TJ condena Crivella a pagar R$ 100 mil por censura a “beijo gay”

O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) condenou, nesta quinta-feira (25), o deputado federal Marcelo Crivella a pagar uma indenização de R$ 100 mil por supostos danos morais coletivos.

A decisão, unânime entre os desembargadores da 18ª Câmara Cível, está relacionada a declarações e ações do então prefeito do Rio durante a Bienal do Livro de 2019.

A condenação atende a uma ação movida pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) em conjunto com entidades de defesa dos direitos da população LGBT+. O valor deverá ser revertido para o Fundo Estadual de Defesa de Direitos Difusos, com a finalidade de financiar políticas públicas contra a discriminação.

Em primeira instância, a Justiça havia indeferido o pedido indenizatório. No entanto, os desembargadores entenderam, em grau de recurso, que as atitudes do parlamentar configuraram tratamento desigual a manifestações de afeto entre pessoas do mesmo sexo, ferindo o princípio constitucional da igualdade.

Em setembro de 2019, Marcelo Crivella, então prefeito da cidade, determinou a fiscalização e a tentativa de recolhimento da produção “Vingadores: A Cruzada das Crianças”, publicada pela Marvel Comics. A medida foi justificada publicamente pelo parlamentar como uma forma de “proteger as crianças e os adolescentes”. A organização do evento não acatou a determinação.

A obra, lançada no Brasil em 2016, apresenta em uma de suas páginas os personagens Wiccano e Hulkling, integrantes do grupo Jovens Vingadores, compartilhando um beijo gay.

Por meio de seu assessor jurídico, Daniel Pereira, a defesa de Crivella informou que irá recorrer da decisão junto aos tribunais superiores. A sentença estabelece que o valor da indenização seja corrigido monetariamente e acrescido de juros de 1% ao mês, contados a partir da data dos fatos, em 2019. Com informações: Pleno News.

Pastores choram partida de Voddie Baucham Jr: ‘Nó na garganta’

A notícia da morte repentina do pastor Voddie Baucham Jr. mobilizou muitos pastores brasileiros a expressaram tristeza pela perda e gratidão a Deus pelo ministério do respeitado teólogo e escritor.

Nas redes sociais, muitos nomes conhecidos do meio cristão internacional – como a pregadora australiana Millicent Sedra ou a atriz e escritora Priscilla Shirer – registraram suas condolências na publicação da nota de falecimento na página do pastor.

Da mesma forma, pastores brasileiros e líderes manifestaram pesar pela partida precoce de Voddie Baucham Jr. aos 56 anos, após uma “emergência médica” não detalhada pela família.

“Uma notícia tão dolorosa que nos pegou de surpresa. O que nos conforta é saber onde ele está agora”, comentou Pedro Pamplona, pastor da Igreja Batista Filadélfia, em Fortaleza (CE), na publicação no Instagram.

O reverendo Allen Porto, da Igreja Presbiteriana de Barretos (SP), usou o X para expressar seu sentimento: “Voddie Baucham partiu para a glória e nós ficamos com mais um nó na garganta”, escreveu.

“Muito grato por sua vida e legado!”, resumiu o pastor Filipe Niel, da Igreja Batista Vida Nova, em Caldas Novas (GO). Na mesma linha, o teólogo e presbítero Yuri Pena comentou no Instagram: “Que o Senhor conforte e abençoe toda a família, amigos e pessoas que Voddie inspirou em todo o mundo. Até breve, irmão!”.

Voddie Baucham Jr. foi pastor, escritor e também atuou no meio acadêmico cristão, dirigindo por anos uma faculdade teológica no Zâmbia, e posteriormente retornando aos Estados Unidos para fundar um ministério focado em ensino bíblico. Anos atrás, quando sofreu com problemas cardíacos, o pastor contou com ofertas de cristãos de todo o mundo para custear seu tratamento, episódio que evidenciou o profundo respeito e admiração que ele havia conquistado em sua atuação ministerial.

Voddie Baucham partiu para a glória e nós ficamos com mais um nó na garganta

— Allen Porto (@allenporto) September 25, 2025

Com demência idosa não se esquece de Jesus: ‘É o Filho de Deus’

Uma mulher de 90 anos, diagnosticada com demência, emocionou familiares ao afirmar com convicção a identidade de Jesus durante uma conversa gravada pela neta, Emily Reynolds. No vídeo, Emily pergunta à avó: “Você lembra o meu nome?”. A idosa não soube responder. Em seguida, após a neta se apresentar e mencionar outros parentes, a idosa continuou sem reconhecê-los.

