de Hallandale Beach, Flórida.

Antes de entrarem no octógono, Ginseng Du Jour, de 45 anos, e Kody Cook, de 24 anos, exibiram juntos uma faixa com a frase “Jesus é Rei” e posaram para fotos em sinal de respeito mútuo.

Durante a tradicional “encarada”, em que adversários costumam demonstrar tensão antes do confronto, os dois atletas trocaram palavras de fraternidade. Em vídeo publicado pelo Combat Night nas redes sociais, é possível ouvir Kody dizer: “Eu sei que você acha que Jesus é o rei, certo, irmão?”. Ginseng respondeu: “Com certeza”.

A organização elogiou a atitude dos lutadores em uma postagem nas redes oficiais do evento. “Apenas dois caras com um sonho. Estamos honrados por ter estes dois lutadores de alto nível no campeonato”, escreveu a equipe. A publicação também destacou a mensagem: “Nós somos oponentes, não inimigos”.

Testemunho de fé

O confronto ocorreu na categoria Peso Galo, no Gulfstream Casino, e terminou com a vitória de Kody Cook, que derrotou Ginseng Du Jour por finalização (mata-leão) aos 4 minutos e 19 segundos do primeiro round. Após o combate, Kody expressou sua gratidão e fé em uma publicação no Instagram. “Grato além das palavras. Obrigado à minha família, à minha esposa, treinadores, companheiros de equipe, amigos, patrocinadores e à promoção do Combat Night pelo apoio constante. Deus é grande, amém!”, escreveu.

Dias antes da luta, o atleta já havia compartilhado uma mensagem de confiança em Deus: “Grato por entrar na semana da luta saudável, focado e preparado. Oro para que Deus continue a abençoar estes próximos dias, mantendo eu e o meu adversário seguros à medida que entramos e saímos da jaula – e que a melhor habilidade leve o cinto”.

Despedida

O momento de fé e respeito repercutiu entre os fãs, que elogiaram a atitude de ambos os lutadores por colocarem a fé acima da rivalidade esportiva. A luta marcou ainda a despedida de Ginseng Du Jour, que anunciou a aposentadoria após o evento. Ele informou que pretende se dedicar à carreira de treinador, continuando a trabalhar na formação de novos atletas.

Cristão cego pode pegar pena de morte por acusação de blasfêmia

LAHORE, Paquistão — Um cristão cego de 49 anos, identificado como Nadeem Masih, foi preso e acusado de blasfêmia, crime punível com pena de morte no Paquistão, após ser denunciado por um muçulmano que o acusou de insultar o profeta Maomé, informou sua mãe, Martha Yousaf.

Martha, de quase 80 anos, relatou que o acusador, Waqas Mazhar, e outros homens muçulmanos frequentemente assediavam e extorquiam seu filho, que é deficiente visual: “Às vezes, visitantes bondosos também lhe davam dinheiro por compaixão, mas os funcionários muçulmanos do parque costumavam roubar o dinheiro do bolso dele”, afirmou.

Mazhar trabalha no Model Town Park, em Lahore, como funcionário de estacionamento, onde Masih obtinha uma renda modesta pesando mercadorias para pequenos comerciantes. Segundo a mãe, alguns desses funcionários também tomaram empréstimos com ele e recusaram-se a devolver o dinheiro, mesmo após pedidos insistentes.

A prisão e as agressões

Em 21 de agosto, quando Nadeem chegou para trabalhar, Mazhar e outros homens impediram-no de montar sua barraca. “Quando Masih protestou contra o assédio, Mazhar e outro homem o agrediram, o obrigaram a subir em uma motocicleta e o levaram à delegacia de polícia de Model Town”, relatou Yousaf. Lá, os homens o acusaram de blasfêmia, e a polícia o indiciou com base no Artigo 295-C do Código Penal paquistanês, que prevê pena de morte para quem insultar o profeta islâmico.

“Quando encontrei meu filho pela primeira vez na prisão, ele chorou amargamente ao me contar como a polícia o espancou impiedosamente e o forçou a confessar a falsa acusação”, disse Martha. “Toda vez que o visito, meu coração se aperta ao ouvir o quanto ele é maltratado, especialmente quando é levado ao tribunal. Eles o maltratam mesmo sabendo que ele é completamente cego e tem uma haste de ferro na perna direita”.