Na sequência, Emily questiona: “Você sabe quem é Jesus?”. A avó responde: “Ele é o filho de Deus. Ele morreu por nós”. Indagada sobre um versículo bíblico favorito, a idosa cita João 3:16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Ela acrescenta: “Precisamos crer no Senhor Jesus Cristo e ser salvos”. As duas encerram cantando o hino preferido da idosa.

Em publicação no Instagram, Emily relata o impacto da cena e comenta o contexto clínico da avó. “Às vezes parece tão cruel que minha avó esteja sofrendo desta terrível doença e já sofre há muitos anos, mas Deus é soberano sobre todas as coisas. Ele está trabalhando”. Segundo ela, “mesmo sem a maior parte da memória dela, ela continua sendo testemunha de Cristo”. Emily conclui: “Hoje ela me deu um lindo lembrete que a única coisa que podemos levar dessa vida é nossa esperança em Cristo. A erva seca, a flor desvanece, mas a Palavra do nosso Deus permanecerá para sempre”.

Nos comentários, usuários da rede social registraram reações semelhantes. Uma enfermeira afirmou: “Trabalho numa unidade de cuidados com demência e a única coisa que essas mulheres nunca esquecem é de Deus”. Outra usuária relatou: “Minha avó tinha demência. Ela faleceu há 3 anos, mas sempre cantou ‘Jesus Me Ama’”. Uma internauta resumiu: “Ela se lembra da coisa mais importante: Jesus! Emily, Deus te abençoe por passar tempo com a sua preciosa avó”. Outra comentou: “Toda vez que vejo isso fortalece minha fé. Jesus nunca falha e sempre está conosco. Obrigada por compartilhar este precioso testemunho”.

Doutorando expõe doutrinação anticristã e discriminação na USP

Um vídeo do cientista político Sávio de Maio, doutorando na Universidade de São Paulo (USP) e também cantor e compositor, viralizou nas redes sociais e reacendeu o debate sobre o espaço da fé cristã no ambiente acadêmico. Na gravação, o pesquisador relata que estudantes cristãos enfrentam constrangimentos e discriminação em atividades de monitoria, grupos de pesquisa e convívio cotidiano, descrevendo um clima de “desprezo velado” em relação à expressão de fé.

No início do vídeo, Sávio afirma que muitos calouros aprendem rapidamente a enxergar o cristianismo como “vilão” da história, citando críticas recorrentes a temas como colonização, perseguição a povos indígenas, intolerância a religiões de matriz africana e repressão à sexualidade. Segundo ele, esse enquadramento influencia a percepção sobre cristãos nas universidades e contribui para a marginalização de estudantes que professam a fé. “É sempre falando mal”, diz Sávio, ao resumir o viés que enxerga em pesquisas e debates acadêmicos sobre católicos e evangélicos.

O pesquisador sustenta que há um paradoxo entre o discurso de respeito às identidades defendido no meio universitário e a forma como cristãos seriam tratados em certos espaços. Ele observa que o estigma se agrava quando a pessoa é negra e cristã, contexto em que, segundo relata, são comuns rótulos como “alienada” ou “colonizada”. Para Sávio, a hostilidade não decorre de normas oficiais, mas de práticas e ambientes que desincentivam manifestações públicas de fé.

A divulgação do conteúdo provocou reações imediatas. Parte do público relatou experiências semelhantes em cursos e departamentos; outra parte contestou a avaliação do pesquisador, indicando percepções distintas sobre a vida universitária e a pluralidade religiosa. O episódio expôs, mais uma vez, a hostilidade à presença e visibilidade da fé cristã em instituições de ensino superior.

A repercussão também ampliou a visibilidade do projeto Despolarize-se, iniciativa idealizada por Sávio para aproximar visões divergentes e combater o extremismo no diálogo público. O pesquisador relaciona o debate sobre fé e academia a um esforço mais amplo de convivência democrática, com estímulo a críticas e contrapontos, mas sem hostilidade pessoal.

Quem é Sávio de Maio?

Além da atuação acadêmica, Sávio mantém carreira artística sob o nome Savio di Maio, com composições que mesclam pop, rock e MPB. Em 2024, lançou o álbum “Quando Não Tinha Chão Para Cair”, no qual narra sua trajetória do interior do Espírito Santo até a mudança para Belo Horizonte. Entre as faixas, Itá destaca referências às origens do artista e sua construção identitária.

Israel: escavação acha ‘um dos maiores tesouros’ da era bizantina

Arqueólogos divulgaram a descoberta de um esconderijo com 97 moedas de ouro da era bizantina na antiga cidade de Hippos (Sussita), próxima ao Mar da Galileia. As escavações no local ocorrem há 26 anos, sob direção de Michael Eisenberg e Arleta Kowalewska, do Instituto Zinman de Arqueologia e do Departamento de Arqueologia da Universidade de Haifa.

O conjunto foi localizado em julho, durante trabalhos de campo no Parque Nacional Hippos (Sussita), administrado pela Autoridade de Parques e Natureza de Israel. Segundo a equipe, o anúncio foi feito apenas após a confirmação de que não havia outro esconderijo na área. Entre os itens, há joias de ouro, pedras semipreciosas, pérolas, fragmentos de vidro e vestígios de uma bolsa de tecido que teria abrigado as moedas.

“Este é um dos maiores tesouros do período bizantino descobertos em terra firme em Israel, e sua singularidade reside na combinação de joias e moedas de ouro dos reinados de diferentes imperadores”, afirmou Eisenberg. “Restos de tecido foram encontrados em algumas das moedas — um vestígio da bolsa de tecido na qual o tesouro havia sido escondido.”

As moedas abrangem o período que vai do reinado de Justino I (518–527 d.C.) ao de Heráclio (610–613 d.C.). O acervo reúne denominações distintas conforme a pureza do metal: solidi (valor integral), semisses (metade) e tremisses (um terço). O numismata Danny Shion destacou a relevância de uma tremissis encontrada no lote. “Trata-se de uma descoberta rara que acrescenta uma camada importante à compreensão da história política e econômica do período”, disse. Ele observou que a tremissis identificada em Sussita é apenas a segunda desse tipo localizada em Israel.

A identificação do conjunto ocorreu após um alerta do detector de metais operado por Edie Lipsman. “O dispositivo enlouqueceu. Eu não conseguia acreditar, moedas de ouro começaram a aparecer uma atrás da outra”, relatou. De acordo com Eisenberg, o estado de conservação foi favorecido pelas propriedades do metal. “O ouro é um metal nobre, e encontrar moedas e joias com quase 1.400 anos que parecem novas é uma experiência rara”, disse. Ele acrescentou que, por não oxidar, o ouro preserva o brilho por séculos.

Fundada no século II a.C. pelos selêucidas, Sussita ganhou importância no período bizantino (330–636 d.C.), com registro de ao menos sete igrejas e sede episcopal. A cidade foi abandonada após um terremoto em 749 d.C. A equipe avalia que o esconderijo tenha sido enterrado antes da invasão sassânida-persa de 614 d.C., uma vez que a moeda mais recente data do reinado de Heráclio (610–613 d.C.).

Conforme os arqueólogos, a cidade sobreviveu à invasão, apesar de danos, e o conjunto permaneceu oculto até a escavação atual, segundo informações do The Christian Post.

Cristão esfaqueado até a morte pelo próprio irmão após conversão

Um estudante do ensino médio esfaqueou o próprio irmão até a morte em Mbale, no leste de Uganda, um dia após a vítima declarar publicamente a conversão ao cristianismo.

O caso ocorreu em 01 de setembro, nas proximidades da Escola Secundária Mbale, e resultou na morte de Shafiki Wasike, de 19 anos. O suspeito, identificado como Akram Kairoki, colega de escola e irmão da vítima, foi detido nos dias seguintes pela polícia local.

Segundo relatos colhidos pela comunidade escolar, Wasike foi atingido por duas facadas — uma no peito e outra na região das costelas do lado esquerdo — quando caminhava rumo à escola com Kairoki, na manhã de 01 de setembro. “Por que meu irmão me esfaquearia? Não fiz nada de errado com ele. É apenas uma mudança de fé e uma adesão à fé cristã”, disse Wasike, já ferido, ao colega Jonathan Kabaale, antes de morrer no Hospital Regional de Referência de Mbale.