Yousaf, que já perdeu outro filho, implorou por justiça: “Somos muito pobres e mal conseguimos sobreviver. O pai de Masih faleceu, e uma das minhas filhas, que é divorciada, trabalha em casas de família para nos ajudar. Todos os dias peço a Deus que livre meu filho dessa falsa acusação e o traga de volta para mim”.

Inconsistências no processo

O advogado de defesa, Javed Sahotra, afirmou que há discrepâncias significativas no boletim de ocorrência que podem sustentar um pedido de libertação sob fiança. O subinspetor Muhammad Ayub, responsável pelo caso, alegou que a polícia patrulhava o parque às 23h, quando foi informada da suposta blasfêmia. “No entanto, o parque fecha às 21h, e ninguém tem permissão para entrar depois disso”, explicou Sahotra.

O advogado também informou que Masih ligou para a linha direta da polícia às 6h da manhã para denunciar os maus-tratos sofridos por Mazhar e outros funcionários, mas não recebeu ajuda. Ele solicitou ao superintendente de polícia o registro de chamadas do subinspetor Ayub para comprovar sua localização no horário do suposto crime. “Se o tribunal de primeira instância não conceder fiança, recorreremos ao Tribunal Superior de Lahore”, afirmou.

Sahotra confirmou que o acusado foi torturado sob custódia policial. “É lamentável que uma pessoa cega tenha sido submetida a um tratamento tão desumano”, declarou. “Esperamos que o governo e as autoridades superiores tomem medidas disciplinares contra os agentes envolvidos”.

Direitos humanos

Naeem Yousaf, diretor executivo da Comissão Nacional para a Justiça e a Paz (NCJP) — órgão vinculado à Igreja Católica —, condenou a prisão. “Masih perseverou todos esses anos, apesar das atitudes cruéis que negam às pessoas com deficiência a própria dignidade humana. Já sobrecarregado pela pobreza e pela cegueira, agora sofre ainda mais atrás das grades, vítima da injustiça e da indiferença humana”, disse, de acordo com o The Christian Post.

A organização Human Rights Watch (HRW) também denunciou o uso sistemático das leis de blasfêmia no Paquistão como instrumento de perseguição e chantagem. Em relatório de 9 de junho, intitulado “Uma Conspiração para Apropriar-se da Terra: Explorando as Leis de Blasfêmia do Paquistão para Chantagem e Lucro”, a HRW destacou que essas acusações são frequentemente usadas para atacar minorias religiosas, confiscar propriedades e resolver disputas pessoais ou comerciais.

Segundo o documento, o sistema judicial paquistanês raramente responsabiliza os autores da violência coletiva, e a polícia frequentemente falha em proteger os acusados ou investigar as denúncias. Em alguns casos, até mesmo agentes que tentam intervir sofrem ameaças, enquanto líderes religiosos e políticos acusados de incitar ataques escapam impunes por falta de ação do Estado.

Contexto da perseguição

O Paquistão ocupa o 8º lugar na Lista Mundial de Vigilância 2025, elaborada pela organização Portas Abertas, que classifica os 50 países onde cristãos enfrentam maior perseguição e discriminação. As leis de blasfêmia, amplas e de aplicação arbitrária, continuam sendo um dos principais instrumentos de repressão contra minorias religiosas e grupos vulneráveis no país.

O caso de Nadeem Masih reforça, segundo observadores internacionais, o uso recorrente da legislação para criminalizar cristãos e pessoas marginalizadas, em um contexto onde a intolerância e a impunidade continuam a comprometer os direitos humanos e a liberdade religiosa no Paquistão.

Contra o ‘câncer’ religioso, Brian Welch diz que Cristo é ‘relação’

O músico Brian Welch, guitarrista da banda Korn e uma das figuras mais conhecidas a unir fé cristã e música pesada, compartilhou uma reflexão sobre a diferença entre religião institucional e relacionamento pessoal com Jesus Cristo. Em um vídeo publicado em seu perfil no Instagram, Welch alertou sobre o perigo de transformar a fé em um sistema de culpa e controle.

“A religião e as pessoas religiosas vão te sobrecarregar com muita culpa”, afirmou. “Elas se impõem com arrogância para te fazer sentir inferior, a fim de manter controle sobre a sua vida. Já vi isso inúmeras vezes. É um câncer para a espiritualidade e afasta muitas pessoas até mesmo da ideia de ter um relacionamento com Cristo”.