De acordo com o pastor David Wabomba, do Bible Evangelism Ministries, Wasike entregou sua vida a Cristo em 31 de agosto, durante um evento evangelístico ao ar livre que incluiu um debate entre cristãos e muçulmanos. “Passei algumas horas orientando Wasike no caminho da salvação e o convidando para ir à igreja no domingo seguinte”, afirmou o pastor. “Depois de três horas, Wasike me ligou e disse que seu irmão estava lhe enviando uma mensagem ameaçadora, dizendo que ele estava envergonhando a família e os fiéis muçulmanos, colocando sua vida em risco”.

O pastor acrescentou que, ao retornar para casa na noite de 31 de agosto, Wasike contou ter sido pressionado pelo irmão a renunciar à nova fé. Ainda segundo Wabomba, Kairoki teria dito que a família não aceitava a prática de duas religiões sob o mesmo teto, exigindo a recusa imediata do cristianismo.

No momento do crime, os gritos de Wasike chamaram a atenção de três estudantes — Jonathan Kabaale, Ronald Mukhwana e John Michael Musamali — que acionaram um transporte de motocicleta para levá-lo com urgência ao hospital. Wasike não resistiu aos ferimentos.

A polícia iniciou buscas por Kairoki, que havia se escondido após o ataque. Em comunicado, o porta-voz policial Rogers Taitika, da região de Elgon, informou que equipes rastrearam o suspeito em áreas de Busoga e Buganda, até localizá-lo em Nakwigalo, no Conselho Municipal de Busolwe, distrito de Butaleja. “Ele está agora sob nossa custódia na delegacia de polícia da cidade de Mbale e será levado a julgamento em breve”, disse Taitika, de acordo com informações do Christian Daily.

O porta-voz agradeceu à comunidade pelas informações que levaram à prisão do suspeito e reiterou: “Como polícia, queremos lembrar ao público que qualquer pessoa com mais de 15 anos pode ser levada ao tribunal para responder por acusações criminais”.

O sepultamento de Wasike ocorreu no Conselho Municipal de Kabwagasi, na casa ancestral da família. O pastor Wabomba celebrou o funeral em 08 de setembro e relatou que familiares e membros do clã se recusaram a tocar no corpo, alegando que Wasike havia se tornado um infiel.

A Constituição de Uganda e demais leis do país garantem a liberdade religiosa, incluindo o direito de propagar a própria fé e de se converter. No cenário religioso nacional, os muçulmanos representam até 12% da população, com maior concentração nas regiões orientais, contexto no qual se insere o caso de Mbale.

Segundo o pastor Wabomba, Kairoki tomou conhecimento da conversão do irmão por meio de um vizinho muçulmano que participara do debate inter-religioso em 31 de agosto, ocasião em que o próprio pastor debatou com um líder identificado como Sheik Abudallah. O episódio antecedeu as mensagens de ameaça mencionadas por Wasike e o ataque consumado na manhã seguinte.

As autoridades locais ainda não divulgaram a data da primeira audiência. Até o momento, a acusação formal é de assassinato.

Moraes proíbe que bispo participe de oração na casa de Bolsonaro

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes barrou a inclusão do bispo Robson Rodovalho, da Igreja Sara Nossa Terra, no grupo religioso autorizado a visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre prisão domiciliar há mais de um mês.

Segundo a decisão, Bolsonaro permanece detido enquanto aguarda os próximos desdobramentos da condenação imposta pelo STF, que o sentenciou a 27 anos e 3 meses de prisão.

De acordo com a petição da defesa, o pedido de inclusão de Rodovalho foi protocolado em 19 de setembro (sexta-feira), com a informação de que a reunião de oração ocorreria em 24 de setembro (quarta-feira). A solicitação citou a Lei nº 7.210/1984 (Lei de Execução Penal), que assegura assistência religiosa a pessoas privadas de liberdade em instituições civis e militares.

Ao analisar o caso, Moraes afirmou que o grupo não pode se desviar de sua finalidade principal. Em seu despacho, registrou: “O ‘Grupo de Orações’, entretanto, não pode ser usado como desvio de finalidade, acrescentando diversas e distintas pessoas como integrantes somente para a realização de visitas não especificamente requeridas”.

A resposta foi divulgada em 23 de setembro (terça-feira), ocasião em que o nome de Robson Rodovalho foi oficialmente vetado. Além de líder religioso e fundador da Igreja Sara Nossa Terra, Rodovalho atuou na política: foi deputado federal pelo Distrito Federal entre 2006 e 2010. Em 2010, teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por infidelidade partidária, após a mudança do DEM para o PP, de acordo com informações da Agência Estado.

A decisão do STF de que o acesso do grupo religioso ao custodiado deve circunscrever-se à finalidade de assistência espiritual, sem ampliação de integrantes para fins de visita fora do escopo previamente requerido, ignora a atuação de Rodovalho – fora da política há 15 anos – como ministro religioso e amigo pessoal de Bolsonaro.

Ultrapassado? Veja como o rádio mudou a evangelização no Brasil

Na quinta-feira (25), o Brasil celebrou o Dia Nacional do Rádio, meio de comunicação que permanece como instrumento de evangelização e companhia para milhões de ouvintes. Dados do setor indicam que as emissoras religiosas representam parcela significativa do espectro radiofônico nacional, impactando profundamente toda a sociedade.

A trajetória do rádio evangélico no país remonta ao século XX. Segundo André Castilho, diretor de produção da Rádio Trans Mundial (RTM), as primeiras transmissões religiosas ocorreram em 1929, com um culto da missão luterana pela Rádio Clube do Brasil. Em 1943, a Igreja Adventista inaugurou o programa “A Voz da Profecia”, que se tornou referência nacional.

Esnau Filho, supervisor da Rede de Rádios Novo Tempo, destacou a capilaridade do meio. “Muitas cidades do interior só conheceram o evangelho por meio das ondas do rádio, criando laços de identidade espiritual que permanecem até hoje”, afirmou.

Com a evolução tecnológica, as emissoras adaptaram-se às novas plataformas. Josias Júnior, gerente de comunicação da Igreja Cristã Maranata, observou que a Rádio Maanaim nasceu 100% digital, utilizando redes sociais e aplicativos. “O rádio já não está preso às ondas: ele alcança os quatro cantos da terra”, declarou.

Castilho concorda, celebrando a vitória do rádio sobre o tempo. “Essa integração com novas plataformas nos permitiu alcançar públicos que antes não eram atingidos pelo rádio tradicional, mantendo vivo nosso propósito de levar a mensagem do evangelho a cada vez mais pessoas”, afirmou.

Impacto social

O radialista Edinho Lima, com três décadas de experiência, relatou um caso emblemático ocorrido em Vitória (ES). “Um ouvinte decidido a cometer suicídio sintonizou por acaso nossa programação. A mensagem fez com que desistisse da ideia e procurasse uma igreja no mesmo dia”, contou.

Para André Castilho, da RTM, o rádio mantém características únicas: “É uma linguagem simples e direta, que educa, informa, entretém e transmite a mensagem de forma eficaz”. A emissora, que iniciou com fitas enviadas por navio ao Caribe, hoje possui transmissão em múltiplas plataformas digitais.

Segundo Esnau Filho, a renovação é fundamental para dialogar com novas gerações. “Investimos em podcasts, transmissões ao vivo e integração com redes sociais. O rádio hoje é multiplataforma”, explicou.

Com a utilização do rádio como instrumento de evangelização, as igrejas evangélicas no Brasil conseguiram ter um alcance ainda maior, impactando em seu crescimento. Atualmente, bem diferente do que alguns imaginam, a tecnologia permite com que essa prática continue viva.

“O rádio que consegue agregar as plataformas digitais, como streaming e podcasts, torna-se indispensável nos dias de hoje. A mídia digital veio para impulsionar ainda mais o rádio, potencializando sua força como meio de comunicação”, analisou Lima, segundo a Comunhão.

Castilho concluiu, segundo a Comunhão:  “Ele não exige atenção total do ouvinte, mas consegue transmitir a mensagem com eficácia. É um companheiro diário”.

Índia: mulher é estuprada por aceitar a Jesus e sua mãe é linchada

Uma mulher cristã de 20 anos denunciou ter sido estuprada e afirmou que sua mãe quase foi morta durante um ataque ocorrido em 15 de julho, em uma aldeia do distrito de Kondagaon, estado de Chhattisgarh. Segundo relato prestado à polícia, o crime teria sido motivado por perseguição religiosa e por uma disputa de direitos de propriedade envolvendo parentes da família.