Segundo o guitarrista, seguir a Cristo não se trata de rituais, mas de uma ligação espiritual autêntica: “Cristo é um relacionamento real de coração para coração. É o seu coração conectado espiritualmente em união com o coração de Cristo”.

Welch acrescentou que Jesus conduz o ser humano “com bondade, ao mesmo tempo que reconhece suas falhas”, e rejeitou a ideia de que a fé priva o crente da alegria. “Nunca se trata de tirar a diversão da sua vida”, disse. “Trata-se de eliminar completamente o que te destrói, para que você possa viver de forma mais saudável. Ele te guia com bondade, te leva a reconhecer suas falhas e te capacita a deixá-las para trás”.

O músico afirmou ainda que os cristãos não precisam depender apenas de suas próprias forças: “Cristo nos capacita por meio do Seu Espírito para vivermos uma vida melhor, uma vida mais saudável. A graça é o poder de Deus por meio do Espírito que nos dá essa capacidade”.

Crítica à religiosidade

Para Welch, a religião institucionalizada tem causado distorções na fé cristã: “A religião está corrompendo este mundo. Isso acontece há séculos, mas muitas pessoas estão despertando para a verdadeira natureza do relacionamento com Deus, especialmente nos últimos 20 anos”.

O guitarrista tem falado abertamente sobre sua jornada espiritual desde que deixou o Korn em 2005, após se converter ao cristianismo. Ele narrou sua trajetória no livro Save Me From Myself: How I Found God, Quit Korn, Kicked Drugs, and Lived to Tell My Story (2007), onde descreve como abandonou as drogas e reencontrou propósito na fé.

Welch retornou à banda em 2013, ano em que tatuou a palavra “Deus” em hebraico em sua pálpebra como símbolo de sua nova vida.

Caminhada de fé

Apesar de seu compromisso com o cristianismo, Welch reconheceu em entrevistas anteriores que no início viveu o que chamou de “fanatismo religioso”. Em 2021, ele disse ter se envolvido com um grupo que, segundo ele, lembrava uma seita, e refletiu sobre os riscos de confundir fé com imposição.

“Do que eu nunca me arrependerei é de ter entregado todo o meu ser a Cristo”, afirmou na época. “Compartilhar minha história até o dia da minha morte será minha missão. Mas compartilhar a fé é muito diferente de impor as Escrituras às pessoas de forma cruel”.

Hoje, Welch se define como alguém que aprendeu a equilibrar a intensidade da fé com a autenticidade da compaixão, defendendo um cristianismo centrado no amor e no relacionamento pessoal com Deus: “Cristo não é um sistema, é uma relação viva”, concluiu, conforme informado pelo The Christian Post.

Marca da besta? Implantes de microchips ganham popularidade

Dispositivos de identificação por radiofrequência (RFID) e comunicação de campo próximo (NFC) implantados sob a pele, os famosos microchips, têm sido adotados por um número crescente de pessoas na Suécia.

Os microchips, com dimensões aproximadas de um grão de arroz, são instalados na região da mão e utilizados para funções como acesso a edifícios, aquisição de passagens de transporte e armazenamento de dados de contacto.

A prática, que teve seus primeiros testes documentados em Estocolmo por volta de 2015, registra atualmente milhares de usuários no país, concentrando-se principalmente em comunidades de inovação tecnológica e entusiastas do movimento conhecido como “biohacking”.

Empresas e aplicações práticas

A empresa Biohax International destacou-se na popularização da tecnologia, realizando implantes em colaboração com o centro de negócios Epicenter. Outra empresa do setor, a Dsruptive Subdermals, desenvolveu um modelo capaz de armazenar certificados de vacinação contra a COVID-19, permitindo sua leitura através de smartphones compatíveis.

Em um teste de aplicação no transporte ferroviário, a operadora estatal SJ permitiu que passageiros validassem suas passagens utilizando os implantes.

Aspectos de segurança e privacidade

Especialistas em tecnologia consultados para reportagens anteriores apontam que os microchips passivos, por não possuírem fonte de energia própria ou capacidade de geolocalização, apresentam riscos limitados de rastreamento permanente.