De acordo com a vítima, o conflito começou quando ela, a irmã de 18 anos e a mãe trabalhavam no plantio de milho na manhã de 15 de julho. O tio, identificado como Chinta Naag, e seus três filhos — Mukesh Dugga, Suresh Dugga e Lokesh Dugga — teriam ordenado que elas parassem o cultivo, alegando direito sobre a terra. A mãe respondeu que a área pertencia ao marido falecido e que a família tinha direito de cultivá-la.

A discussão escalou. A vítima afirma que foi levada à força para a casa dos agressores e estuprada. A mãe sofreu agressões graves e desmaiou no local, segundo o relato. “Ninguém veio me resgatar, pois me arrastaram pelos cabelos e minha irmã ficou chorando perto do corpo da minha mãe”, disse a jovem. Ela contou que conseguiu fugir e correu com a irmã até a delegacia de Dhanora, onde registrou a ocorrência.

Pouco depois das 10h do mesmo dia, Mukesh Dugga chegou à delegacia, segundo a vítima. “Ele rapidamente admitiu que, como nos tornamos cristãos, eles não querem que tenhamos uma parte da propriedade do meu pai (…). Mukesh admitiu ter batido na minha mãe, mas negou que tenha me estuprado”, afirmou.

Estado de saúde

A polícia registrou o Primeiro Relatório de Informações nº 13 com base no Bharatiya Nyaya Sanhita (BNS), 2023, enquadrando os crimes como “sequestro”, “relação sexual ilícita”, “estupro coletivo”, “causar dano voluntariamente”, “intimidação criminosa”, “tentativa de homicídio” e “intenção comum”. Mukesh Dugga foi preso no dia do registro. No dia seguinte, segundo a vítima, Chinta Naag e os outros dois filhos também foram detidos.

Agentes foram à aldeia verificar o estado da mãe, encontrando-a inconsciente e apreendendo uma arma utilizada no ataque, conforme o FIR. A mulher ferida foi recusada inicialmente em um hospital local devido à gravidade dos ferimentos, sendo transferida para Kondagaon e, em seguida, para Raipur. Segundo a filha, os médicos informaram prognóstico reservado e realizaram várias cirurgias. “O corte da pá foi tão profundo que atingiu o fígado e o danificou”, disse a jovem. Mais de dois meses após o incidente, a mãe permanece acamada e dependente de cuidados.

A vítima relatou ainda que, por falta de médico disponível no dia do crime, a polícia orientou que retornasse no dia seguinte para o exame pericial. Uma carta policial datada de 29 de agosto instruiu a família a apresentar documentos de propriedade da terra na delegacia.

Segundo a família, a disputa pela terra se agravou após sua conversão ao cristianismo há seis anos. “Desde que começamos a frequentar a igreja, há seis anos, o irmão mais velho do meu pai e sua família começaram a nos perseguir de todas as maneiras possíveis”, disse a vítima ao Morning Star News. Ela afirma que os tios passaram a impedir o cultivo da área e que ameaças e hostilidades antecederam o ataque de 15 de julho.

Pedido de proteção

Em 06 de agosto, em Kondagaon, Narendra Bhavani, fundador do Chhattisgarh Yuva Manch e líder do Partido do Congresso Nacional Indiano, pediu providências em favor da família. Ele afirmou ao Morning Star News que “a disputa pela terra surgiu apenas por causa da fé cristã da família” e defendeu “compensação para a família, direitos incontestáveis de cultivar suas terras e segurança para as vítimas da administração distrital”.

A organização de apoio cristão Portas Abertas colocou a Índia na 11ª posição na Lista Mundial de Perseguição de 2025. Em 2013, o país estava na 31ª posição. Defensores da liberdade religiosa atribuem a piora do cenário à retórica hostil de setores ligados à Aliança Democrática Nacional, liderada pelo Bharatiya Janata Party (BJP), que, segundo eles, encoraja extremistas desde que Narendra Modi assumiu como primeiro-ministro em maio de 2014.

A filha informou que a família mudou-se por razões de segurança e segue em cuidados integrais com a mãe. “Graças às orações de muitas pessoas, minha mãe começou a comer”, declarou. A família frequenta uma igreja localizada a vários quilômetros da aldeia e afirma manter a fé cristã apesar das ameaças. “Nós nos recusamos a abandonar nossa fé, e agora eles chegaram ao ponto de atacar minha mãe, matá-la e me estuprar”, disse a jovem. “Embora sejam meus primos de primeiro grau, infelizmente, não me veem como irmã”.

Transtorno por Uso de Álcool: cresce o consumo entre meninas

Dados divulgados pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira (24) indicam um aumento de 11,5% no número de pessoas com transtorno pelo uso de álcool (TUA) no Brasil. Entre adolescentes menores de 18 anos, o crescimento foi de 5,5% entre garotos e 7,1% entre garotas. A região Sul registra o maior índice de consumo, atingindo 71,4% da população adulta.

O Transtorno por Uso de Álcool é caracterizado por um padrão de consumo que causa prejuízos significativos, como aumento da tolerância à substância, sintomas de abstinência, dificuldade de controlar a ingestão e negligência de atividades importantes.

De acordo com o psicanalista e doutor em Dependência Química, Francisco Veloso, dois fatores centrais influenciam o crescimento entre adolescentes: a fácil acesso a bebidas sem fiscalização adequada e a falta de orientação familiar.

“Álcool é barato, você pode comprar em qualquer lugar, não se verifica mais a idade. Muitos copiam o estilo de vida dos pais, que também bebem”, afirmou Veloso.

Sobre o aumento entre o público feminino, o especialista citou a influência de redes sociais e mudanças nos padrões de vigilância parental. “A mídia passa uma ideia de que, com a bebida, a mulher fica mais bonita, independente, livre”, explicou.

Veloso alertou para as consequências do vício precoce. “O álcool é a droga que mais mata no mundo. O viciado morrerá mais cedo em todos os sentidos, tende a ficar violento e a consumir outras drogas”, disse. Ele também destacou o papel preventivo que comunidades religiosas podem exercer por meio de educação clara e orientação objetiva.

Os dados são da terceira edição do Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), realizado pela Universidade Federal de São Paulo com 16.608 participantes e financiado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas.

Orientações

Especialistas em dependência química e saúde pública recomendam as seguintes medidas para famílias que buscam prevenir o uso precoce e abusivo de álcool por adolescentes:

1. Estabelecer Diálogo Aberto e Contínuo

  • Conversar claramente sobre os riscos do álcool para o cérebro em desenvolvimento, desempenho escolar e saúde geral.

  • Utilizar dados concretos, como os 11,5% de aumento nos transtornos por uso de álcool no país, para embasar as conversas.

2. Definir Regras e Expectativas Claras

  • Estabelecer limites explícitos sobre o consumo de bebidas alcoólicas, incluindo a proibição para menores de idade.

  • Monitorar atividades, horários e companhias de forma equilibrada, conhecendo os ambientes frequentados pelos jovens.

3. Promover Alternativas Saudáveis

  • Incentivar a participação em esportes, atividades artísticas, projetos voluntários ou grupos comunitários que ofereçam ocupação positiva.

  • Reforçar a autoestima do adolescente por meio do reconhecimento de conquistas pessoais e acadêmicas.

4. Supervisionar a Exposição à Mídia

  • Discutir criticamente como propagandas e influenciadores digitais associam o álcool a ideias de diversão, beleza ou independência.

  • Alertar para a influência de amizades e contextos sociais que normalizam o consumo precoce.

5. Oferecer Exemplo Pessoal Consistente

  • Demonstrar comportamento responsável em relação ao próprio consumo de álcool, evitando mensagens contraditórias.

  • Mostrar formas saudáveis de lidar com estresse ou frustrações sem recorrer ao álcool.

6. Buscar Apoio Institucional quando Necessário

  • Participar de programas de prevenção em escolas, igrejas ou centros comunitários que abordem o tema de forma educativa.

  • Consultar profissionais de saúde mental (psicólogos, psiquiatras) para orientação sobre identificação de sinais de risco ou vulnerabilidade.

Contexto: Pesquisas como o Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad) da UNIFESP indicam que a combinação de fatores como acesso fácil, influência digital e permissividade familiar contribui para o aumento do consumo problemático entre adolescentes. A região Sul apresenta os maiores índices de prevalência no país. Com informações: Comunhão.