No entanto, permanecem passíveis de leitura não autorizada se aproximados de um terminal compatível, além de vulnerabilidades relacionadas à clonagem de dados e falta de criptografia robusta.

Instituições de proteção de dados e pesquisadores da área de governança tecnológica têm enfatizado a necessidade de estabelecimento de diretrizes claras sobre propriedade, finalidade e proteção das informações armazenadas nos dispositivos. O debate abrange também a regulamentação do uso em contextos laborais e a transparência na coleta e tratamento de dados pessoais.

A experiência sueca, segundo a Inside Money, tem servido como estudo de caso sobre a integração entre tecnologia e corpo humano, indicando que a adoção em larga escala dependerá de fatores como utilidade demonstrada, aceitação cultural e a implementação de garantias efetivas de privacidade.

Marca da Besta?

O avanço de tecnologias de identificação por microchips implantados na mão tem reacendido discussões em comunidades religiosas, especialmente entre grupos cristãos que os associam a passagens escatológicas da Bíblia.

A principal referência encontra-se no livro do Apocalipse, capítulo 13, versículos 16-17, que descreve um sistema em que ninguém pode “comprar nem vender, a não ser que tenha a marca, o nome da besta ou o número do seu nome” em sua mão direita ou testa. Esta passagem, parte da visão profética atribuída ao apóstolo João, é tradicionalmente identificada por muitas correntes teológicas como a “marca da besta”.

Dentre os principais argumentos que estabelecem essa associação, estão a localização do implante (na mão), que coincidiria com a descrição bíblica e a função de facilitar transações comerciais e controle de acesso aproximar-se-ia da descrição de controle sobre compras e vendas.

Além disso, a associação também está relacionada ao fato de que, hoje, o caráter voluntário na utilização dos microchips poderá evoluir para cenários de obrigatoriedade, conforme interpretações do futuro governo global do anticristo.

Governo da China força maior livraria cristã do país a fechar

A Beijing Morning Light Bookstore, considerada a maior livraria cristã da China, encerrou suas atividades após mais de 20 anos de funcionamento. A loja, localizada em Pequim, foi obrigada a liquidar seu estoque oferecendo descontos de até 70%, em meio a crescente pressão das autoridades chinesas sobre instituições religiosas.

De acordo com a China Aid, organização que monitora casos de perseguição religiosa em todo o mundo, o último dia de funcionamento da livraria foi em 27 de outubro. Segundo o relatório, a loja não conseguiu manter suas operações devido à intensificação das restrições impostas pelo governo comunista.

Fundada em 2004 como uma organização sem fins lucrativos, a Beijing Morning Light tinha o propósito de divulgar literatura cristã e promover o intercâmbio cultural entre a China e outros países. Com o passar dos anos, criou uma rede nacional de mais de 200 pontos de distribuição, além de realizar palestras e treinamentos sobre temas como família, casamento e ética no trabalho sob uma perspectiva cristã.

A livraria também organizava grupos de leitura voltados ao crescimento espiritual, participava de ações sociais e colaborava na construção de bibliotecas em comunidades carentes, doando milhares de livros a crianças. Por sua relevância, tornou-se uma referência entre leitores e comunidades cristãs chinesas.

Perseguição e restrições

A Beijing Morning Light vinha enfrentando interferências e inspeções governamentais desde 2012. Em 2013, o vice-gerente geral da livraria, Li Wenxi, foi preso na província de Shanxi, acusado de “operações comerciais ilegais”. Ele foi condenado a dois anos de prisão em 9 de maio de 2013, episódio que marcou o início de uma série de medidas repressivas.

Nos últimos anos, o governo do presidente Xi Jinping ampliou o controle sobre instituições religiosas no país, com o objetivo declarado de conter o avanço do cristianismo. Em setembro de 2024, as autoridades chinesas publicaram novos regulamentos que restringem ainda mais a divulgação de conteúdo cristão e atividades evangelísticas na internet.

As novas regras proíbem a evangelização de menores em plataformas digitais e impedem igrejas e ministérios de promover retiros ou treinamentos voltados a crianças e jovens. Além disso, o regime continua impondo limitações severas à impressão e à distribuição de Bíblias e livros religiosos, medidas que vêm afetando diretamente editoras, livrarias e escolas cristãs em todo o país.